internet

Quando eu falei sobre a nova fase do blog, disse que me colocaria totalmente disponível para a missão que era manter o Desancorando. E parte dessa missão (veja bem, missão, e não obrigação) é que a partir do momento que eu topei essa ideia, uma das premissas é que não existem mais segredos aqui.

Se esse blog é a minha cura, se aqui eu quero recuperar a minha autoestima e ajudar você a recuperar a sua, como pode existir algo na minha vida que não vá ser compartilhado aqui, de uma maneira ou de outra?

a-internet-não-é-segura

Isso me veio muito à mente com a notícia da Essena, que tinha números bem altos de seguidores nas redes sociais, mas largou tudo porque percebeu que se perdeu no caminho.

Eu, claro, me identifico com isso, e me identifico muito também com o post que a Gabi fez no Teoria Criativa que fala sobre a internet não ser um lugar seguro, sobre estarmos sempre sob o olhar julgador do próximo.

Com isso em mente, me veio à pergunta: se a internet não é um lugar seguro, como diabos eu vou ser totalmente sincera e honesta num espaço online?

E a resposta me veio até que bem fácil: colocando a minha segurança em outro lugar.

Eu amo a internet. De verdade, sou doida com o Twitter, minha rede social preferida, e tô construindo um carinho pelo grande pelo Instagram. Blogo desde que me conheço por gente e fiz grandes amizades online. Uma das que merece ser citada aqui é a , do Hey Cute, uma das minhas melhores amigas e companheirona desse mundinho. Fisicamente, estamos longe uma da outra, mas a internet sempre me fez sentir como se estivéssemos muito próximas.

Nos últimos 10 meses, uma coisa que eu aprendi é que de nada adianta eu jogar no mundo a culpa por aquilo que eu sinto. Eu tenho a minha parcela de responsabilidade pelas sensações que tenho e as cenas que vejo e em que me coloco e é uma escolha minha estar onde estou, de mais ninguém.

Fiquem atento para o fato de disse que é minha ‘responsabilidade’ e não minha culpa. A culpa, meus amigos e amigas, é nada além de um truque da mente para que gente sinta que não vale de nada. E, como eu já comentei, somos todos muitíssimos importantes e indispensáveis.

Mas, voltando ao meu questionamento… Se tudo o que eu sinto é minha responsabilidade, logo o que vem da internet só me afeta se eu deixar. Vejam o pulo do gato aqui: você só vai se sentir mal por aquilo que as pessoas falam de você se você deixar e se você quiser se sentir mal.

Péra, mas você tá falando que eu quero me sentir mal? Pode isso, Arnaldo?

Pode, sim. Conscientemente, você pode não saber disso, mas entenda que você sempre vai atrás de uma sensação. Se você está triste compreenda que, em algum lugar, você quer se sentir triste. E tudo bem. É uma escolha sua.

Para o Desancorando ser um espaço livre de julgamentos, a minha segurança não pode estar no que eu posto aqui ou nas minhas redes sociais. Nem no que as pessoas falam sobre mim ou sobre o blog. Ela tem que estar em mim mesma.

Não é fácil reconhecer isso. É um treinamento diário (e por diário entenda: é algo que eu faço de hora em hora, de minuto em minuto), mas a minha segurança não tem que estar num espaço pouco palpável como a internet, muito menos em outro alguém. Ela tem que estar em mim e na minha ligação com o Criador.

Não, esse não é um post religioso (e, não, eu não sou religiosa).

Por isso, para o Desancorando ser o que ele já é, a minha cura, o meu espaço livre de julgamentos e um lugar em que você que me lê pode se sentir bem o suficiente para contar o que quiser, eu não posso me sentir acuada em falar qualquer coisa sobre a minha vida.

Por isso, seguem aí algumas coisas que você talvez pudesse não saber sobre mim, para mostrar que estou, realmente, comprometida com isso:

  1. Eu sofro de transtorno depressivo e ansiedade crônica
  2. Eu tomo antidepressivo uma vez por dia
  3. Meu cabelo sempre foi meu ponto de maior insegurança
  4. Eu já tentei me matar
  5. Eu não conseguia ter conversas sérias sem chorar
  6. Eu machucava a palma da mão com as unhas quando estava nervosa
  7. Eu tenho vergonha da minha vida sexual.

TRÁ. Na cara (na sua e na minha!). O Desancorando é a minha casa, e pode ser a sua também, se você quiser.

O que você posta nas redes sociais, como tantas blogueiras maravilhosas falaram (aqui, aqui e aqui) é apenas um recorte da sua vida real. E você não pode deixar um recorte afetar o que você é de verdade.

Bora tornar a internet um lugar em segurança, ao invés de seguro?

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Escrito pelaMaki
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18 Comentários
  1. BA MORETTI  em dezembro 02, 2015

    quando a gente toma controle dessas sensações fica tão mais fácil né? a gente vai descobrindo o que afeta a gente, vai moldando e assim a vida vai ficando mais leve. e super concordo que falar sobre as coisas que afetam a gente ajuda a encara-las de uma forma mais natural, mais suave… até o ponto que elas deixam de nos afetar negativamente 🙂

    • Maki  em dezembro 02, 2015

      SIM! Falou tudo, Ba! E leveza é tudo o que a gente mais quer, né? Já tem tanta coisa ‘pesada’ por aí, tanta negatividade… Vamos parar de deixar essas coisas nos afetarem, vamos enfrentar o que nos deixa com medo. Na real, tudo o que a gente busca é amor e, como diz minha avózinha, quem procura, acha 🙂

