bullet journal

listas realistas desancorando

você lembra que quando eu falei sobre estar me sentindo pressionada pelo bullet journal, eu escrevi que ia começar a fazer listas realistas? pois é, depois de escrever aquele post, eu fiquei pensando em como isso tava acontecendo, sabe? o que eu tava fazendo de diferente pra reverter o que eu tava sentindo.

primeiro de tudo: teve um movimento anterior à essas listas, entende? uma coisa de: peraí, eu tô colocando muita coisa pra fazer num dia só e não tô dando conta, e tô me sentindo horrível na hora que deito na cama pra dormir. pesado.

isso foi seguido por um segundo olhar de novo, e perceber que tinham coisas acontecendo no meu dia que não tavam na minha lista de afazeres gigantesca e que me tomavam tempo – e que, por consequência, jogavam itens da lista pro dia seguinte ou pra “quando desse“. deu pra perceber já como o nível de enrolação foi crescendo, né?

soma-se a isso a tal GRANDE CRISE CRIATIVA DE 2018™, que me deixou meio confusa das ideias e com uma dificuldade de escrever, e a procrastinação e falta de foco atingiram níveis nunca antes vistos na história deste país. pronto, circo armado: frustração, culpa, estresse e a vontade doida de fazer um fogo cerimonial com o meu simpático caderninho de florzinhas.

mas, e aí, né? e agora? o que eu faço com esse tanto de informação? hora de tomar uma boa dose de ‘baixa a tua bola, menina‘, e começar a pensar no que, de fato, pode ser feito e deixar espaço para o improviso, sabe? para o inesperado.

quinta passada, por exemplo. montei uma listinha já bem mais realista e surgiu uma coisa de última hora no meio da tarde. mas, veja bem, eu não fiquei neurótica com isso, porque já tinha feito uma boa parte do que tinha me proposto pro dia e ainda sobrou tempo, mesmo depois do tal evento inesperado. num é que funciona?

ok, ok, mas vamos a parte prática da coisa. vou contar o passo a passo que eu comecei a fazer pra isso funcionar, tá? pode ser que dê super certo pra você também, pode ser que você precise de algumas adaptações, mas o caminho que eu segui, foi esse:

1.entendi quantas horas tenho disponíveis no dia

toda quarta-feira eu tenho uma reunião que dura a manhã inteira, então, não dá pra colocar na quarta o mesmo número de tarefas que eu colocaria na terça, por exemplo, que é um dia sem reuniões fixas. eu tenho menos horas para mexer em textos, então tenho que considerar isso na hora de escrever minha listinha. segunda, quarta e sexta, são dias que eu treino de manhã, então chego um pouquinho mais tarde no trabalho, e terça e quinta são os dias que eu considero “mais longos”, porque não tenho nenhuma outra atividade fixa que ocupe um bloco do meu horário. a partir daí, é pensar o tempo que eu levo pra fazer um texto e uma edição, por exemplo, e encaixar no tempo disponível.

2.eu optei sempre por menos tarefas

qualquer que seja o formato do meu dia, porém, eu tenho optado sempre por colocar menos coisas do que o tempo comporta. mais por uma questão de flexibilidade – eu não sei o que pode acontecer ao longo do dia, quando vão precisar de mim pra alguma coisa, se vai surgir um convite pra um cafézinho no meio da tarde ou pra uma reunião de três horas. então, mesmo considerando o item acima, eu coloco poucas coisas pra ticar ali. se conseguir fazer tudo e ainda sobrar tempo pra mais, MARAVILHA, se deu o tempo certinho pra fazer o que eu escrevi, MARAVILHA TAMBÉM, e se não deu tempo nem de fazer o que eu tinha colocado no papel, MARAVILHA DE NOVO. isso porquê…

3.eu chequei as prioridades o tempo todo

que era uma coisa que eu tava esquecendo de fazer, sabe? checar prioridades. o que precisa ser feito primeiro? o que é mais importante pra fazer agora? e ir me guiando a partir disso. já aconteceu de, no meio do dia, eu me lembrar de uma tarefa que não tinha anotado e precisava ser prioridade. e tudo bem, as outras “desceram” no meu top-5-coisas-pra-fazer-daquela-vez, e o que eu conclui foi o que era prioritário. tudo certo!

4.eu trabalhei a não culpa

muito. muito, muito, muito, muito. já percebeu como a gente tem a tendência de se culpar, ficar se sentindo horrível por não fazer uma coisa que a gente mesmo se propôs a fazer? tipo, foi a gente que escreveu a bendita listinha, sabe? por que a gente vai se sentir culpado por não cumprir o que tá ali? então, sim, esse foi o meu maior treino. não me culpar por coisas que eu não fiz. não justificar porque elas não foram feitas (mas dar uma explicação objetiva e honesta, se me fosse perguntado) e focar em entregar tudo o que eu tenho em cada tarefinha feita. o resto é, literalmente, lucro. tá tudo certo, eu não sou errada e eu tenho a certeza no meu coração de que o que precisava ser feito, foi feito. e se a culpinha aparecesse: respirava fundo, lembrava que tava tudo bem e que eu não ia me culpar por isso. pronto, bola pra frente, tudo certo no reino da Dinamarca (ao contrário do que dizia Shakespeare).

