Quem acompanha o blog sabe que eu meio que parei como tal do armário-cápsula. A questão não era o método em si, mas eu simplesmente cheguei num ponto que não sabia mais se ele estava mesmo funcionando pra mim.
Desde então meu armário anda meio zoneado. Surgiram muitas coisas que demandaram mais a minha atenção do que o que eu coloco ou tiro do armário e ele ficou meio esquecido. No último ano, mais ou menos, eu mudei muito – muito mesmo – e agora estou num ponto em que percebi que quase nada do que eu tenho no armário me representa.
Sim, é isso mesmo.
Você pode me perguntar como isso pode acontecer sendo que eu fazia o armário-cápsula, que tem, como premissa, a ideia de que você precisa saber o que te define, em questão de moda. E, verdade, eu fui pesquisar mesmo o que eu gostava e desgostava, mas eu passei por um processo que foi muito mais fundo que qualquer planilha do AC.
E agora eu tô nessa. Olho pro meu armário, ele olha pra mim e eu não sei o que fazer. A vontade é tirar tudo dali e começar do zero, agora certa de quem eu sou mesmo e do que eu gosto e desgosto.
Como isso não é muito possível (entenda: não tenho recur$o$), eu tô tendo que pensar em um outro formato pra conseguir fazer isso acontecer. Assim como o jeito que a gente usa o nosso cabelo, se a gente tem ou não tattoos e tudo mais relacionado ao nosso corpo, a moda é mais uma forma da gente se expressar e mostrar o que a gente pensa pro mundo e agora eu tenho que fazer essas duas coisas combinarem: o que eu penso com o que eu uso.
Pra isso, eu vou te refazer todo o processo e pensar bem no que me representa e no que eu quero ensinar pro mundo. Digo ensinar porque é muita ingenuidade a gente pensar que não ensina pros outros o que pensa de si mesmo sempre que gente tá diante de alguém.
Algumas formas que eu pretendo fazer isso:
Pesquisando
Vou ter que colocar a cabeça pra funcionar de novo e ir atrás de referências que combinam comigo e com esse momento da minha vida. É agora que eu vou passar umas 40 horas no Pinterest atrás de fotos legais de looks do dia e montar uma pastinha com referências que estejam de acordo com o que eu gosto agora.
Fazendo uma lista
Como não rola de eu tacar fogo no que eu tenho e recomeçar o armário, o jeito vai ser fazer uma lista das coisas que eu quero/preciso comprar e me organizar pra tirar essa lista do papel. Uma forma de ajudar ainda mais com isso é pesquisar online preços de roupas e buscar lojas alternativas em que possa comprar o que preciso levando em conta a questão da consciência: nada de comprar coisas só por comprar e prezar a qualidade ao invés da quantidade. No fim das contas, o que eu aprendi com o AC fica, só o formato é que vai mudar mesmo.
Limpando o armário
Vou ter que fazer mais uma limpa no que eu tenho no armário e tirar de lá o que não funciona mais pra mim. Vai ser aquele momento de tirar absolutamente tudo o que eu tenho lá dentro e repensar muito bem o que fica e o que vai embora. É uma questão de sentir mesmo o que não vale mais a pena ficar ali dentro, sabe? Se eu quero que o lado de dentro combine com o de fora, eu preciso fazer esse movimento de novo.
Com muita calma
Um fato é: fazer as coisas no desespero não vai ajudar de nada. O que eu aprendi no último ano é que tudo acontece exatamente no momento e no formato que tem que acontecer, então de nada adianta eu ficar desesperada tentando colocar a carroça na frente dos bois porque não vai dar certo. Ou seja, paciência, pequeno gafanhoto, essas coisas não mudam de um dia pro outro.
Basicamente é o mesmo processo que eu fiz pra começar o AC, mas agora com um propósito beeeem diferente. E eu já comentei mais de uma vez que o que importa pra mim é isso, né? O propósito. Quando a gente sabe qual é a nossa meta, tudo fica muito mais fácil e a minha meta está cada vez mais clara! Então, é fato que tudo vai acontecer de forma mais fluída mesmo ♥
O que você faz quando percebe que seu armário não combina mais com você?
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10 Comentários
Oi, Maki, a quanto tempo?!
Tudo bem contigo?
Estou “voltando” do mundo dos zumbis e achei uma ótima ideia dar uma zapeada no Desancorando. Li muita coisa legal (cara, faz tempo que não venho aqui!) e achei de bom tom deixar uns comentáriozinhos aqui e ali.
Bom, aqui, sobre essa coisa de olhar para o armário e perceber que aquelas roupas não parecem mais com você, é beeeem normal. Mês passado, eu passei um bom tempo no Pinterest tentando descobrir um pouco mais sobre meu estilo de roupa. Não está sendo fácil ainda porque percebi que não posso procurar apenas o que todo mundo está vestindo, mas, sim, aquilo que é realmente a minha cara.
E só acho em site estrangeiro. encontrei blusas que achei lindas mas da Coréia. Veja só! kkkk
Nas fastshops do Brasil ou lojas mais ‘in’ também acho difícil encontrar o que quero. Mas é assim mesmo. Como uma caça ao tesouro. e vale muito a pena, porque nessa jornada, a gente se descobre junto. Por exemplo, eu sempre achei que meu estilo era o basicão mesmo. Roupas de uma cor lisa: pretas, brancas, vermelhas, cinzas, mas sem nada mais. Com o tempo, eu percebi que gosto disso mas também de algumas peças mais românticas (detesto rosa!) e que estava tudo bem. E também gosto do estilo rocker, jeans e couro (sintético, de bicho, nunca!) e all star. E, de novo, está tudo bem essa misturinha toda.
