como criar hábitos (e mantê-los!)

bom, é isso! chegamos na última semana desse projeto incrível sobre rotinas e o último tema foi como criar hábitos e mantê-los. sabe o que eu acho mais legal? que é tudo tão bem relacionado que eu nem sei o que é só rotina, o que é só hábito, mas tenho certeza que uma coisa não funciona sem a outra.

então, sem mais delongas… vem comigo!

como criar hábitos?

antes de mais nada, acho que vale a gente lembrar uma coisa básica, que é: o que é um hábito? daí, eu fui lá na internet e achei essa definição aqui, no Wikipédia mesmo:

um hábito é uma rotina de comportamento que se repete regularmente e tende a ocorrer subconscientemente.

quer dizer, é aquele comportamento que você, muitas vezes, faz sem pensar muito. é uma coisa que já é tão comum pra você, que você pensa mais. tipo escovar os dentes depois de acordar ou passar sabonete no corpo no banho.

sabe, eu já li muito sobre esse assunto (o livro mais recente e queridinho do momento é Mude seus horários, mude sua vida) e sigo achando que é um dos meus preferidos de todos os tempos. a questão é que tudo, tudo mesmo, sempre volta pra uma mesma pergunta:

pra quê você quer fazer isso?

quando a gente fala de hábitos, a gente sempre pensa no resultado ao invés da motivação. eu sei, parece que as duas coisas são uma só, mas não são. normalmente, o resultado é algo que você vê e sente com os seus sentidos, diferente da motivação, que é algo que vem de dentro. é a essência dos seus atos.

é o porquê mesmo. a sua razão maior, entende? então, se você pensa, por exemplo, que parar de fumar vai ser bom pra sua saúde e por isso você quer parar, você tá pensando no resultado e não na motivação. por que você acredita que precisa parar de fumar? isso é algo que você quer mesmo?

dei um exemplo que é bem escancarado, mas muita gente continua fumando porque tem uma motivação pra isso (elas falam que ajuda a desestressar, por exemplo), e o resultado, sozinho, não sustenta uma mudança de hábito.

então, por quê? por que você quer ser mais produtiva, começar a comer melhor ou até fazer mais exercícios?

o que me faz chegar numa segunda pergunta, que é: como esse hábito reverbera no todo?

outra coisa que passa despercebida é como a gente pensa nos hábitos como ações isoladas. você, por exemplo, pensa em acordar às 05h da manhã sem pensar que isso pode não ser o ideal pra pessoa que dorme com você. ou, você tem o costume de olhar as redes sociais o tempo inteiro (o que é considerado um hábito ruim), mas não pensa em como isso afeta as pessoas que trabalham com você ou a qualidade da sua entrega.

e, ó, tem zero julgamentos aqui, viu? o que eu tô querendo dizer é que a gente olha pras coisas sob um microscópio e esquece que tem todo um contexto rolando, que os nossos hábitos e as nossas escolhas têm um baita efeito no quadro geral das coisas.

mas eu nem preciso falar muito porque, dada a situação atual, todo mundo já entendeu que é isso mesmo, né? (eu espero que sim.)

então, a meu ver, a única forma de aprender como criar hábitos consistentes é tendo uma motivação verdadeira, que considera o contexto. fora disso, você até pode manter um comportamento por um tempo, mas é capaz dele sumir depois de algumas semanas ou meses ou você mesma deixar de ver isso como algo realmente importante.

depois vem o passo que torna essa intenção, essa motivação, uma prática simples, olha só:

comece pequeno

um dos meus livros favoritos sobre o assunto chama Micro-Hábitos e foi escrito por um cara muito legal chamado B.J. Fogg. O B.J. explica de um jeito bem didático como tem uma fórmula praticamente infalível pra você colocar um hábito na sua rotina (dica: começa com o passo acima!), mas o pulo do gato é tornar esse hábito o menor possível.

tipo, sabe como eu falo vez ou outra que ao invés de começar as páginas matinais escrevendo três páginas de uma vez, você pode começar escrevendo um parágrafo só? então, é mais ou menos a mesma lógica.

parece que pra ter um hábito bem sucedido, você tem que correr uma maratona completa logo no seu primeiro dia. só colocar a roupa de corrida e calçar o tênis, mesmo ficando em casa, não é suficiente.

mas o B.J. fala exatamente isso. ele diz que você pode começar só calçando o tênis. e buscando se sentir bem com isso, sabe? tipo, “dei o primeiro passo, isso é avanço!“.

porque é mesmo.

