Diário #21 – Minha eterna briga com os acessórios

Não sei se já cheguei contar isso, mas desde que me conheço por gente, os acessórios e eu não nos entendemos. Quando era pequena, assim como quase toda menina, tive as orelhas furadas e comecei a usar brinquinhos. O problema veio pouco tempo depois: se não fosse de um material mais nobre (tipo ouro), minha orelha inchava e coçava. Alergia.

Anos depois descobri que essa alergia se estendia aos colares. Num dia quente, em contato com a pele, eles enchiam (e ainda enchem) o pescoço de bolinhas que coçam horrores e vão piorando conforme o dia passa, até que não dá mais para ficar com o colar no pescoço.

Anéis e pulseiras são a exceção à essa regra, então foram neles que apostei por boa parte da adolescência. Lembro que adorava fazer como a minha prima, que foi a minha referência de moda nessa época, e usar um milhão de pulseiras coloridas no braço, numa coisa meio clubber, para ir até a escola. Chegando em casa logo arrancava as pulseirinhas e os anéis coloridos de plástico porque incomodavam pra estudar (e eu era dessas que escrevia resumos de páginas e mais páginas e ficava com o braço todo marcado!).

Depois veio a fase punk, com as munhequeiras, pulseiras de spikes e anéis que manchavam os dedos de verde (ai, que tristeza!), que eu usava em peso para a escola combinando com o meu cinto também de spikes, mas que arrancava assim que pisava em casa, pelo mesmo motivo.

Brincos e colares eu usava tão raramente que nem tinha em casa. E, se tinha, eram uns bem genéricos.

Com o tempo, esse tira e põe começou a me incomodar e eu praticamente aboli os acessórios do meu closet. Saía de casa sem nada além da roupa mesmo, e esse movimento me incomodava muito. Porque eu percebi que era mais uma forma de me esconder na multidão, sem ser notada ou chamar a atenção por qualquer coisa diferente.

A alergia era uma desculpa? Claro, ninguém quer passar o dia se coçando por causa de um acessório que causou uma reação na pele. Até porque essas reações ficam bem à mostra e eu, branquinha que sou, ficava inteira vermelha! Mas passei a sentir falta de alguma coisa diferente.

Daí veio a primeira vontade de usar brinco e as milhões de camadas de base que eu passo na haste para não reagir. Fora o reboco de pomada antialérgica para não inflamar a orelha. Nos colares, o esquema é não transpirar. E como eu faço isso? Trocando as caminhadas homéricas que eu fazia todo dia pelo transporte público. Chegando em casa, eu ainda tiro tudo, mas com menos frequência do que antes. E, claro, se eu tiro, é pra colocar de novo antes de sair a segunda vez.

Acabei pensando em duas ‘regrinhas’ (que não são muito bem regras, mas vá lá), que tem me ajudado com isso:

1. Eu preciso colocar pelo menos um anel para sair de casa;
2. Eu posso combinar esse anel com um colar ou com um brinco

Como a mistura brinco+ colar + anel parece meio over pra mim, tenho optado por essas combinações e tem dado bastante certo! As pulseiras, que eu amava tanto, desaprendi a usar e tenho pouquíssimas agora que valem mesmo a investida. Ando quebrando a cabeça pra conseguir conciliar isso tudo com o guarda-roupa cápsula!

Tem sido legal descobrir como brincar com os acessórios e como combiná-los para dar um ar bem variado para o look. Um colar bacana pode mesmo transformar uma produção inteira, mas é fato que eu ainda preciso dar uma repaginada na minha gaveta, porque as peças meio genéricas ainda são constante!

Você já teve problemas em combinar acessórios? Me conta!