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há algumas semanas, eu tive uma conversa com a Gabs sobre produção de conteúdo pra internet que foi muito legal. por que a gente se comprometeu com uma meta, sabe? a gente meio que prometeu puxar uma a outra nesse lugar, se ajudar mesmo. e eu tava aqui revendo as anotações que fiz daquela conversa (sim, sou dessas) e me deparei com uma frase que bateu tão fundo na hora que eu ouvi quanto relendo, dias e dias depois:

você não precisa fazer nada grandioso, só precisa estar lá.

vamos parar pra pensar nisso um pouquinho? percebe como a gente se cobra, se machuca, porque fica pensando em formas diferentes de fazer uma coisa grandiosa, gigante, que entre pra história, e no fim acaba mega desmotivada porque acha que jamais vai conseguir chegar nesse fim de caminho ideal? tipo, você quer escrever um livro maravilhoso, que vai ser super aclamado pela crítica, vai virar filme e série na Netflix, mas não consegue nem escrever o primeiro parágrafo da história.

você fica travada, com medo desse resultado.

mas você não precisa fazer algo grandioso, menina, só precisa estar lá. só precisa dar o primeiro passo. escrever uma linha hoje, outra amanhã. outra daqui duas semanas. postar no blog um pouquinho numa semana, depois postar de novo só quando sente vontade, sem pressão sabe. você só precisa estar lá.

só precisa começar de alguma forma. mesmo que seja julgando como péssima cada uma das palavras que você escreve nessa primeira linha.

eu percebi, nas últimas semanas, que a gente faz questão de ignorar o processo. a gente olha pra fulana e pensa ‘meldels, nunca vou chegar no meso patamar que o dela‘, olha pra ciclano e diz que jamais teria o talento que ele tem pra desenhar, escrever, editar vídeos, *insira aqui aquilo que você acha que não consegue fazer*. mas a gente esquece que essa pessoa passou por um processo incrível pra chegar nesse ponto.

você tá aprendendo sobre edição de vídeo agora, mas o ciclano passou 12 anos estudando e mexendo com isso enquanto você fazia outras coisas. e tudo bem, sabe? editar vídeos só não era uma prioridade pra você. fulana faz uns letterings maravilhosos no bullet journal dela e você tem certeza que jamais conseguiria fazer nada remotamente parecido com o que ela faz. mas não vai investigar que ela começou a fazer esses desenhos ainda pequena e fez faculdade de design e faz disso o trabalho dela – e deve treinar isso umas 10 horas por dia ou em cada momento vago que ela tem.

a gente esquece o processo e quer logo o resultado. mas isso de querer o resultado só coloca a gente lá longe, sabe? bem longe da meta, bem longe do que a gente acha que quer. e aí fica frustrado quando percebe que já não nasceu sabendo como editar vídeos de um jeito incrível ou fazer letterings maravilhosos pra escrever no #bujo e postar as fotos no Instagram depois. mas tem todo um contexto que a gente tá ignorando.

eu sei lá. fiquei pensando nisso e observando como eu mesma já pensei isso milhares de vezes e como esses pensamentos machucam. é crueldade, sabe? é tortura com a gente mesma. a gente acha que só é importante quando faz alguma coisa grandiosa, quando viraliza na internet ou quando ganha prêmio em algum lugar. mas a gente não tem ideia do efeito que o nosso primeiro passo tem no caminho e no quanto as pequenas coisas que a gente faz vão influenciar as outras pessoas. a gente tem um caso sério de ignorar o contexto, entende?

e aí acha que tudo é sobre a gente. ‘porque EU não consigo fazer isso’. ‘eu não tenho capacidade de fazer aquilo’. ‘eu nunca vou ser como fulana’. ‘eu queria ser tão talentosa quanto ciclana (mas não sou)’. e usa isso pra falar mal de si mesma. pra se colocar pra baixo, pra ficar triste e desmotivada. e esquece de novo que:

  1. é o mundo que precisa de você, não o contrário;
  2. sempre tem alguém observando a gente.

e quando fica nessa de achar que só vale a pena se for grandioso, o que que a gente ensina? que tem um padrão inalcançável, só pra algumas pessoas especiais e que você não serve de nada.

desculpa acabar com o seu castelinho de areia, mas isso é mentira. e mentir pra si mesma só alimenta esse círculo de maus-tratos autoinfligidos que a gente finge não fazer consigo mesma, jogando o problema lá longe, na meta impossível, sendo que um passinho minúsculo que a gente dá nessa direção já muda o mundo inteiro, inclusive você.

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Escrito pelaMaki
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34 Comentários
  1. Vanessa Andrade  em outubro 26, 2018

    Menina do céu como eu amo o seu blog, é uma terapia pra mim ler você e a Isa. Inclusive tenho enviado seus textos para muitas amigas, porque é impressionante como tem coisas que você escreve e que encaixam perfeitamente no que a gente ta vivendo, sabe? Você é muito boa no que faz, me traz um quentinho no coração ler o que escreve, me sinto conversando com uma amiga, parabéns!

