inspiração

a gente não falhou desancorando

tem horas que eu fico pensando muito verdadeiramente sobre como a gente tem uma ideia na cabeça de que é possível falhar. eu pensei isso o tempo inteiro com esse BEDA. “eu não posso falhar, eu não posso falhar, eu não posso falhar”. daí veio o último fim de semana de abril e o que aconteceu? eu falhei. não consegui postar, não terminei de ler o livro do mês, tava com um monte de coisa na cabeça e não consegui. não deu. me perdoa e não desiste de mim.

mas, sabe, ao mesmo tempo que eu dei uma trupicada (como diria a minha avó) nesse mês de BEDA, e me propus a terminar isso na quarta-feira (dia 2) só pra fazer os 30 posts num espaço de um mês, eu não fiquei tanto assim com a sensação de que eu falhei, sabe? de que eu fiz alguma coisa, de que eu deveria ser punida de algum jeito (“olha lá, tá vendo como eu nunca consigo fazer o que me proponho?“), na verdade, eu sentei na frente do computador pra escrever muitas vezes, tentei ler o livro do mês muitas vezes, mas eu só não consegui.

tem horas que a gente precisa ouvir o que a nossa mente tá contando pra gente, ao invés de ficar forçando uma barra, sabe?

sei lá. no último final de semana eu fiz um monte de coisa incrível, eu passei por muitas coisas incríveis. eu chorei um pouquinho mais da conta, eu abracei um pouquinho de mais, eu ganhei beijos e carinhos, fiz cafunés em cabelos macios e fui atrás do aconchego que eu sabia que eu precisava.

tudo bem, você pode achar que é um exagero eu falar sobre isso quando eu não postei só dois dias dos últimos 30, mas ainda assim – é fácil a gente se culpar por coisas pequenas, que não têm muito a ver, mas que, de alguma forma, passam pra gente aquela sensação de responsabilidade, de que a gente é obrigado a fazer algumas coisas e, se não cumprir, parece que a gente é uma coisa insignificante que não tem importância no mundo.

e a gente já falou sobre importância por aqui esses dias, né?

sei lá, depois de um final de semana de tantas elucidações, eu me peguei pensando que é importante a gente lembrar que não existem falhas e que tudo o que aconteceu nos últimos dias foi 100% perfeito pro que eu precisava – pra lembrar de mim. postar no blog era uma coisa que eu tinha mesmo que fazer, diante de tudo que tava acontecendo? não era, não. o que era importante naquele momento? fazer as coisas que eu estava fazendo, ué. eu precisa daqueles momentos longe do teclado, precisava focar de novo.

sabe, eu ainda tenho dias difíceis.

o que não significa que eles não são felizes e que acabam sem solução. pelo contrário, é porque eles têm solução que eu volto aqui sempre que posso e compartilho um pouquinho do que está acontecendo comigo. daí, eu percebi que escrever não era a minha prioridade naqueles dois dias – e é engraçado eu ter falado sobre escrever antes de dar uma pausa de leve, né?

mas o que eu quero dizer com tudo isso é: a gente achar que existem falhas é um engano criado pra gente falar mal da gente. sabe aqueles pensamentos ruins que ficam girando na nossa cabeça? pois então, essa ideia de ‘falhar‘ é a comida preferida desses monstrinhos de chifres e rabos cruéis, que ficam procurando as deixas pra cravar as suas garras em algum canto do nosso coraçãozinho.

a gente não falhou. a gente nunca falha. tá tudo bem, você fez tudo certo, você deu o seu melhor. não deixa o monstrinho vencer, não deixa ele falar o que não deve, não deixa ele transformar a sua cabeça numa espiral de pensamentos ruins. não deixa, não deixa, não deixa.

a gente vive os nossos dias contando as nossas falhas e não as vezes que a gente entregou coisas incríveis pro mundo, quando a gente cumpriu com o que se propôs e foi até o final direitinho (alô, #30diasdebujo!), quando a gente não desistiu de cuidar de alguém que precisava de um carinho, quando a gente fez uma foto lindona que fez questão de postar no Instagram e dividir com todo mundo um pouco dessa boniteza também.

tudo bem, eu deixei de escrever por dois dias… mas ao invés de passar mais algumas horas na frente do computador, eu ganhei um monte de coisas incríveis, tive milhares de conversas maravilhosas, dormi abraçada com gente que amo e até assisti o primeiro episódio da nova temporada de Westworld. e não é uma compensação. não é ‘uma coisa pela outra‘, mas muito mais um ‘uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa‘. não era hora de escrever, era hora de cuidar do meu coração de outro jeito. e funcionou. e tá tudo bem. e eu não falhei.

eu me recuso a sentir culpa pelas minhas escolhas. e acho que você deveria se recusar também. sabe por quê? porque, assim, a gente começa a perceber como tudo é uma dádiva, como tudo é legal, como tudo é gostoso. eu não escrevi um post? tudo bem, olha que legal o que tá acontecendo agora. eu tô de dieta, mas olha que lindinho esse doce que eu ganhei dessa pessoa que eu amo, vou curtir cada mordida! não terminei essa planilha do trabalho hoje, mas tudo bem, tem horas que a coisa não rende mesmo, e a gente precisa de um respiro, não vou me culpar por precisar de um tempinho pra recuperar as energias. puxa, não dá pra sair hoje, tenho que fazer fotos pra post, mas tá tudo bem, viu, nem preocupa, eu vou colocar muito carinho em cada clique que fizer.

a gente não falhou. eu não falhei. você não falhou. tá tudo bem, gente. tá tudo bem.

