cotidiano

em dias comuns, quando eu entro pela porta do coworking da Coexiste o Léo já tá sentado na mesa dele, com os fones de ouvido, editando algum novo vídeo que eu verei em breve, tenho certeza. ele abre os braços e um sorriso – “você chegou!”, ele sempre diz. sim, cheguei. bom dia, Léozinho. abraço, beijo.

foto de família de uma parte da nossa galera – e eu amo que o Léo fez, mesmo, pose de foto de família!

coloco a mochila em cima da minha própria mesa, ou melhor da minha parte da mesa. computador, celular, bullet journal, estojo. desconecta ao fone do celular, coloca na saída do laptop. alguém viu minha garrafa de água? ah, tá aqui. e a minha caneca? vê se tá na sala 1. opa, achei. vou só pegar um chá, tomar uma água e logo começo.

dali a pouco a Tali me liga: “quer que eu tire uma marmita sua do freezer?”. quero sim, amor, brigada. mais cinco minutos e ela tá sentada do meu lado rindo dos memes que viu num dos (dezenas) de grupos que a gente compartilha e perguntando o que a gente vai fazer na sexta de noite. ver filme, claro. comer alguma coisa gostosa também.

segura aí uns dez minutos.

chegou a Brenda. sempre com um look diferente. um brinco grande. um óculos de sol. falando alto e com um copo de café na mão. seria a própria definição de hyspter se não fosse a melhor representação da quebrada que eu já conheci. canta o dia inteiro. dança na frente do computador. transforma tudo em música.

ai, que susto! pronto, lá vem o Koba, que é um evento só de abrir a porta. vem fazendo beat box e cantando mil melodias ao mesmo tempo. solta uma piada ruim, daquelas que só ele mesmo ri, mas que, no fundo, todo mundo ama. cutuca meu ombro tentando me fazer olhar pro outro lado. eu caio (quase) toda vez.

bom dia, Patty Lima, como vai? todo dia ela chega com a mesma carinha de sono, todo dia eu canto a mesma coisa. todo dia ela bate três vezes na mesa do lado da porta pra completar a música.

peraí, tem mais.

abre a porta: é a Debby. que vem todo dia de manhã dar uma volta pelo prédio e faz a sua tradicional parada de bom dia no coworking. às vezes, a gente para pra tomar um café e conversar um monte. “eram só cinco minutos, juro!”. “ela voltou!”, diz o Léo, lá da mesa dele, quando eu passo de novo pela porta.

DEU MEIO DIA GENTE HORA DO ALMOÇO. pontualmente. sem tirar nem pôr um minuto. lá vai todo mundo até o microondas. quem é o próximo da fila? vou deixar meu prato aqui. tira o meu, Brenda? cadê a Gabs? Vem mais tarde hoje? come, come, come, conversa, conversa, conversa, ri, ri, ri. pronto acabou, todo mundo levanta na mesma hora, lava o prato, guarda os talheres, o tapetinho de mesa.

na volta, aquela espiada nas bolachas do coffee da Madá. afe, tem aquela de mousse de chocolate. cada um pega duas. volta pro segundo andar. bora tirar 10 min? bora. senta todo mundo no sofázinho. o Léo dorme (quase) toda vez. a Brenda, deita de bruços com o óculos escuros no topo da cabeça enquanto olha o celular. eu e a Tali… bom, a gente sempre engaja numa conversa que leva muito mais tempo do que a gente imaginava e acaba com uma das suas chorando de emoção.

hora de voltar, pessoal. todo mundo concentrado. silêncio. às vezes o João senta do meu lado. eu adoro o João. todo o dia o Fê Rosales chega em horários alternados. não fala muito, mas tem um conforto em ver ele ali. o dia inteiro passa num abrir e fechar de portas, num põe e tira de fones de ouvido, num constante “o que eu foi aí?” e “do que cêis tão rindo?”. Entra o Patrick, a Carol Barbosa, o Fabinho. tem dias que a Carol Triguis e a Pri aparecem andando de costas na janela… nem sempre a gente entende o porquê, mas é sempre divertido. tem o abacateiro também, que tá todo dia alegremente mostrando as suas folhas pra gente. tem a obra do vizinho, que a gente vistoriou tim tim por tim tim à distância. o Koba, por exemplo, foi o próprio mestre de obras, passou um tempão na janela só olhando o que os pedreiros tavam fazendo.

