cotidiano

tinha uma trava no meu coração chamada “mentira”. digo “tinha” porque hoje vejo que ela já perdeu a força, e suas luzes e sirenes só podem ser vistas e ouvidas se eu fizer um esforço descomunal com os meus sentidos.

mas, calma, sinto que tô dando um passo maior que a perna e você não tá entendendo muito bem do que eu tô falando. você deve ter percebido que as coisas mudaram um pouco por aqui, né? pois é. acho que já era hora. elas ainda vão mudar mais e esse visual é só temporário até que o final fique pronto. mas tem horas que a gente cresce e tudo tem que crescer junto. com o desancorando não seria diferente.

sabe, o carinho que eu sinto por esse espaço é difícil de colocar em palavras. e eu sei que isso é muito contraditório pra alguém que, sim, trabalha com palavras. mas é que tem coisas que nem mesmo a mais bela prosa consegue explicar. essa é uma delas.

e, de novo, calma. isso não quer dizer que esse meu caderno virtual vai desaparecer ou acabar. não! pelo contrário. acho que ele só tá crescendo junto comigo. e tudo bem. lembra que um tempão atrás eu comentei sobre como esse era pra ser um espaço sem segredos? então, acho que tá na hora de eu assumir isso pra valer, entende? e, aí, a gente volta pra questão da mentira.

quando a gente olha pro mundo, parecem que existem níveis e tipos de mentiras diferentes. as piores e as “aceitáveis”. aquelas que são pra não magoar as pessoas e as que a gente conta porque só não quer falar a verdade mesmo. tipo quando a gente diz que tem que trabalhar no final de semana, mas só não quer sair de casa. tem as grandes e as pequenas, as que a gente conta pra estimular a imaginação das crianças e pra enganar adultos. enfim.

mas tem uma mentira que dá base pra todas essas. que é a mentira que eu conto sobre mim mesma. as coisas que eu falo de mim e que não são verdade, que não condizem com o que eu sou, que me deixam travada na hora de fazer uma coisa que eu sei que é bom pra todo mundo, mas que eu não deixo sair do papel porque não tô pensando em todo mundo tanto assim.

tive uma conversa nessa última semana que me colocou cara a cara com essa trava. com esse bloqueio. e passou um filme na minha cabeça, como todas as vezes que eu tentava fazer essa tal coisa que eu supostamente queria a tal trava gritava e esperneava e piscava as suas luzes de um jeito que me deixava meio desnorteada. e eu dava um passo trás e ficava sem fazer nada porque, no fundo, eu sabia que o que tava me motivando era uma mentira.

a verdade é que eu cansei de mentir. cansei de deixar essa trava ditar o que eu devo ou não fazer porque, na real, ela só indicava o meu rabo preso em falar a verdade. aliás, “fale a verdade e entregue amor” é uma mensagem que me foi entregue num dos dias mais loucos que eu já vivi na vida, mas que eu vivo esquecendo pra fazer valer essa trava maluca que eu me impus.

chega, né? já deu. eu quero falar a verdade e entregar amor, e se não começar pelas coisas que eu faço, bem, temos aí um problema que só eu mesma posso resolver. então, vamos lá.

e o que isso significa pro desancorando? bom, significa só que agora as coisas vão ficar um pouco mais propositivas por aqui. porque o que eu quero é compartilhar com você tudo o que eu sei sobre escrita, sobre rotinas, sobre organização, sobre criatividade. porque, aliás, criatividade não é uma coisa só pra uns ou outros. é de todos, sabe? é pra todos. ainda bem.

o que eu não souber, a gente descobre juntos. e isso que é o mais legal. esse caminho todo, ainda bem (de novo), a gente jamais percorre sozinho. e nisso tá a nossa salvação.

então, continue por aqui, porque coisas novas virão. vem me ver no Instagram também, que tem um monte de coisa nova por lá (eu até mudei o arroba, quem diria!). tem também a newsletter, que vai ser mais uma forma da gente ficar perto – e a gente quer muito ficar mais perto, né?

bora lá? bora.

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Escrito pelaMaki
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