cotidiano

tem umas semanas que eu descobri um lugar da internet que eu nunca tinha visitado antes (e olhava até com certo desdém): os vídeos study with me. vou contar um pouco mais, segura aí.

study with me

eu tava buscando maneiras de me manter mais focada no que eu tava fazendo. não é que eu queria ser mais produtiva (essa palavra me dá arrepios!), é que eu tava com tanta coisa na cabeça que colocar toda a minha concentração numa coisa só não tava funcionando direito. eu precisava de algum catalizador, sabe?

eis que lá do fundo da minha mente veio a ideia de ver / ouvir um desses vídeos, pra ver se me ajudava. escolhi um de uma hora e coloquei na cabeça que ia passar aquela uma hora concentrada numa das tarefas que eu tinha pra fazer. e deu certo.

eu fiquei focada mesmo. mas não dava pra medir uma experiência com uma única tentativa, então, tentei de novo. e funcionou de novo. e tem sido assim desde então.

eu fiquei pensando, sabe, o porquê disso funcionar tão bem pra mim. e me liguei que a gente rende muito mais quando não tá sozinho. o que esses vídeos me trouxeram foi companhia. não é doido? porque, em teoria, a pessoa não tá ali comigo, ela tá numa gravação de um dia, uma semana, um mês e até um ano atrás. mas saber que eu tava ali com alguém, trabalhando junto, estudando junto, lendo junto, foi incrível.

eu não me senti sozinha – é como se eu tivesse alguém pra quem prestar contas. naquela uma hora junto, tinha alguém esperando que eu estudasse com ela (no meu caso, trabalhasse!) e mesmo que tivesse uma música por cima, eu sabia que tinha outra pessoa em algum lugar do mundo fazendo a mesma coisa que eu.

eu nem sei se isso tudo faz sentido, mas eu fiquei pensando o quanto a gente defende que prefere ficar sozinho, fazer as coisas sozinho, ficar no seu canto, sabe, quando na verdade a gente se sente bem quando tem alguém fazendo a mesma coisa que a gente e até mais estimulado, sabe? levei essa reflexão pro dia porque eu quando coloco na mente que tem mais gente fazendo o que eu tô fazendo, que tem mais gente que depende do que eu faço, de algum jeito, isso torna qualquer tarefa muito mais gostosa de fazer.

aliás, isso bate de frente com uma coisa que eu percebi umas semanas atrás (e até fiz um post no Instagram sobre), que é a ideia de tornar uma tarefa mais interessante pensando nos outros. é que eu vi um vídeo do Matt D’Avella (que eu amo, por sinal) em que ele falava justamente sobre procrastinação e o quanto ele mesmo tava brigando com o assunto. daí, ele chegou num ponto que é: você só consegue procrastinar por dois motivos:

  • ou a tarefa é muito desafiadora, a seu ver;
  • ou a tarefa é muito entediante.

e isso, pra mim, fez um sentido danado. porque se for o primeiro caso, então a solução é até razoavelmente simples: dividir a tarefa desafiadora em várias menores. agora, o que a gente faz quando ela é entediante?

no vídeo, o Matt conversa com um cara muito legal chamado Steven Kotler que escreveu um livro chamado Flow – basicamente, ele fala que é possível a gente entrar num estado de concentração total chamado flow (ou fluxo) e que a dificuldade em manter o foco é não encontrar maneiras de entrar nesse lugar. e o Steve, que é jornalista, disse que quando precisava escrever uma matéria sobre um assunto que não era tão interessante assim, ou um texto que não era tão complexo, ele começou a imaginar como alguém que ele admirava escreveria aquele texto, tipo o Hemingway.

e eu percebi que esse é um truque incrível e que, de novo, coloca a gente nesse lugar de não estar sozinho, sabe? tipo, enquanto eu escrevia esse post, eu tive dificuldade de me concentrar, fui e voltei várias vezes, até que coloquei um vídeo de study with me e, sabendo que tinha alguém comigo, e pensando em escrever esse texto de um jeito que eu mesma amaria ler ou que eu alguém que eu admiro faria, a coisa rolou. eu entrei no fluxo de escrita (e que fluxo bonito é esse, viu?)

tudo isso pra dizer que, por mais que parece mais legal fazer as coisas sozinho, elas fluem muito melhor quando a gente coloca a nossa mente em alguém. sabe? e o quanto a gente deixa isso de lado pra ficar pensando nas próprias coisas, né? nos próprios dias complexos, nas próprias questões, no nosso próprio tédio, sei lá. e como é simples sair disso também, se a gente quiser! muito mais do que eu imaginei.

então, acho que o resumo dessa ópera aqui é: se você tá com dificuldade de se concentrar numa tarefa, se tá procrastinando alguma coisa, se tá entediado demais pra cumprir aquele prazo ou entregar aquele trabalho… pensa nas pessoas. coloca a sua mente em alguém que vai curtir o que você tá fazendo. que vai agradecer pelo seu trabalho entregue na data prevista. alguém que te inspira e que faria isso que você tá procrastinando de um jeito que você nunca imaginou. pensa nas pessoas. você não tá sozinho

(mesmo quando parece que tá).

