livros

dia desses, eu perguntei lá no Twitter quem gostaria de participar de um clube do livro comigo. você já sabe como eu tenho dificuldade em ler desde que comecei o homeoffice, e tava muito a fim de retomar esse hábito – até porque, quem me acompanha por aqui vive pedindo pra eu falar mais sobre leituras! dito e feito, a Clarinha e a Karine toparam participar dessa ~empreitada~. nasceu assim o Chá com Flor.

criado o grupo no Messenger (porque é assim que as coisas funcionam hoje em dia), a maior dificuldade foi encontrar um primeiro livro para ler. a inspiração veio de dona Lominha, que falou sobre O Ano em que Disse Sim, da Shonda Rhimes, lá no Sernaiotto. nós três estávamos bem animadas para ler e ficou decido: essa seria a primeira leitura do projetinho.

um mês depois, posso dizer com propriedade que Shonda Rhimes e eu somos a mesma pessoa. cada página desse livro me mostrou que até mulheres tão poderosas e bem-sucedidas como ela têm inseguranças, se sentem tristes e preocupadas e querem, acima de tudo, serem amadas.

uma das partes que mais me tocou no livro, com certeza, foi o momento em que ela conta como se via sempre presa numa despensa imaginária. quando mais nova, ela ficava dentro da despensa, na casa da mãe, criando histórias com os enlatados. ela pode saiu desse lugar físico quando cresceu, óbvio, mas o lugar não saiu dela. ela passava os seus dias sempre ali, fazendo algumas coisas para o mundo exterior, mas mantendo a porta bem fechada na despensa, impedindo qualquer pessoa de entrar e ela de sair.

se você acompanha o blog, já sabe que eu passei boa parte da minha vida presa nessa mesma despensa, criando histórias com os enlatados e as conservas e mantendo o mundo todo e todo mundo a uma distância que eu considerava segura. escancarar essa porta e olhar o que tem em volta tem sido o treinamento mais feliz e incrível da minha vida.

por isso, Shonda Rhimes virou minha melhor amiga. agora andamos de braços por dados por aí, fofocando sobre os bastidores de Scandal e planejando a dominação mundial. vamos começar com os roteiros das séries dela e o meu feed organizado do Instagram. vai ser maravilhoso, aguardem.

o ano em que disse sim shonda rhimes

Aquela garotinha com os vegetais enlatados abre a porta daquela despensa apenas o bastante para olhar pela fresta da porta para a luz do sol. Ela também vê essa linda mulher banhada em luz usando o vestido vermelho com um sorriso largo no rosto. Ela aprova. Ela ama a mulher também. – Shonda Rhimes

a forma como Shonda escreve no livro me fez acreditar mesmo que éramos amigas conversando enquanto tomávamos um chá em um café delicioso no inverno, vendo a neve cair lá fora e observando as pessoas passarem muito bem agasalhadas na rua. é aconchegante e gostoso de ler. não é à toa que eu me identifiquei tanto com tudo o que ela tinha pra dizer.

sabe, a Shonda não quis escrever um livro que só inspirasse a olhar a vida de uma maneira diferente, em que as coisas ficassem nesse âmbito do sonhar por dias melhores. não, ela quer que você diga ‘sim‘. e meu Deus, como eu estava acostumada a dizer ‘não‘ para a vida. se o meu processo inteiro até aqui não foi um grande ‘sim’, eu não sei o que é, e Shonda me lembrou disso. ela me lembrou de como a gente se boicota e se fecha numa caixinha esperando que o mundo tire a gente lá só porque ele sabe, no fundo, que somos incríveis.

só que não. isso não acontece. o mundo não descobre sozinho o tamanho da nossa maravilhosidade, ele não reconhece a nossa duroneza (nas palavras da própria Shonda) só porque ela sempre esteve ali adormecida. o príncipe encantado não vem bater na nossa porta e a nossa carreira não deslancha só de jogar alguns textos na internet, sem mandar pra ninguém ler.