é ir trabalhando a sua motivação e escalar esse hábito ao mesmo tempo. é dar um passinho por vez e, principalmente, se divertir no processo. afinal…

hábito é pra você, não pro outro

diretamente falando: um hábito é você quem faz. é uma escolha sua, com base numa motivação sua. mas, se essa motivação for se sentir bem, ter um dia mais gostoso, só com coisas que você ama fazer e que te deixam motivada e inspirada, é meio óbvio que o seu contexto vai se beneficiar disso também, né?

por isso que tem que ser divertido. tem que ser gostoso pra você, tem que despertar aquele quentinho no seu coração, sabe? aquela coisa de “cara, isso é muito legal e eu vou fazer isso com todo meu coração porque vai ser legal pra todo mundo!“.

acho que a gente esquece que os outros querem que a gente seja feliz também, né?

mas, eu fujo do assunto. fato é: criar um hábito significa olhar pra sua motivação, buscar um porquê consistente e que te motive e, depois, começar pequeno.

o hábito pode crescer a partir daí (de “só colocar o tênis de corrida” a “correr pelo bairro“, por exemplo). mas o importante é como ele te faz sentir.

tem mais uma coisa importante aí: onde esse hábito se encaixa. lembra que eu falei ali em cima sobre você olhar o contexto? então. é importante também pensar direitinho o que vai servir de gancho pra esse novo hábito.

tipo, se você deixar pra colocar o tênis de corrida depois que sair do trabalho, quando você tá cansada, pode não ser muito efetivo. mas se fizer isso assim que pular da cama, a coisa pode ser diferente.

por isso, hábitos normalmente não funcionam ou não duram quando:

1. a sua motivação não é forte/verdadeira;
2. você começou maior do que o ideal;
3. o gancho não tá combinando com o comportamento ou tornando ele mais fácil de fazer.

tenha certeza que, se você olhar de pertinho, um desses pontos vai te contar porque você não consegue mudar um hábito ou colocar um novo nos seus dias.

o que, aliás, me leva o último ponto desse post (que não deixa de ser importante):

tá tudo bem com você

tem uma coisa que as pessoas ficam pensando quando se fala nesse assunto que passa por:

1. não consegui fazer, portanto, sou horrível;
2. comecei, mas não continuei, portanto, sou horrível;
3. nem comecei, portanto, sou horrível;
4. sou horrível, por isso não vou nem tentar.

você já entendeu onde eu quero chegar com isso, né? caso não, eu explico: a gente pensa tão mal da gente mesma, que se deixa a peteca cair por um segundo ou se nem tem forças pra colocá-la no ar, sente coisas horrorosas porque a gente é horrorosa.

mas isso não é verdade. sabe aquele post que eu fiz sobre a rotina da Marie Kondo? então, cara! a rotina dela e os hábitos dela não servem pra você. só você sabe o que vai ser bom pra você e pro seu entorno.

é aí que tá a beleza das rotinas. elas podem ser totalmente personalizadas e personalizáveis, mas o objetivo tem que ser o mesmo pra todo mundo: felicidade, alegria, conforto, bem-estar.

dê o nome que você quiser, mas é tudo a mesma coisa. o foco tem que ser você se sentir bem. então, se um dia você não fez um hábito X, tudo bem! você pode tentar de novo no dia seguinte.

se dê espaço pra ouvir o que o dia precisa de você, e o que você precisa dele também. tem vezes que a minha rotina da manhã é só ficar uns 40 minutos no sofá tomando café.

em outros, a minha rotina da noite é me jogar na cama sem pensar em mais nada.

e tem vezes que a minha rotina de trabalho nem passa pela minha cabeça, eu só vou fazendo o que aparece.

em todos os casos, os hábitos que envolvem qualquer uma dessas coisas fica meio de lado, sabe? mas tudo bem.

porque isso não muda o que eu busco, que é me sentir bem. não vou faar mal de mim porque eu não escrevi páginas matinais por uma semana, vou?

claro que não!

(e aconteceu essa semana, juro!)

e você também não precisa. pensa nos hábitos como um suporte pra uma rotina que você quer ter porque você ama e porque te faz sentir bem. e isso reverbera pra todos os 4 cantos do universo.

tá bem?

pra fechar, a Adri me ajudou a montar mais uma vez um planner (ou melhor, um tracker!) pra você ficar de olho nos hábitos que você quer implementar na sua semana.

a ideia é a de um habit tracker mesmo, mas com alguns “plus a mais“. então, antes de preencher o quadro com os comportamentos que você quer treinar naquela semana lembra de:

1. pensar no porquê fazer cada um deles;
2. em quem vai se beneficiar com eles, além de você;
3. e com quem você vai compartilhar o que tem sentido e descoberto com essas práticas novas.

tenho certeza que você vai curtir preencher! eu pense no formato semanal porque acho mais simples e menos opressor (na falta de uma palavra melhor) do que o tracker mensal. assim, a gente vai dando pequenos passos juntas! ok?

CLICA AQUI PARA BAIXAR O TRACKER

é isso! ufa! foi um mês incrível e eu agradeço, de coração, por você ter acompanhado todas essas ideias sobre rotinas e hábitos e ter dias confortáveis e, claro, criativos. muito obrigada, mesmo!

espero, mesmo, que tenha sido útil!