eu tô aqui bem de boa ouvindo Here Comes The Sun, dos Beatles, e pensando em como diabos eu vou começar esse post. já tentei umas 3, 4 vezes, ainda sem sucesso porque não consigo encontrar um jeito ok de falar sobre o que tem passado pela minha cabeça sobre esse assunto.
mas, talvez, o melhor jeito seja fazer como os garotos de Liverpool e contar com a little help from my friends pra começar. dia desses, menina Loma fez uns Stories falando sobre como ela tava se sentindo sem motivação alguma pra fazer coisas e produzir conteúdo. sabe essa coisa de burnout? de não se achar bom ou relevante o suficiente? de ficar questionando de novo e de novo se o que você faz tem alguma importância no universo? então.
ela também jogou a pergunta no Instagram e na hora eu pensei ‘meu Deus, preciso falar sobre isso no blog!‘. mas e aí, menina, cadê a inspiração pra escrever? continua caída junto com o meu cavalo, que desistiu de me fazer levantar e agora está calmamente comendo uma maçã no chão, sem qualquer desejo de sair do lugar.
a música mudou e começou The Truth Untold, uma das minha favoritas do novo álbum do BTS, e eu parei uns cinco minutos pra dar um giro pelo Twitter e ver o que tinha de bom por lá. mais uma prova de que a cabeça anda meio doida ainda e que eu não me recuperei totalmente do que eu estou chamando de A Grande Crise Criativa de 2018™ ou, simplesmente, ‘a vez que eu tive medo de pensar que sou boa’.
e tem tudo a ver sabe?
a Loma e a Mel, especificamente, decidiram fazer grandes mudanças nas últimas semanas. e eu fiquei tão feliz por elas, sabe? de verdade. Melzinha mudou de Insta e trocou o seu canal prioritário no Youtube. Lominha entrou de cabeça no Korean Beauty e tem feito uns conteúdos incríveis. e eu?
pois é. estagnada. parada. travada. bloqueada. fazendo textões como se não houvesse amanhã.
daí bate aquele nervoso. talvez eu devesse gravar mais vídeos pro Youtube, começar um podcast. fazer mais fotos. começar um hobby novo e mostrar tudo no blog. escrever mais newsletters semanais. postar mais stories. talvez eu devesse começar a escrever um livro e quem sabe abrir um Patreon… onde mais será que eu posso escrever? mal tenho tempo de dormir direito, mas tudo bem a gente dá um jeito, eu durmo depois.
deu pra perceber onde isso tá indo, né?
acho que a primeira vez que eu comecei a levar a sério essa coisa de síndrome do impostor foi depois de ver um vídeo do Neil Gaiman que eu já citei milhares de vezes aqui e que segue sendo o meu vídeo favorito de toda a internet (dá pra comprar um livro com o discurso completo também!). e toda vez que o bicho pega eu corro pra ele, porque ali encontro um carinho na alma, uma coisa de calma, tá tudo bem, todo mundo já se sentiu assim uma vez, você tem só que lembrar de fazer o que você gosta.
e, pronto!, com um soco na cara com sotaque britânico eu lembro do porquê tô fazendo as coisas.
síndrome do impostor: uma distorção que faz com que as pessoas pensem que são incompetentes, burras e preguiçosas. além disso, elas pensam que estão “enganando” as pessoas quando conseguem alcançar seus objetivos e, um dia, serão descobertos e expostos à vergonha. (fonte: você sofre da síndrome do impostor?)
a pergunta que não parava de martelar na minha cabeça no último mês era: “como eu faço pra entregar coisas legais pra pessoas na internet?” parece que, da noite pro dia, eu desaprendi. eu esqueci como fazia, o que eu tinha que escrever, porquê. por que passar tanto tempo escrevendo pra um blog? fazer fotos, vídeos, pensar no Instagram?
daí eu vejo as pessoas fazendo mudanças e conseguindo resultados e me dá vontade de fazer tudo também e ver se dá igual.
segundo a Lominha, foi uma típica crise de FOMO.
