sobre fazer um encontro com o artista

sinto informar que vocês ainda vão ler muito sobre O Caminho do Artista por aqui (e olha que eu atrasei a leitura em duas semanas por causa da loucura de trabalho + BEDA + #30diasdebujo). mas eu queria falar hoje sobre um assunto específico envolvendo o livro e que tem sido uma surpresa pra mim.

a Julia Cameron, autora, explica que uma das exigências de fazer o curso dela, além de escrever as páginas matinais todos os dias, é fazer encontros com o artista semanais. esses encontros são algumas horas que você passa com você mesma, entrando em contato com o seu ‘artista interior‘, como ela mesma diz. parece meio vago, mas na verdade são só alguns momentos da sua semana que você passa fazendo algo que gosta muito sozinha, tentando encontrar aquele lugar da sua mente que é verdadeiramente criativo. a Aileen Xu (minha youtuber favorita) até fez um vídeo falando um pouco sobre isso, e explicando o que ela gosta de fazer nesses encontros.

quando eu morava na casa da minha mãe, tinha essa mania de pegar um dia pra passar uma tarde num café, lendo e tomando chá. era, tipo, a minha parte preferida da semana. nem sempre eu fazia isso com calma e pensando em entrar em contato com o meu artista interior, e já aconteceu de eu correr pro café mais próximo só pra fugir de mim mesma e das coisas que eu pensava, mas ainda assim, isso já era algo meio comum pra mim.

depois que eu me mudei ficou mais difícil, mas não por falta de tempo. na verdade, eu confesso que tenho preferido muito mais ficar com as pessoas do que sozinha. e isso não é um problema. na verdade, é o que me salva, todas as vezes, das loucuras que eu penso sobre mim. por isso, foi uma dificuldade encaixar encontros com o artista na minha rotina.

o que eu tenho feito é transformar as horas que eu cuido do meu bujo nesses encontros. porque, de fato, é um momento em que eu tenho que ficar meio na minha, concentrada no que tô fazendo e pensando no que eu gostaria de colocar no papel essa semana. e não deixa de ser algo que eu gosto muito de fazer, né?

também tô usando os momentos em que eu vou e volto dos lugares próximos de casa como momentos pra me colocar junto desse artista. tipo, qual a dificuldade de prestar atenção no caminho que eu tô fazendo pra ir até a Coexiste? de não ficar pirando na música que eu tô ouvindo e prestando atenção em cada detalhe do caminho… isso também é entrar em contato.

acho que o principal desse treino é tentar ficar presente, sabe? prestando atenção de verdade no que tá ao meu redor e me dando liberdade de ouvir a inspiração, quando ela chama – não deixar as doideras da minha cabecinha maluca entrarem no caminho, entende? tem sido divertido e meio incômodo ao mesmo tempo, porque a gente tá tão acostumada a ficar viajando, sem prestar atenção direito em nada, que fazer o exercício contrário parece um esforço gigante. mas não significa que seja difícil, e as recompensas são (e tem sido) maravilhosas.

quero ver se depois que o BEDA passar eu consigo fazer coisas diferentes, além de mexer no meu bujo. como sair pra fotografar nas ruas aqui perto de casa (tem tanta árvore lindinha!) ou conhecer algum lugar novo em São Paulo (são tantos, né?).

como seria o seu encontro com o artista perfeito?

acho que, pra mim, se envolver uma xícara de chá, tá tudo bem. ♥