a gente diz ‘não‘ o tempo inteiro. o dia inteiro. todo dia. a gente fica na despensa, criando histórias que gostaríamos que fossem verdade. e quando a realidade passa longe do que a gente imaginou, a gente fica triste e decepcionada e perde a motivação. a gente não vê sentido, sabe?

lembra quando eu falei sobre o livro do Tyler Oakley e como me incomodou que ele não mostrava uma saída para o que ele sentia? então. com a Shonda foi diferente. ela encontrou uma saída. ela teve uma epifania, um momento de clareza. ela entendeu que vivia dizendo não. que viva se negando a VIDA. foi só ela começar a aceitar que a corrente de dádivas ficou muito mais clara. até mesmo situações que poderiam ser consideradas ruins não foram vistas assim. elas se tornaram um aprendizado, algo pelo qual ela se sentia grata. tem coisa mais incrível do que isso?

diga ‘sim‘. é isso que Shonda quer que você faça. ela quer que você olhe em volta e diga ‘sim‘ para a sua vida. a vida que você merece ter. mesmo que dizer ‘sim‘ signifique soltar alguns ‘nãos‘ de vez em quando. só diga ‘sim‘. e sem medo, sabe? pode parecer assustador no começo, mas eu garanto que só vem coisa boa por aí.

O ódio diminui, o amor aumenta – Shonda Rhimes

se você se interessou (eu espero que sim, pelo amor de Deus!) pode comprar o livro da Shonda clicando neste link aqui. ah, e não esquece de ir lá no Leuxclair (o post dela é esse daqui)e no Coffee & Flowers pra saber o que a Clarinha e a K. acharam do livro também, tá bom?

o que te impede de dizer ‘sim’?

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Escrito pelaMaki
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16 Comentários
  1. Bruna  em agosto 03, 2017

    Nossa, estou vendo tanta gente falar desse livro, parece um sinal para eu ler também. Não que eu precise de muito para ser convencida, já amo a Shonda por Grey’s 🙂

    • Maki  em agosto 06, 2017

      leia! você vai amar!

  2. Maíra Sobieski  em julho 28, 2017

    Eu devorei seu site. Que forma linda de escrever, Maki! <3 estou amando MUITO seus posts.
    Esse livro já entrou aqui na listinha e estou ansiosa para ler.
    Beijos!

    • Maki  em julho 31, 2017

      ahhh, como você é fofa Maíra ♥
      brigada mesmo!

  3. Thaizi Ono  em julho 17, 2017

    Vim para esse post pelo link do blog chata de galocha – http://chatadegalocha.com/2017/07/links-da-semana-o-ano-em-que-disse-sim/.
    Que blog lindo, dá vontade de ler tudo de uma vez só! E as fotos, muito lindas!!!
    Adoro ler e depois de ler a sua resenha, fiquei super curiosa em ler o livro da Shonda. Eu admiro ela pelos seriados maravilhosos que ela faz e fiquei curiosa de ler um pouco sobre a vida pessoal dela.
    Em tempos de pessoas que fazem resenha no YouTube, é tão bom ler uma resenha escrita, muito amor!
    Beijos

    • Maki  em julho 17, 2017

      oi, Thaizi! nossa, seja muito bem-vinda ♥
      olha, eu confesso que também amo resenhas escritas, viu? e o livro da Shonda é amor demais, cê vai curtir muito!
      brigada pelos elogios e volte sempre, tá?

  4. Thaís  em julho 15, 2017

    Mari, cheguei aqui através do post da Ká e adorei seu blog. Dá vontade de não sair mais daqui! Haha. Gostei muito da sua resenha e estou decidida a comprar esse exemplar. Parece maravilhoso, ainda mais pela forma com que a escrita da autora flui, como se fosse uma conversa de amigas.

    Sobre essa parte aqui:
    ”diga ‘sim‘. é isso que Shonda quer que você faça. ela quer que você olhe em volta e diga ‘sim‘ para a sua vida. a vida que você merece ter. mesmo que dizer ‘sim‘ signifique soltar alguns ‘nãos‘ de vez em quando. só diga ‘sim‘. e sem medo, sabe? pode parecer assustador no começo, mas eu garanto que só vem coisa boa por aí.”

