voltei a me apaixonar por diários. eu já falei sobre eles aqui outras vezes, né? e vira e mexe a minha mente se volta pra eles e a importância que têm pra mim. sabe, essa página aqui, o desancorando, tem quase seis anos de vida (passa rápido!) e parei pra pensar que ela pode ser considerada um diário. aqui tem tanto de mim, dos meus processos, das minhas mudanças que não dá pra ser diferente, né? assim como um diário de papel, já pensei em fechar tudo por um tempo, deixar pra lá e voltar depois. nunca aconteceu (*oficialmente*), mas dá pra ver que ele tem os seus ciclos.
tem pouco mais de um mês que eu voltei a fazer um diário de papel. o meu caso de amor com as páginas matinais continua vivo, não se engane, mas eu tinha dado um tempo, perdido o fôlego. chame de ressaca de quarentena, em que eu ocupei meu tempo com tantas outras coisas que esqueci de escrever. até falei disso lá no Instagram e num fio do Twitter que segue inacabado. mas, sim, voltei a escrever um diário com pretensão nenhuma a não ser escrever pra mim. pra tentar colocar um pouco mais de consciência nos meus dias.
confesso que foram muitas as vezes em que escrever perdeu o sentido pra mim. mais do que gostaria de falar, com certeza. mas tem uma palavra que me volta na mente tem muitas semanas e que se transformou no meu direcionador, sabe?
conexão.
é engraçado que, só de pensar nisso, eu tenho vontade de chorar. me vem uma emoção que eu nem sei explicar, sabe? e, olhando pra isso, percebi como eu mesma perdi a conexão com a escrita e o que ela significa pra mim, pra quê ela serve. eu sempre acreditei que ela é uma ferramenta poderosa, e já fiz uso dela centenas de milhares de vezes com o objetivo puro e simples de compartilhar o que tinha na minha mente, certa de que, de alguma maneira, isso alcançaria alguém. seja aqui, no meu diário digital, seja no de papel (e, nesse caso, a pessoa alcançada seria eu mesma).
e pensando sobre isso e sobre esse último mês e meio de diário de papel, eu percebi a importância que ele têm pra mim e o quanto ele me ajuda. consegui chegar em três motivos principais pra escrever um diário.
1.pra entender onde eu tô
tem uma coisa sobre escrever no papel que me atrai muito: entender onde tá o foco da minha mente. sabe? o que tá ocupando os meus pensamentos, o que tem tirado e o que anda chamando a minha atenção. muitas vezes, são pensamentos pequenos ou coisas que não importam tanto assim, outras, vejo que tem um assunto que aparece de novo e de novo nas páginas, e aí eu entro num outro estado: de resolver ou deixar como está. pra mim, a boa notícia é que eu tenho escolhido resolver a maior parte delas.
2.pra ter mais tempo pra mim
eu tenho um pouco de dificuldade com a palavra “autocuidado” porque sinto que ela virou commodity tanto quanto “coach” ou “marketing digital”, mas a verdade é que escrever no diário começa quase como um ato totalmente egoísta. são dez ou 15 minutos do dia que eu tiro pra só escrever sobre o que tá na minha cabeça, ficar um pouco mais de tempo longe do celular e, sei lá, curtir a manhã. percebi que, pela primeira vez em muito tempo, eu tenho acordado animada com a possibilidade de ter esse tempinho focando em coisas que eu gosto de fazer: ler e escrever.
3.é um depósito de ideias
já tive muitas ideias sobre coisas que gostaria de fazer que surgiram desse meu vomitar mental de todas as manhãs. ideias boas e ideias ruins. ideias que eu, de fato, tirei do papel. outras que nasceram e morreram ali. não costumo reler os meus diários, sabe, então pouca coisa sai dali. mas como é um lugar pra eu entender onde eu tô, eu peguei o costume de levar a sério quando uma ideia fica muito tempo na minha cabeça. sinal que vale a pena dedicar um tempinho pra ela.
eu tô no processo (bem lento) de ler Comece Pelo Porquê, do Simon Sinek, e se tem uma coisa que ele insiste no livro é sobre saber o seu porquê das coisas. tenho usado o meu diário muito pra isso, eu acho: entender os meus porquês. e inclusive, pratica-los enquanto escrevo.
essa coisa de conexão, tenho levado a sério, mesmo. e acho que conectar é um dos meus porquês mais profundos – nada melhor do que começar praticando comigo mesma, né? mesmo que seja na forma de um diário, do tipo que ninguém vê ou do tipo que todo mundo pode ler junto comigo.
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4 Comentários
Já tive muitos diários mas já abandonei esse hábito há algum tempo. Mas as vezes dá saudade de escrever.
Beijos
aaa Aline, espero que um dia você mate essa saudade! é muito bom <3
Eu nunca consegui escrever um diário. Já comecei mil vezes, claro, como todo mundo… mas acabo dispersando, focando em outras coisas e nunca dou continuidade. O que tem dado certo para mim é escrever um pequeno comentário ou observação por dia, no estilo “one line a day” ~ já tem uns 8 anos que faço isso. Adoraria usar um diário como depósito de ideias… quem sabe um dia, né Maki? :*
aaa Cami, mas eu achei a sua ideia tão incrível, sabia? acho que se você conseguir um registro diário que seja, pra te dar um direcionamento do ano, já tá valendo. eu uso diário muito pra destralhar a cabeça mesmo hehehe uma linha só nunca me satisfaz!