por sugestão da maravilhosa Duds, eu comecei a ler Binge, o livro autobiográfico do youtuber Tyler Oakley. nunca tive nenhum contato com ele antes, mas Dudinha falou tão bem que fiquei curiosa pra saber o que ele tinha a dizer.
eu, confesso, amo esses livros meio biográficos porque eles sempre têm lições valiosas que a gente pode tirar. é tipo um afago no coração quando você vê que a pessoa que você admira já passou por coisas parecidas e que vocês, em algum momento, se sentiram da mesma maneira. tira o peso do ‘celebridade‘ do outro lado e mostram que vocês, no fundo, são a mesma coisa.
como eu nunca tinha visto nenhum dos vídeos do Tyler, não tinha ideia do que esperar, então o livro foi, em si uma surpresa boa e ruim ao mesmo tempo. ‘boa‘ porque eu conheci uma pessoa nova, cheia de histórias incríveis, com um humor bem divertido e muita coisa a oferecer; ‘ruim‘ porque o livro me deixou com uma sensação estranha.
explico.
o Tyler conta que em 2014 ele passou por uma fase muito, muito, muito ruim. trabalhando demais, se divertindo de menos, tão focado nas coisas que ele tinha para fazer que ele esqueceu de olhar pro lado e ver o que estava acontecendo (a gente sabe bem como é isso, né?). ele explica que se sentia muito mal, começou a ressentir o trabalho dele e até teve alguns momento explosivos com os fãs. tudo muito compreensível, levando em consideração o que ele conta no livro.
o que me deixou com essa sensação ruim não foi isso. foi o fato de ele nunca dar uma saída pro que ele sentia. a sensação em que o livro termina é uma de que não existe esperança e a coisa é assim mesmo – uma hora a gente tem experiências boas, outra ruins e a gente aprende a mascarar tudo cada vez mais para parecer que está bem. tem horas que essa máscara cai e a gente chama isso de ‘fase ruim‘.
eu respeito o posicionamento do Tyler de dizer que o que vale é a experiência de cada um e que o que funciona pra ele não necessariamente vai funcionar para todo mundo – até porque isso é verdade. porém, isso não significa que dar uma saída para para uma fase ruim não seja válido e algo que as pessoas buscam o tempo todo, mesmo em um livro escrito por um youtuber.
quando a gente se sente sem esperança, perdido, e quando parece que nada dá certo, tudo o que a gente precisa é de alguém que aponte um caminho. pode ser que o caminho não dê em nada, mas eu acredito MUITO que todo caminho leva a algum lugar (dur). se não foi onde você queria chegar, no mínimo é um indicativo de que você precisa rever a rota ou então continuar em frente.
acho que todo mundo, em um momento ou outro, procura uma forma de sair desse loop em que a gente se mete, dessa sensação ruim de que nada evolui e de que a gente não sai do lugar. a única saída pra isso é entrar em contato com quem a gente é de verdade.
sabe, todo mundo cria um personagem que sai exibindo por aí chamando de ‘eu‘. uma hora ou outra esse ‘eu‘ começa a falhar e parece que você tá rolando ladeira abaixo sem ter como brecar. pra sair disso, o melhor que você pode fazer é parar, um segundo que seja, pra olhar pra você de verdade.
é silenciar a mente e buscar um lugar, dentro de você, que está sempre bem, que está sempre feliz e que está sempre lá. isso é o mais importante, você está lá de verdade. é só você querer olhar. e eu tenho certeza disso porque nenhum pedido sincero fica sem resposta e se você quiser de verdade, você vai encontrar uma maneira de entrar em contato com isso. a forma não importa muito. meditação, epifania, yoga, jogando videogame, dançando na balada. isso não interessa. o que interessa é você buscar esse contato com você mesmo, com a verdade sobre você.
e desse lugar você vai ver que tá tudo bem. tá tudo quieto. tá tudo tranquilo. e não existem problemas. desse lugar, com uma visão mais ampla e verdadeira das coisas, você começa a perceber que existe uma outra forma de viver, um jeito mais simples e, principalmente, feliz.
mas é preciso treino. é preciso querer. e é preciso paciência. nada acontece num passe de mágica e tudo depende da sua decisão de escolher ver diferente. e você já sabe o quanto eu confio em você pra isso, né?
compartilhar as nossas histórias é importante porque nos ajudam a criar uma ligação com quem ouve. mas, para mim, o principal é sempre oferecer uma saída, é ser uma fonte de esperança no mundo. já existem cantos escuros demais pra a gente continuar a apagar as luzes.
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2 Comentários
Oiii Maki!
Tudo bem?
Demorei um pouco pra ler o esse seu texto… Achei ele no meio das minhas estrelinhas guardadas e fiquei feliz em lê-lo nesse momento.
Eu também gosto muito de ler texto um tanto biográficos que falam sobre experiências de vida e em como as pessoas lidaram com algumas situações. E o que eu aprendi com esses livros é que nem sempre vai ter uma saída. Muitos vão ter uma “fórmula” de como lidaram com as coisas, mesmo sabendo que elas podem voltar de novo, mas de uma maneira bem diferente.
E tem uma coisa que você colocou no final que eu amei: “já existem cantos escuros demais pra a gente continuar a apagar as luzes.”. Vou guardar isso para a vida!
Abraços!!!
essa frase é incrível né? porque é isso mesmo, a gente tem mais é que acender todas as luzes possíveis e não continuar apagando!