Porque a roupa deve me representar como sou e não o inverso. Então, quando você chega no ponto do “meu armário não combina mais comigo” é porque, mais uma vez, você está crescendo dentro de si mesma.
Uma amiga ontem disse que estava em construção. E eu achei o máximo ela dizer isto pois sei de sua história de vida e sei que realmente, neste momento, ela está se desfazendo do que um dia foi (ou queriam que ela fosse) e se (re)construindo. Mas o que me deixou maravilhada foi perceber que não é somente ela que passa por este estágio. Todos nós passamos!
Fernando Pessoa disse uma vez que há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. ele chama de Travessia, eu chamo de Vida. Somos pequeninas lagartas sempre indo e vindo de crisálidas e cada vez, nos tornando borboletas mais belas e coloridas, que vão sempre buscar alçar voos mais altos.
E eu espero sinceramente que sua jornada pelo novo armário, seu estilo consiga ótimos frutos. E, caso queira ajuda, dá uma olhada no meu armário-pesquisa do Pinterest () e talvez uma ou outra coisa te ajude na caçada. Uma coisa legal do Pinterest é que ao clicar numa imagem tem sempre um monte de outras como sugestões que valem a pena dar uma olhada.
Segundo, há locais online onde aquilo que você não gosta pode ser passado para frente (se estiver em bom estado), gerando uma graninha para a aquisição de outra roupa em que você esteja de olho.
Mais uma coisa, se você ver que não há jeito mesmo pra roupa, veja se conhece alguém que costure, se estiver com algum defeito, e leve depois para aqueles lugares que recebem doação de roupas para pessoas carentes. Na verdade, ajudar os outros de alguma maneira também faz a gente se sentir bem.
E, por fim, como você disse, vá devagar. Pois o mais importante é a jornada e não o fim.
Abração pra ti, Maki, e até mais!
que comentário incrível esse seu!
sim, é isso mesmo. a gente tem que ir descobrindo o que nos representa, o que é a nossa cara, sabe? e pode deixar, que já vou separar roupas para vender, outras para doar e outras para concertar na costureira, é tudo uma questão de eu encontrar o tempo hábil pra fazer tudo isso! ahaha
Mais um post seu com o qual me identifico totalmente. <3
Essa falta de identificação com o guarda-roupa tem me levado a questionamentos com relação à minha própria identidade. Sinto que não tenho uma, não mais. 🙁
quando adolescente, eu era bem metaleira, me vestia de preto, com coturnos, camisetões… Apesar de hoje eu me vestir "melhor" (pros padrões) eu sinto que naquela época eu era bem mais segura de quem eu era (e poxa, na adolescência, uma fase tri experimental e na qual ninguém sabe direito de nada hahaha).
Enfim, comentário mais pra desabafar mesmo, porque não tenho conseguido definir direito o que eu gosto e, consequentemente, não consigo comprar roupas com uma linha lógica. Olho uma peça e digo "ah, bonita, quero", e depois não combina com nada hahaha!
Enfim, acho que é isso hahaha!
Beijos,
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com
Priih, eu entendo bem o que você tá dizendo. mas ó, tem que começar de algum lugar, então a minha dica pra você é exatamente essa que eu falei no post. começa a fuçar no Pinterest e monta uma pastinha de inspiração. Você via ver depois de um tempo que as fotos que você salva lá tem todas mais ou menos o mesmo estilo e a partir daí você já tem um norte, sabe? quem sabe não ajuda 🙂
Nossa eu passei por isso, de não me reconhecer nas roupas que eu uso, e é legal quando entramos nesses momentos porque significa que estamos mudando e passando por uma transição. Eu venho aos poucos tentando me desestimular de comprar, fiquei e estou a quatro meses sem comprar roupas e esse tempo foi um aprendizado, agora estou em um outro processo que é descobrir o que eu quero e o que não quero investir, pesquisar muito!
é, então! eu tô meio que nessa também. tem pelo menos uns 5 meses que não compro roupa e agora tô tendo que pesquisar o que combina comigo e tals e aí fazer um ‘plano de ataque’ pra ver o que vale e não vale a pena comprar
Cara, esse momento é foda mesmo. te entendo. Ver que você não se sente ~você mesma~ com as roupas do armário. Eu também tive vontade de simplesmente tacar fogo em tudo e recomeçar do zero, hahaha. Então, boa ideia essa de pesquisar estilos lojas alternativas e com preços bacanas. Também tem a opção do Enjoei, brechós e afins. Às vezes rola de achar peças lá com preço legal, Maki. =]
É, eu preciso me lembrar disso também: não colocar a carroça na frente dos bois, e paciência, pequeno gafanhoto. Porque, sabe, quero as coisas pra ontem. hahaha.
:*
ah, sim, brechós são incríveis! mas tem que rolar um preparo psicológico e físico pra garimpar, né. como ando beeem sem tempo, pra mim tem sido mais prático pesquisar coisas na internet mesmo, se você conhecer algum brechó com venda online (fora o enjoei!), me indica?
e sim, paciência é chave, se não você desiste antes mesmo de começar, né?
tô passando por uma situação bem parecida! eu abro o armário e não encontro (quase)nada que me representa. mas, penso que vou começar a pensar nisso depois do meu processo de coach terminar. alias, começo amanhã. me deseje sorte.
amo teu blog , beijos <3
afe, processo de coach! que incrível! e boa sorte, tenho certeza que vai ser mara! melhor esperar passar mesmo, pra você ter uma noção melhor de como isso vai afetar a sua visa, né?
e obrigada, você é uma fofa, Paloma! ♥