essa semana eu me peguei mega feliz na hora de trocar de roupa de manhã. lembro de pensar ‘nossa, o que eu posso vestir hoje que vai fazer todo mundo se sentir bem?‘. daí, pronto! dois minutos e tava com o lookinho montado, exibindo essa belezinha pelas ruas do Alto da Lapa.
eu não sei quando foi que isso aconteceu, mas desde que eu decidir refazer o meu guarda-roupa, o ato de me vestir ficou divertido. eu fico animada ao pensar nas roupas que posso colocar, nas combinações que consigo fazer com o que tenho no armário e como essa roupa que eu vou pôr pode funcionar como uma forma de passar uma sensação gostosinha pras pessoas.
e sabe o que é mais legal? isso não tem nada a ver com as roupas em si.
é claro que teve uma mudança enorme na forma como eu me visto. hoje, as roupas que eu tenho no meu guarda-roupa representam muito mais quem eu sou – e isso tem muito a ver com a escolha de uma paleta de cores que me representasse 100%. a melhor decisão que eu fiz foi começar por esse ponto.
mas tem uma outra coisa que é a seguinte: a partir do momento que eu me proponho a colocar um propósito na minha forma de vestir, tudo fica mais fácil e essa tarefinha do dia a dia fica leve, sabe? ela fica divertida e eu faço com prazer. poxa, é mega divertido escolher o que eu vou vestir de manhã, porque tem um propósito envolvido. tem coisa mais legal do que essa?
tipo, eu lembro de uma época (não tão distante assim), em que procurar uma roupa no meu guarda-roupa era um martírio. era difícil, eu detestava tudo o que tinha ali dentro, nada me caía bem… e é engraçado perceber como isso não existe mais na minha cabeça. essa ideia de que a moda é difícil, de que me vestir é complicado, de que eu não tenho roupa pra sair no fim de semana… sabe essas coisas malucas que a gente pensa às vezes? pois é, sumiram.
e, meu Deus, como é divertido pensar no tipo de roupa que eu quero usar hoje, no sapato que eu vou colocar, na forma que vou fazer a minha maquiagem… nada sai do básico e minimalista, mas não deixa de ser divertido e não deixa de ser feito com carinho. porque tem um propósito. e ele segue sendo fazer as pessoas se sentirem aconchegadas e confortáveis. e, olha, parece que tem funcionado muito bem, viu?
o resultado desse experimento é que eu tenho me sentindo tão bem com as roupas que eu tô usando que eu fico animada pensando que no dia seguinte eu posso fazer isso de novo. não é maluco?
mas… ao mesmo, tempo, não é a coisa mais maravilhosa, a descoberta mais genial do planeta, perceber que a gente pode transformar uma coisa tão banal do dia a dia em algo divertido? NÃO É? tipo, todo mundo troca de roupa várias vezes na semana, milhares de vezes no ano, e faz isso de um lugar tão automático que vira uma coisa meio comum, meio sem graça, meio blé.
mas aí… MAS AÍ… a gente transforma uma coisa banal em uma tarefa cheia de carinho e entrega. e quando a gente se encontra na rua, você olha pra minha roupa e percebe uma sensação, você sente um quentinho no fundo do seu coração, porque eu me vesti pra fazer você se sentir bem também. não é maravilhoso, isso?
eu me sinto tão feliz com a minha roupinha bonitinha que você se sente feliz também. a gente compartilha uma coisa juntas que ninguém sabe explicar muito bem o que é, mas que tá lá. não dá pra definir em palavras.
toda vez que eu acordo disposta a colocar o meu propósito também nas minhas roupinhas, no que eu uso no dia a dia, na forma que eu passo o corretivo e o blush, eu considero você parte da minha vida e a gente faz esse trampo ‘tão banal‘ juntas. não tem como não ficar divertido assim. fisicamente, a gente pode estar a um planeta de distância uma da outra, mas na sensação a gente segue juntas e é isso que importa de verdade.
a gente acha que tem uma fórmula mágica pra se vestir bem, pra se sentir incrível com uma roupa, mas não tem. porque não existe bem e mal, sabe, existe uma sensação: a forma como você se sente quando coloca cada uma das roupas que tem no armário é o que você vai passar pras pessoas quando encontrar com elas vestida com aquela peça.
se você estiver desconfortável, se sentindo meio estranha, não se sentindo você, as pessoas vão perceber. pode ser que você faça a melhor poker face do mundo, mas elas vão sentir uma coisa esquisitinha que não vão saber pontuar – e você vai terminar o dia não tão feliz assim, achando que tudo poderia ter sido melhor, e vai passar por um alívio danado ao tirar a tal roupa chegando em casa. mas se você se sente confortável e gostosinha com o que tá vestindo… minha nossa, aí é outra conversa totalmente diferente.
enfim, um pequeno (grande) desabafo sobre como tem sido legal me vestir todas as manhãs e pensar que as roupas que eu uso podem ter um efeito no mundo, não pela forma que têm, mas pela sensação que eu tenho todos os dias quando vou escolher o que visto. pode ser um ato de carinho tão maravilhoso quanto cuidar da alimentação, né?
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17 Comentários
Se vestir com propósito? Pensando aqui será o meu.