fomo: é sigla de “fear of missing out”, ou medo de ficar por fora. O exemplo clássico é o sujeito que checa mensagens no celular no cinema. Ele não pode, não consegue ou não quer ficar desconectado pela eternidade da duração do filme. (fonte: fomo: o medo de ficar de fora)
não duvido que tenha sido, somado a um segundo monstrinho, roxo e cabeludo, do “eu não faço nada de bom” que fica rondando a nossa mente o tempo inteiro. e tem horas que a gente dá razão pro danado e aí não tem jeito. a sensação é de que você tá sentada virada pra um canto da parede, balançando o corpo pra frente e para trás pensando em todas as coisas que todas as pessoas do universo estão fazendo e você não, e que talvez você devesse mesmo virar empreendedora além dos três trabalhos + blog + aulas à noite.
menina, cansei só de pensar em tudo isso.
mas a gente acaba esquecendo da premissa básica, que Neil sempre me lembra tão amorosamente (e ele talvez nem saiba) que é fazer aquilo que a gente gosta. e não tem nada daquela coisa doida de “vamos largar tudo e fazer o que ama”, mas, pelo menos em termos de internet, é produzir o conteúdo que você quer ver, que você curte consumir e fazê-lo com carinho por causa disso e não por outro motivo qualquer.
(pausa pra olhar o Instagram e me perguntar de novo porque eu tô escrevendo esse post.)
mas… sabe uma coisa que eu andei reparando? quando a gente faz uma coisa que a gente não acredita, quando a gente fica nessa cobrança doida, não é que a gente fica mais criativa e se dá bem na vida (se é que isso existe). pelo contrário. fica uma sensação ruim, de que você tá sempre correndo atrás do rabo, esperando conseguir alcançar todas as outras milhares de pessoas que se dedicam a uma coisa parecida com o que você tá fazendo.
e tem uma demanda pra ser atendida, sabe? eu amo escrever textões, apesar de nem sempre conseguir lê-los, mas sei que as pessoas gostam do que eu escrevo e querem ver mais. então, pronto. o que mais eu preciso?
eu já comentei muito sobre isso aqui, a questão do carinho. de fazer com cuidado, com calma, pensando em quem vai ler e se o que a gente tá fazendo deixa o coração em paz. e, às vezes, a gente se esquece disso mesmo e fica perdida no feed do Instagram pensando nas centenas de coisas que deveria estar fazendo ao invés de ver o feed do Instagram, ou que você poderia pular mais uma noite de sono pra ver se consegue tirar do papel esses projetos extras.
acho que eu só consigo definir isso o que eu e a Lominha sentimos como síndrome do impostor mesmo, essa coisa de ter uma voz dizendo que você não é bom o suficiente, que não é importante e que o que você faz não tem relevância nenhuma no universo.
mas essa é uma mentira tão grande… tão grande. se a gente coloca no mundo o que a gente gosta, o que a gente sente que vai conseguir fazer com um mínimo de carinho e dedicação, deixando de um jeito que você gostaria de ler / ver / ouvir, tá tudo certo. como o próprio Neil diz: fazer arte é tipo jogar cartas em garrafas no mar… mas a boa notícia é que uma hora elas voltam.
não dá pra estar em todos os lugares ao mesmo tempo. nem pra fazer tudo o que a gente acha que quer ao mesmo tempo – o dia tem mesmo só 24 horas, infelizmente. mas dá pra gente colocar a cabeça no lugar e focar no que a gente gosta, e no que sente que deve fazer. sabe essa coisa de ouvir a reposta?
e mais: não se deixar levar pelo o que as outras pessoas tão fazendo. não necessariamente o que funciona pro outro funciona pra você. nem sempre o tempo que você tem é o tempo que o outro têm. e tem horas que a gente precisa priorizar, reoganizar (na prática mesmo) e saber o que focar primeiro. é começar por aquilo que deixa o coração em paz.
a segurança tá em lembrar quem a gente é, de onde a gente veio e o que a gente quer entregar pro mundo. quem quiser receber, vai estar lá. quem não quiser, vai estar em outro lugar. e é isso, sabe? é foco, é calma e é carinho. não é FOMO, nem síndrome do impostor, nem burnout que vão fazer a gente ter sucesso. é colocar pra rodar o que existe de verdadeiro na gente e deixar as opiniões do mundo de lado.
para de se boicotar, menina. você sabe que é boa no que faz. sabe que escreve bem, que faz fotos bonitas. sabe que faz um trabalho legal. calma. não se compara com os outros. tá tudo bem. você não tá ficando pra trás. tá tudo certo.
faz o que você quer fazer, o que você gosta. faz porque quer e não porque os outros tão fazendo. faz pra entregar carinho pro mundo. o resto se resolve.