  2. Amanda Salinas  em novembro 27, 2015

    mELHOR TEXTO DE TODOS! oBRIGADA POR ALEGRAR MEU DIA COM ESSAS PALAVRAS. cONCORDO TOTALMENTE COM VOCÊ E NO MEU BLOG SEMPRE TENTEI MOSTRAR MEU LADO DE VERDADE, APESAR DE AS VEZES DEIXAR DE POSTAR ALGUMA COISA COM MEDO DO QUE FOSSEM DIZER. eU SOFRO DOS MESMOS PROBLEMAS QUE VOCÊ, SÓ QUE MEU PONTO DE MAIOR INSEGURANÇA É MINHA BOCA. aDORO SEU BLOG, visito sempre que posso! ♥♥♥♥

    • Amanda Salinas  em novembro 27, 2015

      saiu tudo em caps ): haha

    • Maki  em novembro 28, 2015

      Oi, Amanda!
      Ah, que isso, obrigada você por esse comentário fofíssimo! Fico feliz que você tenha se identificado com o que eu escrevi, e eu super entendo esse medo de postar por conta do que os outros vão pensar/dizer. Mas a gente tem que ser verdadeira mesmo, já tem coisa falsa demais no mundo pra gente continuar perpetuando isso tudo, né?!
      Beijos!

  3. K.  em novembro 14, 2015

    Já disse que quando leio seus posts eu sempre me sinto melhor, né? Pois é. Por isso eu já acho que aqui é “minha casa” na internet tb, haha. Adorei o post, principalmente a parte sobre o lugar que colocamos nossa segurança. Eu já pensei algumas veses sobre essa história de se EXPOR na internet (se é bom, se realmente vale a pena), mas blogar e fotografar são “terapias” pra mim, e acho que se parasse de FAZER isso (por algum medo besta da minha cabeça, e não porque não vejo mais sentido) iria faltar um pedaço da minha vida, sei lá, haha.

    • Maki  em novembro 15, 2015

      Afe, tô morta com o seu comentário! Bem-vinda a nossa casinha online <3 Que amor!
      E, meu!, eu também super acho que blogar é uma terapia pra mim. Se eu parece, acho que ia ficar meio perdida, sabe? Eu gosto tanto tanto tanto... E não tem como, se eu quero passar uma mensagem verdadeira, eu tenho que ser verdadeira!<3

  4. Ana  em novembro 08, 2015

    Ola maki!
    Tenho varias coisas em comum com a sua lista.
    Quanto ao cabelo ja pensou em usar algo para disfarçar o problema tipo o toppik? Eu estou usando e a diferença é muita.

    • Maki  em novembro 08, 2015

      Oi, Ana!
      Olha, nunca pensei. Mas também acho que não preciso, sabe? É mais do que hora de eu aceitar isso e lidar numa boa com o que eu tenho/sou!

      • Ana  em novembro 08, 2015

        Sim eu percebo e acho muito bem!
        Eu é que ao contrario das outras garotas que maquilham a cara para se sentirem melhor, eu maquilho o cabelo lol.

  5. mary  em novembro 07, 2015

    Eu tive depressão por uns 30 anos,a causa era a ausência do meu pai,que havia sumido mas apareceu esse ano e a minha depressão sumiu e era muito ansiosa mas minha religião me ajudou muito e agora quase não sinto ansiedade,desejo de todo coração que vc descubra o pq dessa depressão e se cure.

    • Maki  em novembro 08, 2015

      Oi, Mary, tudo bom?
      Eu já descobri o porque e já estou curada. é só uma questão de aceitar um momento difícil que passou 🙂

  6. RAfaella  em novembro 07, 2015

    OI 🙂 achei seu blog por acaso e achei mto bacana ter caido justo neste post. Eu sempre defendo esse tipo de assunto no meu blog, (não é jaba! rsrs). Por que temos que nos privar de algo que pode nos fazer tão bem, em função do comportamento alheio ne?!temos que aprender a lidar com as nossas proprias inseguranças e entender que temos o nosso valor. Gde beijo! voltarei mais vezes!!

    • Maki  em novembro 08, 2015

      Oi, Rafaella!
      Pois é, eu penso muito assim também. A partir do momento que a gente busca segurança em alguma coisa que está fora da gente, não tem como, vai dar ruim=/
      Volta sim! Espero te ver mais por aqui!
      Beijos!

  7. Amanda  em novembro 05, 2015

    Oi Maki, essa é a primeira vez que passo por aqui. Não conhecia tua “casa” e nem tu, mas acho que é de uma coragem imensa contar sobre teus medos e inseguranças.
    eu sou a pessoa mais insegura que conheço, e acho que nunca faria isso (e dentre mtos outros motivos, faço terapia por isso).
    bom, obrigada pelos conselhos, me foram bem úteis.
    abração.
    amanda.

    • Maki  em novembro 06, 2015

      Oi, Amanda!
      Ah sim, eu faço terapia também, porque insegurança era tipo o meu nome do meio!
      Espero te ver mais vezes por aqui!
      Beijos!

  8. Ketlin Cardoso  em novembro 05, 2015

    o que dizer, conheci o blog há poucas semanas, e adorei, mas agora, mais do que nunca me identifiquei com sua forma sincera de ser.
    Eu imagino o quanto deve ser DESAFIADOR se expor na internet, eu mesma, ainda não criei coragem de fazer meu blog.
    Parabéns pela honestidade, e pela ideologia da sinceridade com você e com seus seguidores!
    vou continuar acompanhando.

    • Maki  em novembro 06, 2015

      Oi, Ketlin!
      Que bom que você gostou! Realmente, é desafiados mesmo, mas é um comprometimento que eu fiz de coração!
      Beijos