em agosto, o livro do Chá com Flor (o clube do livro que eu criei com a Karine e a Clarinha) foi Girlboss, da Sophia Amoruso. eu já tinha lido algumas vezes antes e ele é um dos meus preferidos pros períodos de falta de inspiração e bloqueio criativo, e foi muito legal ler mais uma vez o que a autora tem a dizer, em uma fase diferente da vida e com outras coisas em mente.
eu não vou entrar no mérito da série produzida pela Netflix, porque não vi a temporada inteira e, honestamente, não senti que o programa retratou minimamente quem a Sophia é de verdade – e nem acho que esse era o objetivo. mas eu posso dizer que, depois de ler Girlboss de novo, eu sigo gostando muito dela.
eu jamais vou saber como ela é mesmo, a não ser que passe a conviver diariamente e aprenda sobre como ela pensa e como funciona, mas o que ela passa no livro são lições muito palpáveis sobre a experiência que ela teve e a visão de mundo que ela aprendeu. verdade, ela ficou muito rica meio de repente e faz questão de falar sobre isso várias vezes no livro, mas o que eu gostei de tirar de lição dali agora foi a importância de ser realista.
sabe quando a Shonda fala no livro dela que as pessoas que sonham e ficam imaginando dificilmente conquistam o que querem? (é uma parte do discurso que ela fez numa universidade) pois bem, a Sophia fala muito disso também. basicamente, ela te conta nos mínimos detalhes como preferiu mil vezes fazer alguma coisa a ficar sonhando com a vida perfeita e é por isso que a empresa dela deu certo (na época, pelo menos… hoje em dia a gente sabe que a Nasty Gal faliu).
e eu gosto disso, sabe? a Sophia não perdeu os dias dela se comparando com as pessoas. ela não duvidou do que ela poderia fazer (só procrastinou muito pra encontrar alguma coisa que ela gostasse de verdade), ela só foi lá e fez. e trabalhou muito e trabalhou duro. ela olhou pra uma demanda e cumpriu. ela pensou nos detalhes, ela fez com carinho, ela foi atenta e ouviu o feedback. é por isso que do dia pra noite o negócio dela cresceu tanto que ela precisou mudar a empresa de lugar num espaço curtíssimo de tempo. ela não deu trela pro auto-boicote.
tá, concordo que a Sophia pode parecer meio agressiva na forma como encara a própria vida e o negócio que ela criou. mas não deixa de ser uma visão mais realista do que a que eu tinha sobre os blogs, por exemplo. sabe essa coisa de você ficar imaginando e fantasiando sobre como uma coisa pode ser, ao invés de simplesmente fazer o que você acha que quer fazer e que pode ser legal? é tipo isso.
lendo Girlboss, eu me lembrei de todas as vezes que me boicotei e que deixei as minhas inseguranças levarem o melhor de mim. não penso nisso com pesar, mas com gratidão – é sempre bom deixar claro. tudo o que eu vivi aconteceu exatamente como deveria acontecer porque eu precisava chegar onde estou agora. e eu não me arrependo de nada.
mas não deixa de ser interessante olhar para trás e falar ‘minha nossa, como eu pude alimentar tanto esse bichinho chato, né?‘. é tipo um sinal de alerta, uma sirene me lembrando pra não fazer isso de novo, pra ficar esperta e focar no que eu posso entregar, na demanda que eu vejo e que sei que posso ajudar(se você tem dúvidas, essa demanda é o amor).
eu gosto da Sophia porque, mesmo parecendo meio agressiva e super assertiva, ela te incentiva a parar de melindre, entende? ela é tipo aquela amiga que vive falando ‘miga, só faz o que você quer‘, mas você insiste em não ouvir porque continua achando que não é capaz. no fim, é uma escolha nossa querer ou não ouvir o conselho (seja da amiga ou da Sophia).
ser realista tem muito a ver com ser presente. com manter a cabeça no lugar e olhar para cada cena com olhos de primeira vez: você observa, identifica a demanda e aí faz o que precisa ser feito para atendê-la. não tem muito essa coisa de ‘isso eu faço, isso eu não faço‘. não. é fazer tudo. tudo, tudo, tudo. desde que esteja de acordo com a sua meta.
o livro me fez pensar muito nisso, sabe? o quanto eu estou disposta a ser realista e fazer o que for preciso pra atingir a minha meta. pra fechar o meu objetivo de uma vez por todas e olhar só pra ele daqui pra frente. parece tão mais fácil querer que o mundo resolva isso pra mim, sabe? mas isso não vai acontecer. quem tem que tomar essa decisão sou eu. sempre vai ser assim.
então é isso. Girlboss me fez olhar de novo pra como é legal a gente ser realista e colocar a mão na massa pra atingir um objetivo. e como essa é a fase que eu tô agora. de fazer tudo, absolutamente tudo, com uma meta em mente e seguir a tal montanha no Neil Gaiman. é me fazer de novo e de novo a pergunta ‘isso me deixa mais próxima ou mais distante do topo da montanha?‘ e lembrar de sempre, sempre, sempre, colocar doses cavalares de amor e carinho no que eu faço – porque o resultado vem, independentemente da forma que tome.
resumindo: Girlboss é uma leitura que eu recomendo muito se você precisa de um pouquinho de incentivo pra dar esse pulo e ainda tem umas dicas incríveis sobre mercado de trabalho que eu já coloquei em prática várias vezes (principalmente as sobre carta de apresentação pra currículos!). e dá pra comprar baratinho na Amazon clicando aqui (e você ainda me ajuda a ganhar uns trocados!).