    Minha psicóloga me falou isso em algumas sessões de terapia que fiz. Nem sempre consigo aplicar, mas aos poucos venho conseguindo fazer isso e tem dado resultado. Acredito que o livro vá enriquecer ainda mais essa minha visão.

    Um beijo!

    • Maki  em julho 16, 2017

      Thaís, que legal você por aqui ♥ brigada pelo seu cometário!
      e, sim, a gente começa aos pouquinhos, né? a própria Shonda percebeu que tinha dificuldades em falar ‘sim’ e que tudo foi um treino e tanto para ela. mas acho que é isso: é um treino mesmo.
      volte mais vezes, tá?

  5. KARINE  em julho 12, 2017

    amei o post, miga! muito do que li da história da shonda fez sentido na minha vida. foi uma leitura maravilhosa e pra falar bem a verdade eu já tô com saudade e vontade de ler novamente, hahaha ♥

    • Maki  em julho 13, 2017

      né? eu também ♥

  6. Silmara  em julho 12, 2017

    Confesso que não via a hora de terminar de ler o livro e vir até aqui contar sobre o quanto gostei. Tenho duas semanas de férias, uma pausa muito necessária. Em meio a correria escolho estes dias para fazer coisas que gosto e colocar a vida, meus desejos pessoais e os sentimentos no foco da minha atenção. É bom ler sem compromisso em usar a leitura no trabalho. Eu simplesmente amei a sua indicação. O problema em ler é que quero ficar o tempo todo envolvida. Foi como passar horas muito agradáveis ouvindo e dialogando com uma amiga querida. E agora que acabou a leitura? Fica aquela sensação boa e ao mesmo tempo sinto que: e agora? rsrs. Entre as metas que tracei para este ano, inclui aceitar desafios, sair algumas vezes da zona de conforto e melhorar o contato visual. Sou reservada, observadora, aparento ser segura, mas na verdade, me sinto bem mesmo estando na “despensa”. Tenho amigos queridos que gostam da minha presença, mas não os tenho cuidado como merecem, e os amo tanto, sinto tanta falta. Tenho me esforçado em dizer sim, sim eu vou, sim eu quero, sim me esperem. E nestas férias eu realmente vou e vou convidar a vir. Enfim, teria muitas coisas para escrever…só tenho a agradecer pela indicação. Uma leitura que me fez bem como um chá com uma amiga…Preciso pensar mais no que li. Pensei em você também, nas coisas que li aqui…é bom me sentir em casa. Escreva sempre que quiser. É sempre bom vir aqui. Ops…me empolguei…rsrs. Até e obrigada!!!!

    • Maki  em julho 12, 2017

      Silmara, você é MUITO FOFA! quero te apertar. fico muito feliz que você gostou e que esse livro te trouxe tantas sensações boas! esse é o objetivo mesmo ♥ que coisa mais maravilhosa, esse seu comentário. brigada mesmo!

      • Silmara  em julho 18, 2017

        Hahahaha….faz bem esta interação!!!!! Eu que agradeço! rs

  7. Clara Rocha  em julho 04, 2017

    Você não está sozinha.
    Nós absolutamente não estamos sozinhas. É incrível como podemos ver a fragilidade da Shonda sendo aquela pessoa que ao mesmo tempo é brilhante e admirada por tantos se tornar uma pessoa reclusa e cada vez mais fechada, e em como esses montes de sim que a deixou vivenciar coisas novas foi a transformando de pouquinho em pouquinho.
    Você e a Shonda são a mesma mesmo, em alguns momentos eu vi você no que ela escreveu.

    • Maki  em julho 04, 2017

      afe que coisa mais maravilhosa <3 esse livro mexeu muito comigo mesmo porque me mostrou como todo mundo sente a mesma coisa, no fim, e como estão todos em busca de serem amados. tão sincero, esse pedido, né?

  8. […] + Maki do desancorando :  Shonda Rhimes e eu somos a mesma pessoa […]