#partiu rumo ao fluxo natural da vida

Quando eu morei na França, fiquei em um apartamento gracinha que dividi com uma amiga, e na varanda tinham dois cata-ventos muito bonitinhos que viviam girando por conta do vento incessante em Nice.

Como uma lembrança dessa viagem, tatuei, no final do ano passado, um cata-vento no braço, e posso dizer com toda certeza que essa é uma das minhas tatuagens preferidas (tenho cinco, até agora).

O mais interessante é que essa semana ela ganhou um novo significado para mim. Eu nunca pensei muito sobre o vento, mas sei que nos dias quentes, eu praticamente rezo por ele todos os minutos do dia para refrescar.

Também sei que o vento segue a sua própria vontade, ele não tem crenças nem valores que mudam a sua rota ou fazem com que ele deixe de bater. Ele não duvida. O vento flui.

Você talvez não tenha percebido isso, mas eu mudei o elevator pitch do blog (a.k.a a frase que fica embaixo de ‘Desancorando’ no cabeçalho – além das categorias, na barra lateral). Isso, obviamente, tem um motivo.

‘Levantando âncora em busca do mundo’ não tem mais nada a ver comigo. Quando eu criei o blog, há quase um ano (o aniversário do blog é dia 05 de novembro \0/) estava tentando sair do fundo do poço (ou do mar) onde eu me encontrava e voltar a viver, buscar o sentido de estar no mundo e o que eu vim fazer aqui.

Agora, eu entendo que a minha função vai muito além do mundo e que ela tem tudo a ver com o fluxo natural da vida. Aí entra a metáfora do vento: a vida, em sua forma pura e verdadeira, flui. Ela não tem empecilhos, não tem valores ou crenças que definem aquilo que eu posso ou não fazer… Ela não sente medo.

A vida flui, e se a gente deixar ela seguir o seu curso sem usar o que chamamos de controle pra tentar mudar a rota, ela é tão incrível, tão cheia de amor e de paz que é difícil pensar que um dia sonhamos com algo diferente disso.

Quando eu criei o Desancorando, eu não sabia disso, mas agora eu vejo que a minha cura está nesse blog. Está em recuperar a minha própria autoestima, me livrar do meu próprio medo, enquanto eu ajudo quem lê a fazer o mesmo.

Com essa mudança, o blog entra em uma nova fase. Uma fase em que eu me coloco de forma totalmente disponível nessa missão, dessa meta, e que tenho certeza que ela será cumprida. Isso pode parecer só um blog, mas é muito mais do que isso.

Por muito tempo eu achei que não sabia onde iria chegar nessa vida. Sabe aquela sensação de estar totalmente perdida, de não saber o caminho? Mas, como diz a música, ‘já sei quem sou e onde estou, também já sei pra onde vou’. (‘Voltando pra Casa‘ – Kaw Yin Yan Yin)

Agora, vou em busca do fluxo natural da vida, e chamo vocês para irem comigo em busca daquilo que somos de verdade, sem amarras, sem termos de nos adaptar ao que quer que a sociedade determine só para ter uma sensação de falso pertencimento.

Vamos seguir o fluxo e deixar pra lá essa ideia de construir barreiras tentando mudar a rota do vento. A gente pode até acreditar que conseguiu, mas, de um jeito ou de outro, ele sempre encontra uma forma de soprar pro mesmo lugar.

Contem comigo incondicionalmente nessa nova era.