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cuidado desancorando

tenho mesmo. logo nesse começo de 2019, eu juro que fiquei pensando, como a Mel comentou no Instagram, sobre como a gente cai nessa pressão de começo de ano de fazer coisas, planejar muito, estabelecer metas, traçar ideias, tirar projetos do papel…

e parece que duas semanas depois tudo cai por terra e todo mundo volta pra estaca zero, meio desmotivado e vivendo as lamúrias do dia mais triste do ano.

coisa doida, pra variar.

e, no meio disso tudo, eu me peguei vendo as redes sociais e as notícias e sentido medo. muito medo. todo o medo do mundo. medo que me fez ter bruxismo durante o dia. que eu não sabia de onde vinha ou pra onde ia, nos momentos em que parecia que tava tudo bem.

e eu fiquei observando, sabe? o coração disparar, a visão ficar meio turva e a mente confusa, meio sem saber pra onde ir, o que fazer, por onde começar… me senti a Shonda Rhimes no discurso de Dartmouth, falando sobre vômitos e desmaios na frente de milhares de estudantes de ressaca, tentando passar uma mensagem de esperança.

aliás, aí que tá: no meio disso tudo, eu me vi caindo nessa espiral de loucura, comprando a vibe do mundo de “começo de ano é tudo novo, vida nova”, mas “olha só a loucura que tá acontecendo”, e “como pode ser vida nova dessa maneira?”.

e precisei parar, recalcular a rota e fazer uma escolha. pra começo de conversa, eu vou ter que parar de sentir medo. mesmo. porque esse ano a gente precisa cuidar uns dos outros. e eu não vou ajudar ninguém se continuar apavorada.

no mínimo, eu sinto que preciso me colocar nessa posição. de cuidar. de cuidado. de mim. dos outros. de todo mundo que aparecer na minha frente. porque se eu tô com medo, imagina as pessoas lá fora, no mundão, que não têm acesso nem a um terço das coisas que eu tenho?

e eu postei sobre isso no Twitter. e fiquei pensando em como a gente se deixa levar por uma sensação que tá rodando no ar somada com os nossos próprios medos e inseguranças. vira uma grande bola de feno que muda de direção conforme o vento e vai angariando mais fiapos de poeira conforme anda por aí.

como ser uma esperança no meio disso tudo? cuidando. acho que só assim a coisa vai funcionar e a gente vai fazer a tal bola de feno chegar em algum lugar consistente.

no começo do ano passado, eu falei sobre como ia colocar o amor como a minha prioridade em 2018. e sinto que consegui, viu? mesmo, de verdade verdadeira, a sensação é de missão cumprida.

agora, em 2019… o amor segue uma prioridade, e sinto que, pra mim, nunca mais vai deixar de ser, porque só ele tem as respostas que o mundo precisa. mas eu consigo me comprometer com outra coisa: o cuidado. acho que é por isso que ele tem passado tanto na minha mente, porque é o momento mesmo de colocar todo esse meu aprendizado com o amor pra rodar.

a gente vai ter que aprender a olhar um pro outro com mais carinho, sabe? a querer entender mais do que ser entendida, como diz a Clara, a se colocar bem disponível e aberta pra sair da nossa própria cabeça e das nossas ideias e colocar no mundo outra coisa que esse medo paralisante que a gente tá vendo no feed do Twitter.

sabe essa coisa de aconchego que eu vivo falando por aqui? a sensação é que eu vou ter que levar isso pra um outro nível, pra mostrar pra você que tá tudo bem com a gente e que a gente não precisa sentir medo. ele não vai ajudar, sério. não vai.

a gente quer ver muitas mudanças, mas tô entendendo cada vez mais que a única mudança que realmente muda alguma coisa é aquela de visão: quando a gente se propõe a ver as pessoas de verdade, além dos nossos filtros e pré-conceitos e ideias sobre o mundo e sobre as coisas, a gente entra em cuidado. e entrando em cuidado a gente entra no amor e entrando no amor… ixi, nem dá pra saber onde isso chega, mas eu tenho certeza que é muito mais longe do que qualquer plano de governo.

passei os primeiros dias de janeiro pensando no que eu gostaria de fazer esse ano. e por mais que tenha alguns planos no papel, o que fica me voltando à mente é que eu quero cuidar das pessoas e mostrar pra elas que elas podem cuidar de si mesmas e umas das outras, que a gente pode se ajudar e que todo mundo pode ficar bem.