    • Maki  em outubro 26, 2018

      aaaaaaaaa Vanesaaaa! como eu lido com um comentário como esse? coisa mais linda sério <3 brigada mesmo por isso, não sei o que dizer (a não ser: é só por isso que escrevo!)

  2. Edna (@reflectionofeds)  em março 30, 2018

    Volta e meia eu tenho que voltar nesse post porque o peso do TCC me engole tanto que me paralisa, eu preciso de feedback mas ao mesmo tempo tenho medo, não produzo e o tempo passa impiedoso. Comparação e cobrança de todos os lados, uma ansiedade de formar e um medo do futuro incerto do depois descomunal. Por mais que me digam “todo mundo nessa fase passa por isso” ainda não consigo acreditar, porque eu mesma entrei numa de “vou planejar tanto meu tema que não terei quem me conteste a escolha” e agora tenho medo dos compromissos que assumi. Com certeza grande parte se deve a essa angústia de fazer sempre o melhor, a referência ideal ou nada. Preciso não estar atrasada, estou velha, obsoleta. Porém, na verdade, o que preciso é estar lá, sem pretensões e patamares.
    Obrigada pelas palavras, pelo blog, me identifico tanto com esse post que dói. Espero que essa frase ecoe na mente pra não esquecer: apenas esteja lá.

    • Maki  em abril 03, 2018

      Edna, não esquece disso mesmo. apenas esteja lá. só de você fazer, já é um passo incrível. não precisa ser perfeito, mas você estando lá e fazendo já é perfeito.

  3. Manu  em fevereiro 27, 2018

    Maki,querida,comecei a te seguir no blog agora faz poucos dias e estou amando, não vou largar mais, sabe tipo leitura de cabeceira,eheheh estou tbem querendo muito iniciar um blog, não sei nem por onde, e nem sei se é coisa pra mim, pq já tenho meus 40 anos e tralalá. Mas esse seu post me animou muito , entendi que tenho que ser eu e não me cobrar pelo que ” os outros irão pensar” isso sempre me travou de certa forma. Uma frase que meu marido sempre fala pra mim e ele está certíssimo : Se vc buscar sempre pelo ótimo, nunca irá começar ,então comece pelo Bom!! Perfeito isso neh!!! Obrigada por compartilhar suas ideias conosco viu! Um gde bj!

    • Maki  em março 01, 2018

      Manuuu! que legal você por aqui! brigada por esse comentário. olha, não existe idade pra gente fazer o que gosta e tem vontade, né? se você quer fazer um blog, faça! faça com carinho, com cuidado, que já vai ser incrível ♥

  4. Lais Cezzario  em fevereiro 20, 2018

    Esse texto é lindoo , esto upassando por uns momentos difíceis. Mas amei ler
    O que. Vc escreveu , vc me descreveu . Se comparar com outros só machuca mesmo . Ler seus textos me faz querer dar os primeiros passos para algo melhor . Abraço

    • Maki  em fevereiro 22, 2018

      você consegue, Lais!

  5. Renata Diane  em fevereiro 07, 2018

    Aquele texto que eu precisa ler neste momento!
    Apenas: Obrigada!
    <3

  6. Renata  em fevereiro 07, 2018

    Aquele texto que eu precisa ler neste momento!
    Apenas: Obrigada!

    • Maki  em fevereiro 07, 2018

  7. Karupin  em fevereiro 06, 2018

    Hoe, Maki! Tudo bem? 🙂

    Chessus que este é o segundo texto que leio a respeito de dar o primeiro passo, sem me preocupar tanto com estar perfeito – corta pro Universo dando tapas na minha cara, haha! Na verdade, meu caso é com criação de podcast com duas amigas. Elas já estão super resolvidas com o “vai com medo mesmo” e o “melhor feito do que perfeito (não feito)”; eu estava ainda na fase do planejamento.

    Sinto que tenho de aprender muito com elas sobre tentar se jogar mais para ver no que dá depois, mas, ao mesmo tempo, não me sinto a “estraga-prazeres” da história por estudar um pouquinho mais sobre os preparos antes de agir. Talvez não seja questão de quem está certo ou errado nesta história, mas será que se preparar um pouco antes de levar uns tapões do processo seria “errado” da minha parte?

    Desculpe, seu texto me fez divagar a respeito disso, não precisa responder se não quiser, Maki!

    Obrigada por deixar o espaço aberto para eu subir no lustre por aqui, haha! Seus textos sempre me fazem pensar um pouco mais, embora, como visto nesse comentário, nem sempre chegue a alguma conclusão clara… XD

    Beijos, flor~

    • Maki  em fevereiro 07, 2018

      eu adoro os seus comentários, Karu! e, de fato, acho que não tem muito a dizer a não ser… faz o que deixa o seu coração em paz. só não vale usar isso pra falar mal de você, ok?

  8. May  em fevereiro 02, 2018

    Você escreve muito bem e isso já é grandioso! 🙂
    Parabéns!