vou lá fora pegar um café, alguém quer? Kaw Yin Yan Yin chegaram pra pré-aula, quem vem? ixi, eu tinha um monte de coisa pra fazer hoje, mas parei pra conversar aqui e lá se foi uma hora inteira. ai, hoje eu não tô muito bem. “que que tá pegando, Marcelinha?”, solta a Talita quando tá só a gente na sala.

a Maddu no coworking é outro evento. fala alto, canta, brinca, é cheia de energia. que cê acha, Léo? vamo comigo, Brenda? taca-lhe reunião de alinhamento com a produtora inteira no lounge de segundo andar. se junta a Maíra e a Gabs então. vixi, é hoje que ninguém foca em coisa nenhuma (mas tem dias que a gente foca em tudo também).

abraço, beijo, abraço, beijo. bom dia! tchau, gente! ela voltou! quando eu não apareço por lá, tem mensagem de “amigo, donde estás?”. cadê você que não veio hoje? ficou um dia longe, não faz mais isso, menina.

se eu choro, tem sempre alguém pra cuidar de mim. se alguém chora, eu to lá pra cuidar também. pensar num dia sem qualquer uma dessas pessoas é um tiro no coração que eu prefiro não receber.

é piada ruim, zoeira, meme, vídeo bonito, emoção, beat box, porta que abre, que fecha, que fica aberta, liga o ar condicionado, desliga o ar, quero um café, alguém pega água pra mim? cadê minha cadeira, ixi, sentaram no meu lugar, a Ana tá aqui hoje, que legal! tô sozinha aqui, que que aconteceu? amo esse lugar cheio. amo vazio também. preciso concentrar tá bom? gente, vamos focar. corte seco: risadas infinitas, grito, berro, puuuuuuts. amor, percebe? francamente. poxa, cara. como assim cê já vai?

ufa. cheguei em casa.

graças a Deus que amanhã eu volto pra lá.

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Escrito pelaMaki
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5 Comentários
  1. Mari  em dezembro 11, 2019

    Oie, Maki!!
    Coincidentemente (ou não) esse é o terceiro post (e vídeo) falando sobre trabalho, e o seu me deu o quentinho no coração e a certeza de que é isso que eu estou buscando para mim, já que no momento a minha vida não está das melhores no quesito trabalho.
    Eu estou muito infeliz no meu trabalho.
    Para falar a verdade não é de agora, eu me sinto infeliz aqui desde junho/julho de 2017 e desde então as coisas só pioram. Então assim, já faz um bom tempo. Por isso que eu coloquei a meta de sair daqui no começo (mais tardar março) do ano que vem e buscar algo que me faça feliz. Porque assim, Maki, eu estou muito triste e desmotivada. Não quero desabafar tudo o que acho aqui nesse comentário (por mais vontade que me dê de sentar e tomar um chá com você e falar tudo), então vou parar por aqui e conclui o pensamento.
    Obrigada por esse post, ele me fez perceber o que eu quero e posso ter na minha vida, porque eu sou bem capaz de achar algo melhor do que eu tenho agora, me fez perceber que eu estou recebendo sinais e mais sinais do universo me implorando para mudar, porque eu preciso mudar.
    E confesso, eu estou com muito medo da mudança que está por vir.
    Mas, sabe, Maki? Eu vou com medo mesmo.

    Um beijo no coração! <3

    • Maki  em dezembro 29, 2019

      Mari, você é tão legal <3
      tenho certeza que essa nova fase vai ser incrível! e não fica com medo não. as coisas acontecem exatamente como tem que acontecer. boa sorte!
      e, quem sabe, a gente não conversa sobre isso enquanto toma um chá?
      <3

      • Mari  em dezembro 30, 2019

        Ahhh obrigada!!! <3 Esse apoio, mesmo de longe, é exatamente o que eu preciso!!!
        Eu super acho que pode rolar essa conversa banhada a chá sim hahahhahaha

        beijos!!!! <3

  2. Ana  em dezembro 10, 2019

    Que coisa linda e gostosa de texto!! Delícia demais essa vida! Obrigada por compartilhar!

    • Maki  em dezembro 29, 2019

      eu amo você <3