vamos falar sobre o Milagre da Manhã

vira e mexe, eu lia sobre o livro Milagre da Manhã por aí. já vi em blogs. surgia num vídeo que eu tava vendo. alguém falava sobre nas redes sociais. enfim, ele aparecia pra mim com certa frequência. eis que, certo dia, vi que ele tava em promoção na Amazon e decidi comprar. até aí, tudo bem.

semana passada eu terminei de ler O Conto da Aia pro infinistante e tava precisando de uma coisa bem levinha pra sair daquela discussão densa. lembrei que o livro tava no Kindle e lá fui eu entender o que tanto as pessoas falam sobre o tal Miracle Morning e qual é a de fazer 13452638 coisas logo depois de acordar.

se você tá caindo de paraquedas nessa conversa, eu explico um pouquinho. o Milagre da Manhã é um livro escrito por um cara chamada Hal Elrod, que criou um método de desenvolvimento pessoal com base em uma ideia central: tirar o máximo proveito da primeira hora do seu dia. pra isso, ele selecionou seis atividades (silêncio, afirmações, exercícios, escrita, leitura e visualização) que te ajudam na tarefa de ser a sua melhor versão de si mesmo.

confesso que a minha primeira impressão desse livro foi: meldels, eu tô lendo um roteiro de comercial da Polishop. o Hal faz jus ao histórico de vendedor-super-bem-sucedido-que-deu-a-volta-por-cima e se vende o tempo inteiro. mesmo. mesmo mesmo mesmo. daí o ‘parecer um comercial da Polishop‘, e a minha necessidade de fazer uma edição mental de exatos 85% do que ele escreve, porque cada parágrafo soa como um “E TEM MAIS!” que me deixou com um tremor na pálpebra esquerda e um ponto de interrogação na testa. mas por que diabos as pessoas falam tanto desse livro? eu não conseguia entender.

mesmo assim, o tal livrinho me prendeu, e eu já de cara comecei a colocar em prática algumas das dicas que ele dava. acho que o que mais me marcou foi uma informação que pode passar meio batida, mas que pra mim foi impactante – e, curiosamente, não tem muito a ver com a rotina matinal em si:

afinal, qual a intenção que você coloca na hora de dormir? 

pensa numa mente explodindo. euzinha, quando li o capítulo em que ele fala sobre quantas horas de sono a gente precisa de verdade. pois é, eu, que tava bem incomodada com o fato de dormir tarde, acordar cedo e me sentir sempre cansada, nunca tinha parado pra pensar na intenção que eu coloco na hora de dormir, se eu tava usando isso pra descansar mesmo ou pra ficar ainda mais ansiosa e cansada.

corrigi isso na hora. na sexta-feira, quando li essa parte, antes de deitar eu meditei por alguns minutos, fiz uma oração e não deixei a mente ficar maluquinha, imaginando coisas. foquei em agradecer pelas horas de sono que eu teria e pelo descanso, pedi por uma noite tranquila e mentalizei isso até cair no sono. no dia seguinte eu acordei tão bem que nem acreditei (e olha que acordei cedo porque tinha que trabalhar!).

acho que, só por esse insight, a leitura já valeu a pena, mesmo com toda a dificuldade e ceticismo. a gente meio que subestima mesmo o poder dos nossos pensamentos e talvez isso tenha sido a coisa mais positiva que eu tirei dessa experiência.

dito isso, tem mais algumas coisas que eu já coloquei na minha rotina matinal e que tô curtindo bastante:

1. o silêncio (ou meditação): tô fazendo algumas orações do curso que eu faço na Coexiste e aproveitando pra pensar com carinho no que quero pro meu dia.
2. exercícios: acho que finalmente encontrei um jeito de colocar o alongamento que eu tanto queria no meu dia a dia, e é isso que tô fazendo!
3. escrever / diário: já tava voltando com as morning pages, e agora só institucionalizei isso dentro do meu ‘milagre da manhã‘ (não consigo nem escrever isso sem automaticamente me sentir num comercial dos anos 90 com dublagem ruim).
4. leitura: se eu tinha dificuldade pra encaixar a leitura na minha rotina antes, agora eu tô lendo que é uma maravilha e já foram três livros só essa semana. (curtos, mas ainda assim, três livros – !!!!)