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29 Comentários
Eu precisava ler isso agora, muito obrigado!
Maki, que post mais incrível. É oficialmente um dos meus preferidos!!!!
Queria muito que você soubesse que eu entendo tudo o que você sentiu e escreveu no post porque infelizmente a gente tende a se sentir assim muitas vezes.
Eu não conhecia a síndrome do impostor ou fomo, mas foi bem louco como eu me identifiquei com tudo o que você escreveu á respeito de ambos, pois é exatamente isso: a sensação de não ser importante, de não está fazendo algo relevante para o universo e tudo de ruim que se passa na nossa cabeça. Realmente essas dúvidas trava a gente de forma enlouquecedora, mas eu acredito muito que a gente tem que fazer as coisas que amamos com calma e carinho porque isso é o importante de verdade.
Muito, muito, muito obrigada mesmo por escrever algo tão precioso e aconchegante!!! Eu amo o seu trabalho.
Brenda, você é incrível! acho que esse movimento é muito necessário, sabe? de dar um passo pra trás e fazer as coisas com calma, com carinho, com cuidado. tem como, sabe? não precisa de pressa.
Cheguei aqui meio caída de paraquedas (indicação de leitura do Chata de Galocha, obrigada!) e fiquei a cada trecho do texto repassando a minha vida pra tentar enxergar aonde foi que eu errei. Aonde foi que perdi a conexão comigo mesma e a fé no que eu fazia. Me reconheci em cada linha, Maki. Sabe o que andei refletindo? As informações sufocam, o “profissionalismo”, “academicismo” da profissão blogueira, do mundo comunicativo também sufocam. Quanto mais recursos a gente descobre pra fazer melhor, mais a gente se cobra. Porque agora o amadorismo não é engolido. Existe um padrão de qualidade que exige sempre mais e quando você alcança existe um novo padrão de qualidade.
Falo isso porque também tenho um blog, um canal no youtube, uma vida ativa na internet, e sou artista por formação. E olha… Estudei pra caramba, apresentei, errei, cai em cena, desafinei, passei poucas e boas pra entender que não dá pra ser tudo. Não adianta sacrificar as noites de sono, entregar a saúde a Deus dará… As coisas fluíram melhores quando eu me cobrava menos, quando eu entrava numa rodinha de voz e violão e soltava o gogó sem me preocupar se as pessoas achariam que essa atitude é auto promoção barata. Hoje penso duas vezes antes de pedir espaço pra cantar porque isso seria pedante demais.
E se eu continuasse pedindo esses espaços e metendo as caras? Talvez eu seria a nova Anitta do rolê. Mas não adianta viver do que seria. Importa agora o quanto caminhei pra ser no hoje. E hoje eu sou.
E as vezes a gente esquece que não existe passado, nem futuro, as coisas apenas são. E nós somos, não só pelo olhar do outro, mas pelo tanto que aprendemos e exercemos. Existimos, somos, resistimos.
Obrigada pelo espaço de “terapia em conjunto”. kkkk’
nossa, sim! não existe passado nem futuro. a gente perde tanto tempo pensando em como as coisas deveriam ser que não foca – nem aproveita – no que tá acontecendo agora, e meio que se perde no caminho, né? fica uma pressão pra fazer milhares de coisas que a gente nem sabe pra que tá fazendo e aí vive nessa loucura né? e nem tem necessidade, é só a gente ir atrás daquilo que quer fazer mesmo.
[…] textão massa!Querer fazer todas as coisas do mundo quem nunca passou por um momento como esse?Ainda mais em tempos de redes sociais então vale a […]
[…] – Sobre os dias que a gente tem vontade de fazer todas as coisas do mundo […]
Gosto dos seus textos porque eles sempre me fazem parar um pouco e refletir.
