cotidiano

Eu não senti frio na barriga. Não senti as pernas bambas, muito menos vi fogos de artifício ou ouvi sinos tocando no fundo da minha mente. Eu não pensei em casamento, nem no nome dos nossos futuros filhos, não pensei em começar uma vida juntos nem ao menos naquele apartamento de 40m² que a gente dividiria dali algum tempo. O beijo que você me deu passou longe de ser um beijo de cinema, mas foi o beijo que mudou a minha vida para sempre.

o beijo que você me deu

Sendo bem sincera, o beijo que você me deu não me deixou com medo. Não, pelo contrário. E eu sei que isso pode parecer estranho, mas eu já falei milhões de vezes que isso que a gente chama de amor aqui no mundo, na verdade é medo. Medo de ver, de ser vista. De amar e ser amada de volta. Então, você pode imaginar a minha alegria ao perceber que eu não senti medo de você.

Não, eu não senti medo de você.

Eu fantasiei muitas vezes com o beijo perfeito, dos contos de fadas, do ‘cara certo‘, do ‘timing certeiro‘. Imaginei eu e o tal the one olhando para a cidade lá do alto do Edifício Banespa, numa tarde fresca de domingo, contemplando os prédios quando a mão dele encosta na minha e eu percebo ele chegando mais perto, hipnotizado pelos meus lábios. Sim, eu sonhei com fogos, e sinos, e casamentos, e apartamentos, e futuros cachorros e gatos (não sou muito de crianças).

Mas nem na minha mais mirabolante fantasia se compara com a realidade do beijo que você me deu. Ele foi simples, entre risos numa madrugada de sexta-feira, tão cheio de amor e carinho que me deu vontade de chorar. De alegria. De felicidade. De liberdade. Sim, o seu beijo me lembrou que eu sou livre.

Livre para amar e ser amada. Livre para beijar sem achar que isso significa coisa alguma além de um ato de carinho dos mais simples e rotineiros. É como pegar na mão de alguém. É como um abraço. É como um cafuné antes de dormir.

O beijo que você me deu me lembrou de quem eu sou. Me mostrou que eu não preciso ficar criando historinhas na minha cabeça com medo do que os outros vão pensar de mim. Foda-se a opinião dos outros, hoje eu sei que é tudo mentira. E em um mundo de mentirosos, é um ato de coragem escolher viver a verdade. E eu escolhi viver a verdade. Sobre mim. Sobre você. Sobre nós.

Parece coisa de louco isso, mas obrigada. Obrigada pelos beijos, selinhos, carinhos, aconchegos, fungadas do pescoço e sorrisos. Cada movimento seu me levou para mais perto de mim e para isso não existe palavras que descrevam a minha gratidão. Não existe soneto de Camões nem cartas de amor de Napoleão o suficientes para demonstrar o quanto você é importante nessa nossa jornada.

Eu não vim ao mundo para fantasiar com romances impossíveis, cheios de medo, de brigas e de sexo de reconciliação . Eu vim aqui para ser lembrada. Lembrada de onde eu vim e pra onde eu vou. Eu vim pra lembrar você também. E todos os outros que me permitirem um beijo também. Ou um abraço. Ou um aperto de mão. Ou um sorriso corrido enquanto eu procuro as moedas de 10 centavos na carteira na hora de pagar o chá. É tudo a mesma coisa no fim das contas.

É tão a mesma coisa que eu deixo também um beijo nesse texto. Que ele alcance todos aqueles que um dia acharam que não mereciam ser beijados, como eu pensei. E que, assim como você me lembrou, que eles sejam lembrados que também são feitos de amor.

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Escrito pelaMaki
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4 Comentários
  1. Jeniffer Geraldine  em novembro 10, 2016

    quanto amor <3

    • Maki  em novembro 14, 2016

      obrigada ♥

  2. Erika/SP  em novembro 09, 2016

    Oi Maki!! Passando aqui só pra te parabenizar pela conquista com a Kipling!!! Aliás, merecidíssimo, pois vc escreve muito bem, e dá pra perceber que coloca o coração no que faz! Beijos!!!! 😉

    • Maki  em novembro 14, 2016

      obrigada, Erika ♥ ♥ ♥