Nimona e a história de todos nós

eu sempre tive esse lado geek e sempre me orgulhei de falar que amo mangás e animes e novelas coreanas e tudo mais. mas, até onde me lembro, eu nunca li quadrinhos – isso, claro, se a gente não contas as infinitas horas da minha infância que eu passei tentando completar o Almanacão de Férias da Turma da Mônica (nunca consegui) e lendo de novo e de novo as mesmas histórias do Anjinho (teria sido ele o meu primeiro crush?).

e apesar de ter assistido todos os filmes de super-heróis lançados até hoje e ser completamente maluca por toda a franquia Marvel e fã de carteirinha do Homem-Aranha (melhor pessoa, aceitem), eu, de fato, nunca tinha lida uma HQ. eita nóis. corta a cena, estamos eu, Lominha e Mel escolhendo os livros de julho pro infinistante e essa foi justamente a ideia: porque não ler algumas HQs? a gente acabou escolhendo duas e a principal de julho era Nimona, da Noelle Stevenson.

já me apaixonei pelo livro logo de cara, porque essa capa é simplesmente maravilhosa. mas vai além, sabe? a Nimona é meio estouradinha, tem cabelo raspado e se sente muito sozinha. ela passou a vida inteira fugindo de pessoas que não entendiam quem ela era e o que ela era e não a aceitavam, entende? alerta do: todo-mundo-já-sentiu-isso-alguma-vez-mas-agora-é-em-versão-ilustrada. a história dela representa a de muita gente, talvez sem os poderes mágicos e transformações e os assassinatos (eu espero).

quando ela decide virar capanga do vilão da história, o Lorde Ballister Coração-Negro (que nome maravilhoso!), dá pra perceber que ela só quer ser aceita, que ela quer ser útil e que ela quer descontar a raiva que ela sente. mas ele não deixa, sabe? ele não deixa ela se esconder embaixo dessa cama de raiva e falta de carinho, ele tenta entender. no fundo, o Ballister não é mau. ele não é ruim, ele só quer que as pessoas saibam a verdade das coisas – incluindo a própria Nimona.

eu fiquei encantada com a história, de verdade, e as delicadezas que ela traz. Ballister e o Sir Ambrosius Ouropelvis são rivais, mas eles se amam, eles se gostam, e tem uma trava no relacionamento deles que a Nimona, mesmo que indiretamente, ajuda a tirar. ela segue lá, sentindo raiva e sem saber muito bem o que fazer e ela não aguenta que o Ballister saiba tudo sobre ela, entenda tudo sobre ela e não a coloque em primeiro lugar sempre, mas ainda assim ela deixa uma marca, ela se faz presente e ela mostra que, no fim, tá tudo bem.

as ilustrações são maravilhosas e tão delicadas, sabe? eu confesso que me vi criança desejando os cabelos das princesas da Disney quando vi o desenho do Ouropelvis, e fiquei analisando cada detalhezinho que conseguia, pelo máximo de tempo que conseguia. li a HQ inteira de uma vez só, e espero ler muitas outras vezes daqui pra frente. amei demais tanto o formato quanto a história, e confesso que agora tô bem animada pra ler a segunda leitura do mês, Faith, que eu já comprei e que tá me esperando em casa.

em resumo: Nimona é incrível e você deveria ler. é uma obra de arte mesmo, sabe? tem muito carinho envolvido e dá pra sentir em cada quadrinho. se você quiser, pode comprar clicando aqui, ó: Nimona, da Noelle Stevenson (lembrando que eu ganho uma pequena comissão se você usar esse link!).

ah, e se você quiser continuar lendo com a gente, pode se inscrever no infinistante e acompanhar as nossas newsletters! eu também tô bem animada para o livro de agosto, O Conto de Aia, da Margaret Atwood.

já leu Nimona? me conta o que você achou!