    • Maki  em fevereiro 03, 2018

      brigada, May ♥

  9. Raquel Salles  em fevereiro 01, 2018

    Obrigada por esse texto, sério! Eu estava precisando muito ler isso, e estou feliz de ter encontrado aqui algo assim. Me fez chorar e me fez sentir alívio, e pude encarar as coisas de outro ângulo. De coração, tudo de maravilhoso pra ti. Beijo! <3

    • Maki  em fevereiro 03, 2018

      ô, Raquel ♥ me dá um abraço, vai! que amor esse seu comentário, mesmo. fiquei chorandinho aqui tbm!

  10. denise  em fevereiro 01, 2018

    Oi, Maki,
    A gente pode viver muitos anos e a cobrança continua lá. Se conseguimos fazer as coisas de nosso jeitinho, já é uma grande coisa. Sempre alguém será especialista em algo. Não é preciso fazer comparações nem cobranças.
    beijo, menina

    • Maki  em fevereiro 03, 2018

      exatamente! e a gente precisa dar esse primeiro passo. começar mesmo, sabe? se não fica numa espiral de cobrança e não sai nunca mais.

  11. clara rocha  em fevereiro 01, 2018

    Esse texto é incrível não é mesmo dona Maki ?! Juntamente com a pessoa que escreve ele. Imagino você digitando freneticamente cada palavrinha. É de fato, uma forma de transbordar amor. Colocamos muita expectativas e estabelecemos padrões altíssimos para serem alcançados, mas ao mesmo tempo nos travamos para começar. Que coisa curiosa é a vida não é mesmo? Acredito muito nisso aí que você escreveu. Eu mesma já entrei em conflito comigo diversas e diversas vezes, e os pensamentos sempre vinham com uma pontada bem malvada de como eu não era boa para fazer aquilo. Temos que nos libertar desses pensamentos e entender que começar algo novo é como começar a andar. vamos rolando primeiro, depois engatinhando, depois dando os primeiros passos e caindo, até uma hora aquilo virar extremamente natural pra gente. Está tudo bem ne ? Hoje em dia sempre penso no como pode ser divertido começar a aprender algo novo. Por exemplo, edição de vídeo, é algo que eu sou meio ruim, mas já estou feliz de ser meio, significa que não sou tão ruim quanto antes, vou aprendendo aos poucos e melhorando a cada edição de vídeo.

    • Maki  em fevereiro 03, 2018

      miga, sim! é isso mesmo. a gente acha que já tem que nascer sabendo tudo e fica se comparando e entra numa espiral que não é fácil de sair. mas é um passo de cada vez, sabe. primeiro você estuda um negócio, depois tenta colocar em prática e assim vai. não precisa ser tudo de uma vez só.

  12. […] “Você não precisa fazer nada grandioso, só precisa estar lá” […]

  13. Ipsilon Te  em janeiro 31, 2018

    achei esse textin muito parecido com um meu, chamado seja menos incrível”. fiquei feliz ao saber q não estou sozinho no mesmo pensamento sobre esta questão.

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      não tá mesmo!

  14. Rithynha  em janeiro 31, 2018

    Bom dia Maki, tudo bem?
    Quero agradecer por esse texto maravilhoso. É como um bálsamo.
    Quantas vezes eu me cobrei e estabeleci tão alto nível de perfeccionismo que acabei por não fazer nada?
    Mas lendo sua partilha compreendo o valor do processo e das pequenas vitórias ao assumir um passo de cada vez. Importante é não deixar de realizar, mesmo que seja aos poucos…

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      isso mesmo, Rithynha. é um processo e ele pode ser leve, sabe? não tem que ser pesado e sofrido!

  15. Claudia Hi  em janeiro 30, 2018

    Obrigada por esse texto Maki. Me ajudou a olhas as coisas por outro lado. Eu sempre me pego desanimando ou até desistindo antes de começar a fazer algo, porque tem gente muito melhor do que eu.

    Agradeço pelas palavras e por me/nos encorajar a sermos quem somos. A sermos nós mesmos, independente de qualquer julgamento, seja vindo de terceiros ou de nós mesmos. ♥

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      ai, Claudia, fiquei emocionada :~ acho que esse é o feedback mais incrível que você poderia me dar. é isso. vamos juntos, sabe? tá tudo bem ♥

  16. Gabriela Junqueira  em janeiro 30, 2018

    Muito obrigada por esse texto, sério mesmo <3

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      brigada você, Gabi ♥

  17. Stefhanie  em janeiro 30, 2018

    Quando você lê um texto que parece ter sido escrito diretamente para você! <3

    Fiquei vários meses sem postar no blog (ainda voltando aos poucos) exatamente por conta dessas cobranças bobas. Escrevia algo, mas não postava porque fulano já tinha falado sobre determinado assunto bem melhor que eu.. Sempre quis fazer algo diferente, grandioso e no fim travava por me cobrar demais, tortura né? E eu não preciso disso, ninguém precisa. Só ser verdadeiro com você e com tudo que faz – ISSO é fazer algo grandioso. <3

    Um beijo,
    Sté

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      EXATAMENTE, STE! é isso. ser verdadeiro com voc~e e fazer aquilo que te deixa com o coração em paz. e pronto, tá tudo certo!

  18. Vivi  em janeiro 29, 2018

    Só queria dizer que: obrigada! <3

    • Maki  em janeiro 31, 2018

      brigada você, Vivi! ♥