Esse veio em boa hora, porque eu sinto isso, essa sensação de ser uma impostora, o tempo todo. Parece que vem disfarçado de perfeccionismo, pelo menos n meu caso, mas acaba sendo um boicote, onde eu produzo mas nunca acho que tá bom.
Obrigada pelas suas palavras ♥ vou me lembrar delas quando estiver me sentindo desse jeito
é isso mesmo! é muito boicote. e é um treino sair disso, mas é por isso que eu escrevo! pra compartilhar a solução com vocês depois!
Oi, eu adoro o teu trabalho e mais ainda de acompanhar todo o teu conteúdo, tanto aqui quanto no instagram e na página do face, porém vou te confessar com vergonha até que essa é a primeira vez que leio um textão teu do começo ao fim, todos que li pela metade ou um trecho me identifiquei tanto quanto com esse.
Eu tenho um blog há 10 anos e me sinto assim, nada é suficiente, nem textos, nem postagens, nem imagens (não consigo fazer minhas próprias imagens, não tenho uma noção de como fazer), o layout/template nunca está bom também. Não me acho boa nunca. Sinto muita vontade de viver apenas da inscrita, do que eu gosto de fazer. Minha grande inspiração é a Bruna Vieira do Depois dos Quinze. Um dia talvez eu consiga parar de sentir isso e consiga viver do meu sonho. Muito obrigada por esse post lindo.
Beijos
Nati, super normal isso. às vezes eu também não consigo ler os textões dos blogs que amo, por mais que eu gostei muito. espero que esse post tenha mesmo te inspirado e te ajuda a olhar pras coisas de um jeito diferente <3 quem sabe isso não te motiva a experimentar coisas diferentes? não custa, né?
Oi! Eu nunca comentei, mas acompanho seu blog desde o início do ano e o que você escreve aqui importa sim para quem ler (te respondi isso no Twitter). Estamos sempre querendo mais e com tantas pessoas ao nosso redor fica difícil não se comparar – parece que tem um pouco disso neste texto. Se concentra no que é bom para você e só. Aguenta firme essa fase confusa que tudo volta a funcionar com amor. Inclusive recriei meu blog por incentivo do que você escreve. Beijos e abraços. Fica bem.
aaaaa Gabi, que legal ler tudo isso. brigada mesmo pelo apoio e por comentar por aqui! você não tem ideia de como isso é importante!
Mana,
Li tuas palavras e fiquei feliz e triste. Feliz por ver que não é apenas eu (com quatro anos de blog) que me sinto estagnada; mas triste por saber que mais pessoas se sentem assim. Eu ainda não sei como resolver isso, mas tento me manter rancional: lembrar de não me comparar com os outros (quando já estou quase o fazendo); de não me perder mudando o meu foco só para tentar atrair um público (mas pensar no que me trouxe aqui) e de fazer o meu melhor, mas não almejar a perfeição!
Mas olha, a coisa mais errada que podemos fazer é nos compararmos com as pessoas. Cada jardim tem o seu tempo de florecer, então não fique admirando todas as flores e borboletas dos vizinhos, mas cuide do seu com amor e o carinho (que você já dedica). Eu guardo essas palavras para mim também!
Super me identifico: passar horas nos feed olhando as maravilhosidades produzidas pelos *outros*; em como tudo está funcionando para os *outros* e em como *eles* estão chegando a algum lugar… As vezes o dia parece tão pouco tempo que eu queria madrugar, mas mesmo se ficasse acordada a noite acho que ainda estaria olhando o feed do IG (se é que me entende), rsrs. Por fim, o que quero dizer é: teu blog é muito lindo e já comentei no IG da Mel certa vez e te digo o mesmo: vocês merecem que muitas pessoas conheçam os vossos trabalhos! Como você disse: devemos fazer o que amamos e entregar nosso conteúdo com carinho, o que vier apartir daí é lucro! Reconhecimento, amizades e um público fixo.
“O sucesso do outro não significa o teu fracasso.” — desconhecido.