a gente bem sabe que a nossa geração é meio que obcecada com produtividade e fazer sempre mais e melhor e mais e melhor e ‘como eu posso otimizar os 15 minutos que eu tiro pro cafézinho da tarde sem perder o fluxo de trabalho?’ e a verdade é: você não sabe. não tem como, entende? o que eu aprendi, nesse tempo, é como ter listas realistas me abriu espaço – na mente – pra outras coisas que eu nunca imaginaria que pudessem acontecer. quando eu fiz trabalho a mais, fiquei feliz porque rolou de adiantar um monte de coisa. se eu fiz a menos, percebi que tudo bem porque eu fui útil de outra forma. eu me propus a sair da caixinha de Barbie Produtiva™ em que me coloquei, entende? e se, um dia, eu não conseguir fazer nada do que escrever no bujo? vou passar o resto da semana me martirizando por isso? não, senhora, não quero esse canapé estragado que você tá me oferecendo. prefiro entender o meu ritmo, fazer as coisas com calma e deixar que o dia me conte o que tem que ser feito, não o contrário.

no fim, esse movimentozinho me permitiu fazer as pazes com o meu bullet journal, e nós voltamos a gostar um do outro. ele é uma ferramenta que me ajuda, e não a fonte do meu estresse. a gente pode viver dias gostosos sem achar que tem ser uma máquina com horários milimetricamente cronometrados, tal qual o Coelho de Alice no País das Maravilhas, que vivia atrasado e a um passo de um mini-ataque cardíaco, né?

enfim, isso tudo só pra você entender que tá tudo bem rever a sua semana e adaptar as suas tarefas segundo o que os seus horários comportam mesmo, sabe? ser realista sobre o que você vai e precisa fazer, sem criar uma expectativa absurda em cima de si mesmo e da sua capacidade (física e mental) de ter um dia “produtivo“. entendi que, pra mim, produtividade é estar disponível pra fazer o que é necessário a cada momento. e ponto final.

em tempo: se você quiser uma ajudinha pra entender melhor a sua semana, a minha musa Aileen Xu, do Lavandaire, fez um vídeo bem legal sobre isso (em inglês), em que ela até compartilha uma planilha pra você montar a sua semana ideal. acho mara!

me conta: o que é produtividade pra você?

Compartilhe!
Escrito pelaMaki
Deixe seu Comentário!


Warning: Undefined property: stdClass::$comments in /home1/desan476/public_html/wp-content/themes/plicplac/functions.php on line 219
8 Comentários
  1. m a r i a n a  em julho 12, 2019

    amo muito as fotos que você coloca nos posts. transmite uma sensação tão única de aconchego. <3 e muito obrigada por compartilhar todas essas diquinhas conosco. para mim produtividade é fazer bem feito, com coração 100% naquilo que estamos fazendo no momento, não importando quantidade e sim qualidade.

    • Maki  em julho 21, 2019

      nossa, sim! essa definição é muito incrível e uma das melhores que a gente pode adotar <3

  2. Christinne Pereira  em agosto 17, 2018

    Eu tentei diversas vezes me organizar com o bujo, mas não é para mim – eu me desorganizava tentando me organizar. Ao invés disso, virou um caderninho de lembranças e listas, e continuo me organizando na boa e velha agenda – o que me ajuda a entender o meu dia. <3

    • Maki  em setembro 10, 2018

      amei a ideia de transformar o bujo num caderninho de lembranças <3 se ele não funciona pra você, tá tudo bem buscar um método que ajude mesmo, sabe? a gente esquece de se dar essa chance, de vez em quanto. de abandonar coisas sem culpa, entende?

  3. Lorena  em agosto 09, 2018

    Eu tentei o bullet, mas eu me sentia culpada por “perder tempo” escrevendo em um caderno, sendo que no meu dia a dia não era funcional. Utilizo alguns apps para me organizar, tem funcionado tão melhor!! E sem a culpa toda.

    • Maki  em agosto 17, 2018

      isso! o principal é fazer sem culpa sabe? e achar o método que funciona melhor pra você!

  4. Marina  em agosto 05, 2018

    Lembro muito do dia em que parei de fazer listas de tarefas porque elas estavam me pressionando. Ficava tão frustrada! E isso não faz nenhum sentido, né?

    O bullet journal tem esse problema, a gente tenta fazer lista e deixar a coisa bonitinha e termina se perdendo do principal objetivo, que é cumprir as tarefas diárias. Hoje, o que tem funcionado para mim são os lembretes do celular. Os journals, eu agora uso com outro objetivo, evitando a pressão sempre.

    • Maki  em agosto 07, 2018

      usar lembretes é incrível, né? eu sinto que, com essa coisa de fazer listas mais realistas, entrei num fluxo legal e sem me pressionar. tem dado certo <3 mas é importante a gente rever isso sempre e ir buscando formas diferentes de tornar a nossa rotina mais gostosa, sabe?