a parte das afirmações e da visualização têm sido uma questão, porque eu honestamente não consigo pensar em uma maneira de afirmar coisas sobre mim ou visualizar coisas que eu quero sem me sentir em conflito e meio estranha – mas isso é assunto pra um outro post. por hora, acho que tá bem legal o que eu tô fazendo.

mas vamos para a pergunta que não quer calar:

‘maki, você tá acordando mais cedo?’

você lembra da época que eu tentei acordar 5h30 todos os dias, né? (talvez não.) pois é, não deu muito certo, porque a minha rotina é bem maluca e os meus dias são longos e eu não tenho como dormir antes da meia-noite na maioria dos dias da semana. ou seja, receita para o desastre.

voltei a acordar às 6h e, desde então, a minha dificuldade tem sido em conseguir levantar mesmo nesse horário, sem apertar o botão de soneca loucamente. talvez eu nem precise dizer que o botãozinho tem ganhado de mim na maior parte dos dias e fica aí esse dilema existencial pra gente resolver.

a minha ideia com isso é só de conseguir parar com essa mania de ‘dormir mais cinco minutinhos‘, porque isso gera toda uma sensação esquisita que me deixa ansiosa e ninguém precisa disso, não é mesmo? em resumo: não tô acordando mais cedo, apenas tentando acordar todos os dias no horário que eu já estabeleci pra mim mesma como ok e otimizando esse tempo com essas práticas. se antes eu perdia 20 minutos enrolando por mais tempo na cama, agora eu uso esse tempo pra fazer umas dessas atividades. substituição mesmo.

e sem pressão, sabe? a ideia agora é tentar o plano de 30 dias que ele fala no livro, pra ver o que acontece. experimentar mesmo e ver os efeitos que isso tem. seguir uma orientação e ver o que rola, como eu me sinto, entende? mas tudo bem tranquila. não vou me obrigar a acordar às seis da manhã no fim de semana e nem me martirizar por ter tirado uns minutos a mais de sono durante a semana (aconteceu ontem e eu até perdi o treino).

no mais… senti que o Hal poderia ter dado bem mais embasamento pros dados que ele apresenta no livro (a minha sensação é que ele tirou tudo da cabeça dele ou de uma das poucas pessoas que ele cita até cansar), e falar de fontes e estudos reais de onde ele tirou as coisas que ele escreveu. acho importante sabe?

e também tem que ter discernimento. muito do que ele fala, dá pra perceber, vem de uma intenção sincera, boa, mas também de um lugar de tentar uma receita mágica que não necessariamente se encaixa pra todo mundo e que não considera um contexto. tem bastante daquele discurso de “você só não tem uma vida incrível porque não quer“, e tem coisas muito profundas a serem levadas em consideração antes de falar uma coisa dessas. e não precisa disso pra incentivar as pessoas a se curtirem mais e fazerem coisas pra elas se sentirem bem, sabe?

essa foi uma daquelas leituras que me deixou meio confusa, meio em conflito, mas que eu tentei tirar o máximo proveito mesmo assim. colocar esses detalhes na minha manhã me deixou mais motivada e empolgada com a ideia de acordar no horário, e me levou pra um lugar de treino mais sério, de prestar atenção na minha mente, me comprometer com buscar ter um dia gostoso e ensinar isso pras pessoas. nunca é demais, né?

se você também ficou intrigado, pode ler O Milagre da Manhã, do Hal Elrod, clicando no link (lembrando que eu recebo uma pequena comissão se você compra ali, ok?) e depois me contar o que achou!