Jessie, eu fiquei emocionada com o seu comentário! brigada mesmo por isso e você tem toda razão, comparação é a pior coisa que a gente pode fazer. e é um lembrete diário da nossa importância, de que estamos fazendo alguma coisa que vai fazer a diferença no dia de alguém. esse tem sido o meu foco todos os dias. ❤️
Oi! Como tá seu dia? Espero que esteja ótimo!
Seu post parece que saiu um pouco de mim, eu estava pensando essas coisas nesses dias mas não sabia como expressar, mas a vibe é praticamente a mesma. Fiz um post no meu blog hoje sobre querer que meu blog fale mais sobre mim, que seja mais minha cara e não apenas resenha de coisas que eu assisto/leio, pois é isso que eu gosto de ver nos outros blogs. Vir aqui e ver o que você escreveu sobre produzir conteúdo que você se sente feliz em consumir me deixou bem feliz, pq é exatamente o que torna blogs tão legais e únicos.
A Síndrome do impostor é muito presente na minha vida, infelizmente, e espero que todas possamos superar isso pq somos maravilhosas, não é mesmo? asushishasiuas
Eu tenho mt vontade de fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo e se não estou fazendo acho que to sendo apenas um peso nesse mundo, mas não é bem assim que funciona, e se um dia não der pra fazer algo, tudo bem, você terá um dia produtivo demais pra compensar. Será que esse meu comentário gigante ainda tá fazendo sentido? LOL
Beijos!
Mari, seu comentário fez muito sentido e o que eu posso dizer pra você é: você jamais vai ser um peso nesse mundo. pelo contrário. não duvide da sua importância (eu sei que é difícil) e acredite que o que você faz, se feito com carinho, pode mudar a vida de alguém. vale a pena, sabe?
“fica uma sensação ruim, de que você tá sempre correndo atrás do rabo, esperando conseguir alcançar todas as outras milhares de pessoas que se dedicam a uma coisa parecida com o que você tá fazendo.”
Eu sei bem o que é isso.
Me identifiquei até com as pausas pra ver o Instagram.
Seu cantinho é mto especial, só não deixa de acreditar nisso.
Chell, você é muito fofa! brigada por esse comentário.
pode deixar, tô me lembrando sempre disso (apesar dos momentos de pseudo-crise hahaha)
Oi Maki .que textao.
Eu vivo me sentindo assim também, acho que essa síndrome do impostor me define um pouco também.
Me identifiquei muito com você.
Amei o texto
Beijão
http://mundinhoquaseperfeito.blogspot.com
oi, Babi! que bom que você gostou! eu fico muito feliz mesmo <3
Eu vou contar um pouquinho da minha história aqui no comentário (acho que você não precisa aprovar, se não quiser, pq é grande rs)… Eu nunca me formei, entrei na faculdade mas nunca saí, rs. Na verdade, tranquei um ano depois de entrar, minha vida virou de cabeça pra baixo e eu nunca mais voltei. É uma frustração, sabe? Mas eu não precisei daquilo, tenho uma carreira sólida de 10 anos na publicidade… Mas eu morro de medo das pessoas descobrirem que eu não me formei, que eu sou uma farsa, que tudo isso pelo que eu passei, aprendi e absorvi para ser a profissional que sou hoje não é atestado por papel nenhum. Isso dói, sabe? Dói mais ainda quando os meus amigos falam dos tempos de faculdade, especialmente os que fizeram federal em outros estados e moraram em repúblicas estudantis e tem milhares de histórias para contar. As minhas histórias de vida se resumem a não ter estudado, ter passado fome uma época e ter passado por um relacionamento violento – e isso tudo é triste, eu não quero falar sobre essas coisas horríveis, eu queria ter histórias engraçadas e legais, não quero ninguém sentindo pena de mim. E isso é também um pouco da síndrome do fomo, né? A gente se martiriza por não ter feito parte de algo. Eu conquistei muita coisa boa: um emprego estável que eu amo, um namorado incrível que me dá apoio em tudo, faço kickboxing e só não emagreci (outra coisa que sempre me incomodou, rs) porque não me dedico o suficiente a isso, mas sei que se quiser, eu consigo.