Oi, eu penso nisto td dia, eu sou Consultora de Estilo mas ja pensava antes de ser…..quando vi o tema do seu post no blog da Chata de Galocha, achei que vc tb era Consultora 😉 Adoro pensar nisto e adoro fazer as pessoas ao meu redor pensarem iniciarem conversas sobre cores, roupas e texturas! 🙂 Adorei o texto!
brigada, Marcella! fico feliz que você gostou ♥
Oi! Vim aqui por uma indicação no blog Chata de Galocha 🙂 Adorei a ideia do propósito para se vestir pela manhã! Achei bem mais legal se vestir para passar uma ideia legal pro mundo, do que só uma impressão de si mesma. Já decidi a minha: como gosto de usar coisas mais diferentonas, meu propósito é mostrar que cada um pode ser o que quiser e se expressar da forma que preferir. Valeu pela reflexão! 😀
maravilhosa, Priscila! arrasa ♥
Nunca parei pra pensar nisso, mas foi muito bom da sua parte lidar com a moda – vista sempre como tão egoísta e envolvida em seu próprio meio e loucuras – por um ponto de vista tão alheio. Eu não preciso me sentir ou ser bonita para os outros me verem bem. No fundo, eu preciso estar bem. E eles vão ficar bem também. Nunca senti tanto amor ao falar de roupa. Me sinto com a mesma vontade que você. E agora, pra completar, estão outras duas abas do meu navegador com outros posts do desancorando falando dessa mudança no guarda-roupa. Quero me inspirar mais. Quero mostrar ao mundo que eu me importo com ele. Mesmo que na maioria das vezes não seja recíproco. Ser amado é lindo, mas amar dá um calorzinho tão bom no coração que vale a pena o sacrifício.
Com carinho,
Conto Paulistano.
Selma, e não é nem um sacrifício, viu? amar é o nosso natural, e quando a gente ama, tanto faz se o outro ama também… a real é que a gente não precisa da permissão de ninguém pra amar, sabe?
Siiiim! Já parei pra pensar! Meu modo de libertação e empolgação com o lance de se vestir/escolher uma roupa surgiu a partir do momento que fiz meu curso de costura e comprei uma máquina. Pq muitas vzs eu queria algum tipo de roupa x que me possibilitaria montar mil looks e nunca achava. E aconteceu muitas vzs de eu comprar algo achando q ia usar mil vzs e ter usado apenas uma vz pq n combinava com nada no meu armário. Ai, com a história de costurar roupas (tutoriais do youtube ajudaram muito) comecei a me empolgar mais, pq poderia materializar ideias q estavam apenas na minha cabeça! E eu concordo muito com isso: “eu me sinto tão feliz com a minha roupinha bonitinha que você se sente feliz também”, a gente consegue ver na pessoa qd ela tá bancando aquilo que tá vestindo e se sentindo bem com isso. Louco né? Adorei o desabafo. :*
muito louco! mas maravilhoso também, né? ♥
[…] – Quando foi que vestir roupas ficou tão divertido? […]
Tô curtindo demais essa sua série de posts sobre moda e afins, principalmente porque quero muito me sentir assim! Faz tempo que ando 101% infeliz com minhas roupas e me vestir é sempre uma tarefa que me desanima muito, tenho tentado aos poucos juntar uma graninha pra investir em roupas que me deixem mais confortável e feliz, e espero poder comprar logo. Mas, enquanto isso não acontece, tenho encontrado um abrigo enorme nas maquiagens, acredita?! É algo que nunca dei muita atenção e hoje em dia tem mudado minha forma de pensar.
ahhhhh, Wanila, que bom cê tá gostando ♥ fico feliz mesmo, porque acho que encontrei um jeito de falar sobre isso que me deixa bem também, sabe? pouts, e que legal que você achou um jeito de explorar isso na maquiagem.acho que aos poucos você pode tentar expandir isso pras roupas, sabe? começar a olhar com mais carino pro que você usa e veste, como usa, porque usa… é um processo mesmo! mas tem uma saída aí ♥
Eu adorei o post. Eu infelizmente estou na vibe “não tenho nada legal para vestir”, preciso urgente renovar meu guarda-roupa. Mas eu entendo super quando você fala em amar se arrumar, eu também adorava, foi se perdendo com o tempo… Infelizmente. Mas amei demais este post!
Carol, a boa notícia é que você pode tentar de novo e se encontrar mais uma vez nesse lugar ♥ tem que ter paciência e se perdoar um pouquinho todos os dias, ser mais gentil, sabe? mas tem um caminho pra seguir aí, viu?
Oi Maki, tudo bem?
Muito legal o post, eu também gosto de ter esse cuidado com as roupas, mas sinto esse amor especialmente pela maquiagem. Não é aquela coisa “maquiagem para fazer carão”, mas sim a alegria de escolher o que usar a cada dia, e fazer a maquiagem em si, lidar com os produtos.
Também curto muito o processo de manter tudo limpinho e organizado, as roupas, os acessórios, as makes. Todas essas coisas me lembram o filme da Amélie Poulain, quando ela fala dos “pequenos prazeres” do cotidiano. Acho que o importante é conseguir manter isso.
Leio o blog há um tempão, mas comecei a comentar há pouco. Fico feliz em ver essa vibe “cuidado” e fazer as coisas amorosamente nos seus posts. Continue o bom trabalho 🙂
Abraços
siiimm, tem muito disso de ‘pequenos prazeres’ mesmo. mas é uma coisa de achar prazer EM TUDO, até nessas coisas que a gente acha tão pequenas, né? ♥
Adorei a forma natural e verdadeira que passou, em estar se sentindo bem e encontrar seu propósito esta sendo colocado em prática, acompanhando seu busca no ‘EU NÃO TENHO ROUPA PRO SPFW’. Sucesso e que cada vez mais possa compartilhar sua evolução e servir de inspiração para proporcionar outra ótica de encarar algo que parece assustador e difícil em algo divertido, possível e prático. Sucesso 🙂