passei os primeiros dias de janeiro pensando no que escrever aqui também. e acho que só consegui tirar esse post da cabeça porque cai nesse mesmo lugar. no cuidado, tudo vira ferramenta, e até um post de blog pode te ajudar a sentir mais esperança, né? (eu acredito que sim!)

então, é isso. seguimos juntos. vamos em frente, sem olhar pra trás. a gente consegue, se lembrar que o caminho é esse: cuidando um do outro a gente cuida da gente. cuidando da gente a gente cuida do outro. não tem começo nem fim, esse ciclo.

mas tem um monte de esperança, sim senhor.

cravo caderno caneta
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Escrito pelaMaki
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8 Comentários
  1. manie  em janeiro 10, 2019

    feliz ano novo, maki ♥ só fui preparar meu bujo hoje, acredita? hahaha lembrei de você!
    tive recesso no estágio do dia 21/12 ao dia 7/12, período em que viajei pra casa da família. não me planejei pra nadinha!! a única retrospectiva do ano que fiz foi com stories no instagram em uma noite que eu tava entediada hahaha de resto, o ano começou agora, porque voltei a trabalhar. mesmo assim, tô indo com calma, sem afobamento.

    e bom, sobre o ano que iniciou, força pra gente. que a gente preze muito pelas coisas que nos fazem feliz, porque só de vivê-las já estamos contrariando a vontade de quem nos quer mal, né? vamos nos cercar de quem nos quer bem, nos afastar de quem nos faz mal quando possível e estar sim abertas ao diálogo. esse ano que passou me fez aprender na marra o que é comunicação não violenta :’)

    um abracinho e bom finde! ♥

    • Maki  em fevereiro 10, 2019

      nossa, Manie, sim! comunicação não violenta. acho que a gente vai ter que praticar muito isso mesmo, muita empatia e interesse pelo outro pra ver além dos conflitos, né?

  2. Malu Silva  em janeiro 10, 2019

    Oi Maki! Olha, também tenho pensado muito sobre essas questões nos últimos dias. Mas o caminho é esse mesmo: se cuidar, cuidar de quem a gente ama e respirar fundo! O final de um ano e o começo de outro é um período de muita turbulência na mente mesmo, e acho que por esse estarmos sofrendo com essa mudança de governo e tantos problemas na política e na estrutura do nosso país, as coisas ficam ainda mais problemáticas. Mas ler posts como o seu e acompanhar pessoas inspiradoras é uma das coisas que me motiva e me faz ter alguma esperança em meio a esse caos <3

    • Maki  em janeiro 10, 2019

      nossa, Malu, eu acho que essa é a melhor coisa que a gente faz: acompanhar pessoas que nos motivam e nos inspiram a continuar alimentando a esperança. é só assim que a gente vai conseguir ajudar mesmo e gerar mudanças efetivas!

  3. Taís  em janeiro 10, 2019

    Seus textos dão um abraço tão carinhoso na gente, Maki. Pelo menos esse veio como um abraço tão apertado e tão bom. E senti esperança sim nas suas palavras e que quando a a gente se uni, podemos ir longe. E com esse cuidado e principalmente não esquecendo de sempre colocar aquela pitada de amor em tudo, vamos todos ficar bem.
    Um feliz 2019 pra vc, sua linda <3

    • Maki  em janeiro 10, 2019

      aaaaa Taís! fico tão feliz que você sentiu isso, mesmo! porque é o meu objetivo mesmo! vamos distribuir esse amorzinho por aí, que vai ficar tudo bem <3

  4. Bruna  em janeiro 08, 2019

    Esse começo de ano tá sendo mesmo bem pesado, né?
    Tava até empolgada porque dia 1 é meu aniversário, acho que por isso não foi TÃOO ruim assim para mim, mas agora que o fogo tá querendo se apagar fico correndo de notícias, evitando jornais e até evitando abrir o twitter (sim, tá uma chuva de medo e desespero total).

    Realmente, a gente não consegue cuidar dos outros não cuidando de si, ou pior, a gente não consegue saber o que fazer com algo ruim acontecendo se tiver correndo de um lado pro outro como barata tonta haha por isso tenho evitado o que me deixa mal, e recomendo para todo mundo, sério, a chuva de notícias ruins não ajuda e não muda as coisas para melhor, pelo contrário…

    um beijoo e tava com saudade de vir aqui, tô tentando voltar a ativa <3
    N E O D E S V A R I O

    • Maki  em janeiro 10, 2019

      Bruna, é isso! eu tenho feito esse movimento também, e evitado ler muitas coisas, cuidando de quem está perto, cuidando de mim e focando na minha meta e no meu propósito. só assim a gente vai conseguir fazer a diferença <3