inspiração

começa pequeno desancorando

olha, queria dizer que essa foi uma semana cheia de conversas incríveis. mas, pra ser bem sincera, uma das que mais me marcou começou meio sem pretensão nenhuma no Instagram, e me lembrou de como a gente tem uma mania maluca de ter ideias megalomaníacas e se perder nos projetos que nunca consegue tirar do papel.

aí, a gente fica meio sem rumo mesmo, sabe? porque a gente tem uma ideia que sabe que é super legal, mas não executa porque ela já não nasce com 100 mil seguidores no Instagram, um plano de monetização que dá lucro imediato e um reconhecimento estrondoso.

bem megalomaníaco mesmo, né?

pois bem, a gente se perde nessas ilusões e não para pra pensar que tudo tem um passo a passo pra acontecer. eu fico voltando pro tanto que eu já falei sobre processos por aqui e como a gente esquece mesmo que o caminho tem que ter a mesma sensação do objetivo final. se a meta é ser feliz, como diabos o caminho pode ser dolorido e cheio de batidas de dedinhos do pé na perna da mesa de centro? não faz nenhum sentido.

e eu me liguei que o mais importante é só a gente dar o primeiro passo. e nem precisa ser grande. muito menos o tipo de coisa que todo mundo vai ver na hora. sei lá, se você quer treinar fotografia, você pode começar fazendo uma foto do seu dia, só pra você, só pra ver como você se sente. nem precisa postar no Instagram se não quiser.

eu tô lendo Grande Magia, da Liz Gilbert, (a gente ainda não falou sobre esse livro, né? coisa mais maravilhosa), e nele a autora explica como a gente não precisa fazer arte com a pretensão de ser uma coisa gigante. sabe essa mania que a internet tem também de querer tornar tudo monetizável? (ai, que palavra horrível!) então, tem dias que você só quer fazer um bordadinho por fazer um bordadinho mesmo, não precisa sair vendendo nem abrir uma barraquinha nas feirinhas alternativas da Vila Madalena (mas tudo bem se você quiser fazer isso também).

o que eu tô querendo dizer com tudo isso é que, se você quiser:

  • treinar fotografia,
  • começar a escrever,
  • fazer lettering,
  • bordar,
  • costurar roupinhas,
  • criar um podcast,
  • montar um bullet journal,
  • ou qualquer outra coisa ~artística~ que venha na sua mente,

você não precisa:

  • ter uma câmera foda e uma conta no Instagram com milhares de seguidores,
  • um blog super conhecido,
  • uma conta no Pinterest super bombada (e eu revirei os olhos de leve ao escrever “super bombada“),
  • uma lojinha online,
  • milhares de downloads no Spotify,
  • um perfil à la studygram…

… você entendeu, né? você pode fazer só por fazer e só pra você ver como você se sente. daí, você tira uma foto aqui, uma outra ali, mais uma acolá e começa a achar que elas tão ficando bonitas, vai treinando e dá uma vontade de postar no Instagram. daí, você posta. posta uma, duas, três… vai fazendo. e tudo bem. não precisa ser um mega projeto, não precisa dar dinheiro, nem precisa ser visto pelo mundo inteiro imediatamente-agora-já. na verdade, ninguém precisa nem saber que você tá fazendo tudo isso.

só porque o (nosso) mundo virou uma grande bolha de “vamos todo mundo contar tudo o que a gente tá fazendo o tempo inteiro”, não significa que você precisa mesmo contar pra todo mundo tudo o que você tá fazendo o tempo inteiro. parece óbvio, mas não é.

só pra gente parar de se cobrar tanto, sabe? e parar de pensar tanto lá na frente. e se a gente se concentrasse no que dá pra fazer agora? puxa, eu queria começar a escrever mais e tenho meia hora dando bobeira aqui, então acho que vou abrir uma página em branco no Docs e começar a escrever o que vem na minha cabeça (prazer, euzinha). ou, sei lá, me deu vontade de tirar fotos do meu dia pra ver se é legal compartilhar com as pessoas, então eu vou tentar e ver o que acontece (de novo: eu mesma).

(aliás, essa coisa da foto eu já comecei e parei tantas vezes que perdi as contas.)

mas ninguém precisa saber. ninguém precisa ver. você pode começar pequeno, só pelo primeiro passo e ver o que acontece. como você se sente. se der vontade, você faz de novo. se não der, você segue o baile, porque a gente não nasceu grudado nas coisas do mundo, viu? tá liberado abrir mão de uma ideia ou de um projeto porque sente que não é pra ser. você não precisa insistir nas coisas que não gosta de fazer.

mas o principal é: presta atenção no que você tá sentindo, menina! o que você sente quando tira a tal fotinho? ou faz o bordado? ou monta o seu bujo? porque é isso que importa mesmo e é isso que faz essas coisas serem legais de compartilhar com os outros. tenha certeza que se você faz uma coisa só pra fazer e pra entrar na onda da galera, a galera percebe (lembra daquele texto sobre como tocar as pessoas com o que você escreve? então).

só porque a gente fica gerando ideias gigantescas e uma expectativa que depois serve só pra jogar um balde de água fria na nossa cabeça, apontar um dedo e soltar um “há! eu avisei!” bem sarcástico na nossa cara. e a gente não precisa disso.

para de pensar tanto. começa pequenininho mesmo. vê como você se sente.

ai, continua. ou para.

o que você decidir, tá decidido.