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17 Comentários
Que resenha/texto diálogo mais inspirador e imortante Maki, post S2
♥
Oii Maki, tudo bem? Sabe, eu nunca tive nenhuma evidência de epreendedorismo em mim, nunca nem cogitei esse tipo de coisa. Mas a vida dá várias voltas, e nos surpreende né. Atualmente tenho pensado muito nisso, e pensando em como colocar em prática as coisas que quero pra minha vida. Preciso dar o primeiro passo. E se esse post já me motivou de várias maneiras, imagina o livro. Fiquei com um pouco de preconceito depois da série, mas acho que talvez valha a pena dar uma chance. Vamos dizer que tu me convenceu hehehe. Grande beijo.
Kaka, dê uma chance para o livro, sim! ele é incrível e tem mutias dicas boas pra quem quer empreendender e se virar no mundo nos negócios, sabe? o livro e a séria são duas coisas MUITO diferentes – e o livro, nesse caso, é muito mais real e agregador! vale muito a pena e eu recomendo demais.
Gostei muito da leitura e da forma que o empreendedorismo é discutido. Só não fui feliz com a adaptação que a netflix fez pq tirou o foco do assunto principal =/
Achei a leitura leve, objetiva e realista ! <3
ahh, sim :/ eu também achei. e isso porque nem vi a temporada inteira, né? mas deu pra perceber que eles queriam uma protagonista polêmica e com cara de anti-herói, né?
Eu adoro esse livro e acho muito inspirador. Gosto das dicas dela com relação a empreender, porque vamos aos fatos. Eu amo o comércio. Trabalho com cliente e vendas a anos e eu AMO pra cacete isso (e demorei a perceber o quanto eu amo, já que é tão desvalorizado), mas ela dá dicas ótimas. Acho que a Sophia não tenta parecer perfeita, ela tem um milhão de defeitos e acho que nem sempre ela é muito honesta HAHAHAHAHA como ela deixou claro algumas vezes no livro. Ela nem sempre fez o que era certo, mas ela mudou e agregou muita responsabilidade a sua vida e ela é sim realista e ao invés de ficar no mundo da imaginação preferiu fazer algo do que simplesmente ficar fantasiando como seria.
Adoro demais esse livro.
num é? nossa, eu concordo 100% com o que você disse. acho maravilhoso essa visão tão pé no chão que ela passa, sabe? ela não fica criando rodeios e mil desculpas pro que ela fez. ela assumiu os erros, aprendeu com eles e seguiu em frente. no fim, a sensação é de que ela não errou, mas que tudo o que ela fez foi importante pra ela chegar onde chegou. e tem que ser visto assim mesmo, né?
Obrigada, obrigada, obrigada! Acabei de ancorar por aqui e tinha esse post escrito todinho pra mim. Já amei, quero vir aqui sempre! <3 (Eu também acredito que o amor vai salvar o mundo! É tão bom quando tem ressonância, né?) Beijos!
eeeeeee! volta sempre, Vivian ♥ você sempre será muito bem-vinda!
<3<3<3
incentivo: a palavra que define gilrboss!
Quando comecei a ler surgiu uma necessidade louca de por os planos no plano real que não importava o perrengue que fosse passar, a vontade era grande. E é essa coisa de ser realista que nos leva pra frente SEMPRE.
ter os pés no chão e soterrar as inseguras é extremamente necessário.
A melhor resenha sim ou claro? ♥
num é? dá vontade de sair fazendo mil coisas, completando mil tarefas, tirando mil planos do papel, né? ♥
que bom que você gostou!
Eu li GirlBoss e é um dos meus livros favoritos até hoje. Fiquei bem decepcionada com a série, mas como tu comentou acho que o objetivo da série era outro, era puramente entretenimento enquanto o livro é mais a história da Sophia empreendendo mesmo. Acho que uma das lições que eu mais gosto do livro é que ele fala do empreendedorismo sem aquele glamour que a gente tá acostumada a ver, o famoso “empreendedorismo de palco”. Ela fala que passou perrengue, que não tinha grana, que não tinha plano de saúde, que trabalhava num kitnet, coisas que a gente sabe que todo mundo que resolver ter o próprio negócio vai enfrentar no começo (às vezes nem só no começo). E também é legal que a gente entende que nenhum negócio começa grande mas que qualquer forma de começar é válida. <3
nossa, Camis, mil vezes SIM pro seu comentário! eu acho essa uma coisa incrível também desse livro. ela é bem pé no chão e fala a real mesmo. quando todo mundo tava preocupando tentando agradar, ela tava enfurnada num quarto trabalhando mil horas por dia e testando coisas diferentes pra ver o que funcionava e o que não dava certo, sabe? e isso é muito legal!
Esse livro e o livro SIM estão na minha lista de leitura. No fim a vida é isso: uma mistura insana de realismo, perseverança e sonhos 🙂
Beijo,
Hida
você vai amar os dois, Hida!