compartilhe o que é bom

vou contar uma coisa pra você: dia desses me peguei sentindo tanta raiva olhando o feed no Twitter que quase saí brigando com a primeira pessoa que apareceu na minha frente.

sabe aquele nervosinho que vai crescendo no estômago e você nem sabe de onde vem direito? tipo quando eu falei sobre como tocar as pessoas com o que você escreve – tem uma sensação no que as pessoas colocam na internet (e em todos os lugares), que a gente vai comprando ao longo do dia. aquele dia eu comprei umas coisas meio chatas de sentir.

daí, eu fiquei pensando – e até vi uma galera falando sobre isso por lá (tipo a Babi Dewet e a Carla Lemos, duas maravilhosas) -, por que será que a gente não compartilha mais o que é bom?

tem tanta coisa… não-legal (na falta de um termo mais apropriado) por aí, que parece que as boas notícias e as demonstrações de amor sumiram do mapa, sabe? como se fosse errado a gente contar as coisas boas que tão acontecendo com a gente, o que rolou de incrível nos nossos dias, o que a gente curtiu fazer…

na verdade, é bem essa a sensação mesmo: de que falar o que é bom é errado, e precisa todo mundo entrar nessa onda de negativismo e raiva coletivas pra coisa mudar de algum jeito.

mas, gente, é o contrário.

parece que a revolta e a raiva e a briga vão levar a gente pra um lugar diferente, vão gerar mudanças. mas, na real, a gente tem que ir pelo caminho oposto. a gente tem que ir pelo caminho do amor.

e eu entendo, sabe, parece difícil mesmo amar quando tudo o que a gente vê é um grande problema que só piora cada dia. mas isso quer dizer que o que tem que mudar, antes de mais nada, é a nossa visão dessa coisa toda e não o mundo.

é querer demais esperar que o mundo mude sozinho.

sei lá, sabe, eu meio que tomei uma decisão com isso. de compartilhar mais coisas boas que tem acontecido comigo e com as pessoas que eu amo. espalhar mensagens positivas mais conscientemente, com mais carinho. e, principalmente, não comprar a raiva que as pessoas jogam por aí.

‘obrigada, senhor, mas já comprei raiva e desgosto o suficiente por uma vida inteira, dessa vez eu passo’.

e ver o que acontece.

duvido que seja ruim, sabe? e tem sido legal parar pra pensar em alguma coisa boa pra jogar lá no Twitter mesmo, ou compartilhar no Instagram ou, sei lá, só comentar com as outras pessoas mesmo. prestar mais atenção no que tem de bom rolando por aí tira o foco de uma sensação que a gente não quer sentir mais, entende? e eu sei que, por menor que seja essa atitude, já tem um efeito e tanto num mundão tão focado em brigar consigo mesmo.

aproveitando, segue aí uma lista de coisas incríveis que aconteceram comigo nos últimos tempos:

• eu mudei de casa e agora tomo café na minha própria varanda olhando pra uma vista maravilhosa;
• eu tô trabalhando muito e com coisas diferentes e tem sido incrível;
• eu tô escrevendo um projeto secreto™ muito, muito, muito legal;
• domingo rolou brunch com umas pessoas maravilhosas aqui em casa e a gente fez as nossas próprias torradas de abacate (ficaram deliciosas, aliás);
• eu terminei o livro da Nathalia Arcuri em tempo recorde e tô me sentindo a própria acionista da bolsa de valores;
• ontem eu acordei 20 minutos atrasada, mas consegui não ficar desesperada, comer tranquila e chegar a tempo do treino. foi show demais.

ei, você. me conta uma coisa boa que aconteceu contigo hoje?