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Escrito pelaMaki
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17 Comentários
  1. Joseph  em novembro 20, 2018

    Muito bom o post.

    • Maki  em novembro 26, 2018

      obrigada!

  2. Karina Marques  em novembro 15, 2018

    Tu é um anjo! Um pote de textos inspiradores.
    Obrigadaaaaa!
    Beijo enorme

    • Maki  em novembro 16, 2018

      brigada você <3

  3. Lai  em novembro 15, 2018

    Oxe, que vontade de abraçar fortemente, pra não largar mesmo, cada palavrinha desse post! Salvei pra reler sempre. <3

    • Maki  em novembro 16, 2018

      abraça bem forte! e leva no coração com você <3

  4. Carol  em novembro 14, 2018

    Maki, você nem deve fazer ideia do quanto esses posts ajudam a aliviar o peso que carregamos.

    • Maki  em novembro 16, 2018

      afe maria <3 <3 <3

  5. Jess  em novembro 14, 2018

    Ou yés, minha linda, você tem total razão. Eu tô nesse barco. Sempre amei criar conteúdo (trabalho nessa área há mais de 8 anos para outras empresas) e decidi esse ano criar conteúdo pra mim, pra minha quem sabe, futura empresa. Acontece que a gente tem essa sensação de que já está pra trás por começar “tarde demais”, porque tudo parece saturado e porque muita gente já fez coisas estrondosas de legais.

    Mas você tá super certa e eu venho trabalhando isso. Vou continuar criando conteúdo não pelo resultado “final”, mas pelo ato apaixonante de criar, sem esperar recompensa instantânea. acho que é isso. se você quer fazer algo por amor. continue fazendo. exclusivamente por amor 🙂

    obrigada por mostrar que não tamos sozinhos, haha

    • Maki  em novembro 16, 2018

      isso! “se você quer fazer algo por amor, continue fazendo. exclusivamente por amor”. é exatamente isso!

  6. Maki  em novembro 14, 2018

    isso é um teste

  7. Julie Azevedo  em novembro 13, 2018

    Ai, Maki, você sabe dizer as coisas certas pra dias meia boca, sabe?
    Ando tão perdida nos dias que nem sei como proceder, mas seus posts me acalmam muito <3

    Quase não comento por aqui, mas eu te leio, sigo no Twitter e no Insta porque você é uma das pessoas mais inspiradoras que eu já vi na internet. Eu não quero pessoas que 'têm' as coisas, eu quero acompanhar pessoas como você que confortam pelas palavras e não pelas coisas que possuí.
    Obrigada, de verdade, pelos seus textos, fotos e incentivos diários <3

    Beijins!

    • Maki  em novembro 16, 2018

      aaaa Julie! o que eu faço com um comentário desses? vou guardar no coração com muito carinho, obrigada ❤️

  8. Marília  em novembro 13, 2018

    Pensei hoje mesmo em tudo isso: no medo de começar porque posso falhar, no difícil que é no início sem qualquer feedback ou conhecimento ou técnica, e depois estava a pensar que posso simplesmente fazer o que quero para mim e depois vê-se. Se não der em nada ou se já não me der prazer, páro. Por isso, obrigada, por esse texto tão oportuno. 🙂

    • Maki  em novembro 16, 2018

      aaaa, Marília. que bom saber que te ajudou. brigada pelo seu comentário, mesmo <3

  9. Graciela Araujo (Menina Xadrez)  em novembro 13, 2018

    Maki,

    Você acertou em cheio. Por conta, desse momento do ter muitos seguidores no Instagram e outros, percebi que estava aceitando muitos perfis de seguidores que não tinham nada a ver com o meu. Com isso, consegui diminuir de 3000 e poucas perfis que eu seguia para uns 700. Isso me trouxe uma alegria tão grande, você não imagina.
    Sempre fiz muitas coisas ao mesmo tempo, mas percebi que estava deixando o que realmente gosto de fazer de lado para atender demandas absurdas de afazeres para depois postar no Instagram uma foto daquela missão cumprida. Porém, estava me sentindo um robô cumpridor de tarefas.
    E depois que minha ficha caiu e tomei meu chá de gengibre para colocar as ideias em dia. Percebi que não preciso provar pra ninguém na internet e nem para as pessoas que convivo que posso fazer milhões de coisas.
    Na verdade, finalmente percebi que tenho que fazer algo com excelência e para mim, só pra mim.
    Não significa que deixei de agradar as pessoas com um bom jantar, uma palavra amiga, com minhas orações.
    Significa que olhei pra mim com carinho e me dei uma trégua.
    Hoje posto no meu perfil quando dá tempo, pois, sou freela e atendo vários clientes no mesmo dia. Mas posto o que acho bacana é não posto mais nenhuma foto resultado de uma tarefa feita sob pressão pra mostrar aos seguidores, compreende?!
    Mais uma vez agradeço por seu texto.
    Beijo no coração, querida!

    • Maki  em novembro 16, 2018

      Graciela, super entendo! é fazer porque você sente que ter que ser feito e não por pressão dos outros ou pra cumprir uma tabela, sabe? muito doido isso, né?