a vez que eu viajei pra hogwarts (em francês)

eu quebrei muito a cabeça pensando o que eu poderia mostrar como uma lembrança de viagem. além das milhares de canecas que eu trouxe de todos os lugares que eu visitei até hoje (e que seria um trampo de fotografar), eu pensei em duas coisas que eu gosto muito: livros e Harry Potter.

eu tenho uma mania de comprar livros que eu gosto muito em outras línguas, sempre que posso (e mesmo que eu não saiba nadinha dessa língua em questão – vide os mangás de Sakura Card Captor que eu comprei em chinês quando visitei a Chinatown de Vancouver, no Canadá). quando morei na França e tava estudando francês, pensei em comprar algum livro que eu conhecesse bem para treinar o que estava aprendendo, e o escolhido da vez foi Harry Potter.

calhou também de eu passar o Ano Novo em Londres durante esse intercâmbio. apesar de não ter conseguido agendar o passeio pelos estúdios da Warner, onde os filmes foram feitos (lágrimas eternas), eu consegui ir até King’s Cross, a verdadeira, a original, visitar a lojinha de HP que tem por lá e tirar uma foto tentando entrar na plataforma 9 3/4. por conta de tudo isso, eu acabei voltando dessa viagem com duas lembranças potterísticas: o primeiro livro da série (um dos meus favoritos) em francês e uma passagem pra Hogwarts.

lembro que no dia que eu comprei o livro, eu tava meio pra baixo e sai pra passear pelas ruas em Nice. no caminho da minha casa pra praia, tinha uma Fnac enorme (você sabia que a Fnac é francesa?), e eu passei algumas horas no meio dos meus amigos livros para ver se me sentia mais animada. encontrar os livros de HP foi como rever um amigo antigo, e eu lembro de sentir um quentinho no coração, uma coisa de ‘tô em casa‘. acho que Harry tem esse efeito em mim mesmo.

o meu sonho, conhecendo Londres, era ter o máximo de contato possível com o lugar em que se passa uma das minhas histórias favoritas, e ter essa pequena lembrança (a única que eu consegui comprar, na época), meio que teve esse mesmo efeito, sabe? uma coisa do tipo ‘qualquer coisa, eu já tenho a passagem pra casa‘. meio besteira, mas meio verdade, né.

quando eu olho pra esse livro e esse ticket (que fica guardado dentro do livro), eu lembro disso. dessa sensação de procurar um lugar que me lembre a minha casa, o lugar de onde eu sou de verdade. é uma sensação de retorno, de ‘quero que tudo fique bem de novo‘ e uma busca pela solução pra dor no peito que eu sentia, sabe?

sei lá. eu senti uma empatia pela Maki do passado, quando olhei pra isso, e deu vontade de me dar um abraço e contar pra ela que, olha só, hoje tá tudo bem. ♥

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