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Escrito pelaMaki
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14 Comentários
  1. Lary  em janeiro 01, 2021

    primeiro texto lido em 2021! e que escrita especial, Maki <3 também tenho a sensação de não estar só ao assistir vídeos de estudo ou aqueles no estilo "document your life". me sinto motivada num nível além, sabe? saio pronta pra editar os vídeos que gosto sem sentir vergonha ou medo, saio querendo pôr em prática o que ficou pausado. isso que você disse de não estarmos só é a essência de tudo. vou fixar em mim bem mais para o ano que hoje inicia. abraço grande em tu! 🙂

    • Maki  em janeiro 06, 2021

      opa, que coisa boa saber que o teu primeiro texto do ano foi daqui, Lary!
      mas é isso, no fim, a gente nunca tá sozinho de verdade, e lembrar disso é uma motivação e tanto!

  2. Cinthya  em novembro 02, 2020

    Oi Maki, tudo bem?

    Acabei de conhecer o seu blog e só ler esse primeiro post da timeline já amei e me identifiquei.
    Realmente alguns vídeos trazem para nós, de ser atemporal e gente não se sente sozinho, também já tive essa mesma sensação que você tem com a Study With me.
    amei sua forma de se expressar um beijo.

    • Maki  em dezembro 13, 2020

      Cinthya! que delícia ler o seu comentário por aqui <3 obrigada por compartilhar!

  3. Camila Faria  em outubro 26, 2020

    “Pensar no outro” deveria ser um mantra universal. Lindo conselho e lindo texto. <3

    • Maki  em outubro 31, 2020

      ai, Cá, sim! juro que pra mim virou um super mantra <3

  4. Aline Amorim  em outubro 26, 2020

    Gostei desse post. Eu trabalho com minha irmã e meu pai, e esse ano estamos com alguns trabalhos novos e eu e minha irmã resolvemos fazer juntas ao invés de cada uma uma parte. E tem rendido bem mais, estamos conseguindo mais rapidez pra resolver as coisas. É realmente bom pensar nas pessoas e com as pessoas.
    Beijos

    • Maki  em outubro 31, 2020

      num é, Aline?
      que bom que você tem a sua irmã pra trabalhar junto com você!
      um beijo!

  5. Juliana Castro  em outubro 15, 2020

    Oiê, tudo bem? Espero que sim, caí de paraquedas no seu blog e estou amando, cada post eu devoro, e releio se for preciso, comprei seu livro também, – Palavras de presente, que livro lindo, me sinto sentada no seu sofá de pernas cruzadas, nós duas conversando, de tão bom que é, a leveza que você nos transmite e a não cobrança pelo ( temos que ser perfeitos e nos cobrar o tempo todo para isso). Bom, fiz um
    Blog recentemente e eu sei que em meio a tantos o meu é mais um, mas não desânimo e vou prosseguir ( saiba que você também me inspirou para isso), e seu blog está nas sugestões do meu, será que poderia me dar uma forcinha? Um beijo grande. ♥️

    • Maki  em outubro 31, 2020

      Ju, tudo bom? menina, você esqueceu de deixar o link do seu blog!
      mas eu fico muito feliz mesmo que você se inspirou aqui pra criar o seu! esse é o objetivo <3
      blogs são coisas lindas que merecem o carinho que recebem, né?
      um beijo!

  6. Emi Tavares  em outubro 14, 2020

    Eu gosto muito de assistir esses vídeos, mas nunca experimentei assistir enquanto estou produzindo algo (estudo, trabalho ou blog), me parece ser interessante! Eu costumo ouvir podcasts ou ouvir vídeos (que não exigem que seja “assistido”) enquanto realizo tarefas de casa, é bem bom pq não me sinto só. É como se tivessem falando com a gente.

    Muito interessante seu post, vou experimentar!
    Abraços!

    • Maki  em outubro 31, 2020

      Emi, experimenta, depois me conta o que você achou?
      eu tinha um pouco de preconceito, mas agora, eu sou apaixonada com esses vídeos. acho uma forma legal de me manter focada e bem acompanhada!
      e essa ideia dos podcasts e vídeos que não precisam ser assistidos, eu faço sempre! nesse período que tô ficando muito em casa, têm sido minhas companhias pras tarefas mais “automáticas”, tipo limpar a cozinha ou dobrar roupas hehe

  7. Bruna Morgan  em outubro 09, 2020

    Eu nunca tinha visto a procrastinação por esse ponto de vista, e achei incrível a ideia de estudar com alguém, mesmo que seja um vídeo. Lembro que eu conseguia produzir minhas artes quando botava um podcast de conversas entre artistas, rende mesmo!

    • Maki  em outubro 31, 2020

      num é? parece que só de você saber que tem alguém ali com vocês (mesmo que via gravação) já te tira de um lugar de “tô sozinha e tenho que fazer essa coisa aqui”. é tipo um amigo que fica te “cobrando” terminar aquela tarefa! eu amei demais!