Diário #32 – É possível ser feliz o tempo todo?

Será que é possível ser feliz o tempo todo? Imagino que a primeira resposta que passa pela sua cabeça é um ‘não‘ em alto e bom som.

Mas, aí, eu também pergunto: o que é ser feliz? O que é felicidade? Felicidade de verdade. Se ela for de verdade, não tem como ser diferente para mim ou para você, caso contrário não é verdade. Então, levando em conta essa linha pensamento, o que é ser feliz?

Se a felicidade é o fim da linha, se é o objetivo, então realmente é impossível sermos felizes. Porque sempre terá alguma coisa no caminho que vai nos afastar do final do arco-íris. Se, ao contrário, a felicidade é a jornada (ai, que palavra brega!), tipo a estrada de tijolinhos dourados da Dorothy, então talvez haja esperança.

Mas a verdade que ninguém quer ver, muito provavelmente, é que as pessoas gostam de sofrer. E mais, elas têm uma ideia sobre serem felizes o tempo todo que beira o histérico. Como a criança que comeu doce demais e fica dando voltas na mesa da sala até cair de sono.

Isso é ser feliz o tempo todo? Essa alegria histérica? Os sorrisos de boca inteira vinte e quatro horas por dia, a vontade de começar a dançar e cantar no meio da rua, como em uma cena de Hairspray?

Garanto que não. O que é ser feliz? Ser feliz é encontrar a paz que já existe dentro de mim. É retomar a minha conexão com a Vida, é não deixar que os problemas do mundo inquietem a minha mente, já que nada do que o mundo oferece muda quem eu sou de verdade.

Quem eu sou de verdade é feliz o tempo todo. É sério o tempo todo. Ama o tempo todo, sem distinção. Quem eu sou de verdade não brinca em serviço, muito menos fora dele. Quem eu sou de verdade não vê tempo ruim e não vê ganho nenhum em sofrer por aquilo que, na real, não pode controlar.

O meu eu verdadeiro segue o fluxo e não vê motivo para gritar, espernear, bater, chorar até dormir ou usar a vingança para satisfazer o meu senso ilusório de injustiça. Quem eu sou simplesmente é. E isso basta. E isso é feliz.