Bom, escrevi tudo isso pra falar que a frustração de não pertencer a algo acaba se refletindo até na qualidade do que a gente quer entregar pro mundo. Eu perdi a inspiração tem muito tempo, meu blog antigo não existe mais e o novo fica às moscas porque, em vez de chegar em casa e pegar o notebook para escrever, eu acabo vendo uma série, jogando no celular e sonhando com o Instagram alheio… E isso tem me matado, porque tudo de bom que eu tento fazer eu deixo de lado, todos os mil projetos, meu instagram de bullet journal e caligrafia, meu curso de photoshop (que eu paguei e ainda nem comecei), meu curso de fotografia porque eu acho bonito e, claro, a faculdade, porque quero ter um diploma e parar de colocar “ensino superior incompleto” nos formulários… E tudo isso fica engavetado. E dói, machuca, como assim eu passei por tanta coisa ruim, eu SOBREVIVI e agora eu não consigo fazer nada?
Aí eu chego aqui e vejo que, poxa, não é só comigo. Que você, uma pessoa incrível e que eu admiro tanto, também tem seus momentos vulneráveis, também tem problemas para aceitar que é uma escritora de verdade, uma pessoa que muda o pensamento das outras, que faz a diferença na vida de tanta gente… E você tem dificuldade às vezes. E o Neil também. E a Mel. Todo mundo está apto a se perder às vezes, que louco isso, né? E ter lido isso me ajudou hoje. Eu não cheguei onde estou porque eu sou uma farsa, mas porque eu sou capaz. Eu amo o que faço e conquistei o direito de fazer isso independente de um pedaço de papel dizendo que eu posso. Eu me esforcei. Eu tenho anos de terapia na minha conta pra lidar com os problemas do passado. E você me mostra isso, Maki, nesses textos em que você escancara a porta do seu coração e grita com a gente. Obrigada, de verdade. Você faz muita diferença na minha vida (e tenho certeza que em muitas outras também).
aaa, Carol. eu nem sei por onde começar a responder o seu comentário. mas acho que só posso dizer que sou muito grata por cada momento da história, porque eles te trouxeram até aqui. tudo o que aconteceu, daquilo que você acha melhor até o que acha pior, é digno de gratidão porque te trouxe hoje pra uma página na internet que tenta mostrar uma coisa diferente, um jeito diferente de ver e viver o mundo. se eu mostro os meus momentos vulneráveis é só porque estou em busca da saída e assim que descobrir, sei que vou compartilhar aqui com vocês. brigada mesmo por esse comentário incrível e por dividir comigo um pouco da sua história.
Ah Maki, queria te dar um abraço agora. Eu sempre falo isso, mas é incrível como você fala sobre assuntos que eu estou passando na minha vida. Parece que esse texto foi escrito pra mim. Muito obrigada por continuar nos inspirando com seus textões. Deixam o meu dia bem melhor! ♥
aaaaaaaaa Clau! hahaha eu amo tanto os seus comentários! brigada por ser tão fofa e sempre me lembrar do porquê eu continuo escrevendo aqui!
Chorando no metrô com esse texto. Obrigada! Eu não conseguiria colocar rm palavras de forma tão perfeita tudo que eu estamos sentindo como você fez! E é aquilo que te falei hoje: não adianta pegar todos os trens se você nem sabe exatamente onde quer chegar, né? Foca no seu propósito, não esquece dele. Ai não importa se você vai de trem, a pé, de jegue: a viagem fica mais divertida, mesmo que demorada ou não. Te amo.
aaaaa te amo muito, Lominha. brigada por isso, mesmo. e brigada por todo o apoio <3
Makizinha, que post MARAVILHOSO!
Amei tudo nele: a forma com que foi escrito, as divagações, as colocações, puxões de orelha, carinho, abraço quentinho…
Esse post é o que eu tava precisando ler agora e me senti abraçada por você 🖤
Te amo, amiga! Você é maravilhosa e seu blog e o da Lominha fazem parte do meu cantinho especial da internet 😌 sou fã!
aaaaaaaaa, Melzinha <3 sério, brigada por isso. você não tem ideia do quanto o seu apoio é importante (ou talvez saiba, né?). te amo muito, mesmo!