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Escrito pelaMaki
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10 Comentários
  1. Ana Barros  em maio 02, 2018

    Seu blog tem imagens muuuuuito lindas!

    Estou encantada! Me ensina? hahaha
    sério!

    • Maki  em maio 05, 2018

      menina, é muito treino, viu? eu tiro muita foto durante a semana pra praticar e vivo buscando inspirações por aí! hehehe

  2. Cláudia  em maio 02, 2018

    Maki do céu! Pousei no teu site por causa do bullet journal, mas o que eu me deparei aqui foi com textos preciosos! Todos são maravilhosos e é tão bom ter a sensação de que não sou apenas eu a ter determinados pensamentos.
    Venho te acompanhando a um certo tempo, e hoje decidi escrever pois foram com as palavras desse teu post que eu me identifiquei tantooo. Aliviou muito, sabia?
    Obrigada por cada sílaba dita.
    Acredito que em algumas situações como dizer o que acreditamos e o que realmente nos faz bem, seja interpretado de forma errada e passamos por egoístas. Mas comecei a exercitar algo em mim, de que o meu tempo é importante, não mais que dos outros, mas igualmente importante. Então, eu me dou o direito de dizer não, de usar meu tempo para estar junto as pessoas queridas… e assim vai. Eu estou me priorizando! E sinto que está me fazendo muito bem. Já me deixei muito de lado pelos outros, mas estou notando que quanto mais a gente se cuida, mais estaremos preparados para ajudar e estar com outros.
    O falhar está em não se dar atenção, em não se cuidar!
    Bom, isso é apenas minha reflexão.
    Beijão grande, peço desculpas pelo textâo!

    • Maki  em maio 05, 2018

      Cláudia, você é muito fofa! (e seja bem-vinda, volte mais vezes, viu?)
      eu adorei isso que você falou ‘quanto mais a gente se cuida, mais estaremos preparados para ajudar e estar com os outros’, porque é muito verdade. todas as relações tem que ter o cuidado como base, inclusive aquela que você tem com você mesma!

  3. Carol  em maio 02, 2018

    Nossa, eu acho que precisava desse texto hoje, Maki. Tive um feriado em que eu queria fazer muita coisa que acabou não sendo feita e outras que eu fiz e adorei. Tem algumas coisas que eu venho postergando já tem mais de mês. E essa frase “tem horas que a gente precisa ouvir o que a nossa mente tá contando pra gente, ao invés de ficar forçando uma barra, sabe?” é exatamente a sensação de que eu tenho agora – de que eu preciso ouvir minha cabeça e meu coração também. Esse BEDA foi muito legal porque eu pude conhecer seu blog – que eu não conhecia antes – e me trouxe tanta inspiração para continuar com o meu blog (até planejei posts!) e, mais ainda, para prestar atenção em mim também. Você é demais!

    • Maki  em maio 05, 2018

      isso, Carol! presta atenção, ouve com carinho e vai com calma. tá tudo bem se não sair como o planejado, e tudo bem também se sair! o mais importante é lembrar que a sua importância não tá nisso – mas em simplesmente ter uma vida maravilhosa, que é a mesma que a minha – e colocar carinho em tudo ♥

  4. Andiara  em maio 01, 2018

    Que post incrível Maki, sério. Hoje em dia parece que nós temos que viver para produzir, e algo que deveria ser um relax, uma espécie de hobbie, vira uma auto-cobrança gigantesca. “Eu tenho que fazer, eu tenho que fazer, eu tenho que fazer” mas nem sempre dá pra fazer essa coisa, e também nem sempre a gente lembra que ta tudo bem parar e dar uma respirada. Todo mundo precisa de um tempinho às vezes, e se cobrar demais não é bom, devagarzinho eu to aprendendo isso, e ver seu post apenas fez com que eu reafirmasse essa crença. Parabéns, você é fantástica!

    • Maki  em maio 05, 2018

      aaaa Andiara, fico tão feliz que te ajudou. e é isso mesmo, né? a maior cobrança vem da gente mesma, e não precisa ser assim. pode ser tranquilo e prazeroso ♥ e só porque não saiu exatamente do jeitinho que agente imaginou, não significa que não é incrível!

  5. Andrea  em maio 01, 2018

    Também não conseguir publicar o número de posts que tinha planejado e não terminei o livro do Infinistante. Esse mês tento cumprir todas as minhas metas.

    • Maki  em maio 05, 2018

      mas tá tudo bem Andrea ♥ independentemente de qualquer coisa, a gente não falhou e continua sendo incrível!