Blogosfera atual vs. Oldschool

Eu não consigo lembrar exatamente quando comecei a blogar. Sei que tem bastante tempo. Mais de dez anos, com certeza. Naquela época, blogar era exatamente como escrever um diário, eu contava tudo o que fazia no meu dia e a divulgação era uma coisa inexistente, a não ser que você contasse com o subtítulo do MSN e a caixa de info do ICQ (ou ainda o perfil do Orkut!). Entre todos os trinta mil ícones que eu coloca ali, com certeza estava o meu link do Blogger.

Desde então eu já criei e deletei muitos blogs, tive um Fotolog e brigava pra entrar na lista dos dez comentários das famosas da época, tipo a Marimoon. Adorava o fotolog dela. Também tive minha época de pseudo-famosidade por ali, em que dez minutos depois os comentários já estavam completos. Naquele tempo, isso significa que você era praticamente atriz de novela de tão famosa.

Os layouts eram horríveis, tinham músicas em todos os blogs e cursor era quase um parque de diversões de tantas coisas que seguiam a setinha pela tela. Eu lembro que meu era um tema japonês, porque eu sempre fui fascinada por animes e mangás e a minha barra lateral tinha mais bonequinhos dançantes e brilhos do que eu gostaria de admitir.

Depois fui para o Livejournal, que era bem mais simples e mais sério, combinava com a minha fase meio emo. Não lembro de ter nenhum comentário, mas eu gostava de escrever o que me desse na telha sem nenhum tipo de pressão. Eu escrevia, tava lá, quem quisesse que lesse, quem não quisesse, que fosse pra outro lugar.

Voltei para o Blogger e criei o Manias de Moça, que depois foi para o WordPress e perdeu o rumo. Eu não canso de falar isso porque criei esse blog – e o mantive, aliás – por todos os motivos errados. Queria entrar na onda das grandes blogueiras e ficar famosa, ganhar jabá e o que mais conseguisse. Foi divertido enquanto durou e tiveram momentos ótimos ali, mas não era eu. Não era real.

E aí, eu criei o Desancorando. A minha casa. E falo isso sem metáforas. Aqui eu mostro quem eu sou, como eu sou, sem julgamentos, sem medo da retaliação, não me importando (de verdade) com quem vai ler. E a resposta tem sido maior e mais legal do que todos esses meus anos anteriores juntos.

Claro, tem coisas hoje em dia que eu não amo tanto assim na blogosfera, mas a evolução da internet é muito legal e criou um leque de alcance que ninguém jamais teve antes. Tenho aí meus problemas com divulgação dos posts (alô, falta de organização), mas não sei se trocaria o que tenho agora com o que tinha antes.

Apesar disso, descobri uma verdadeira paixão por páginas autênticas, que tem aparecido cada vez mais e que, até um tempinho, eram praticamente inexistentes. Continuo tendo aversão a coisas muito comerciais, acho que é o meu lado roots voltando a superfície, mas gosto da ideia de ter uma comunidade em torno do que eu escrevo. Assim, todo mundo se ajuda.

Oldschool ou atual, eu amo blogar e amo a internet. Verdade, ela tem os seus monstros e os seus cantos escuros, mas também tem tanta coisa legal que fica difícil elencar uma só. E a isso eu digo: um viva!

Este post faz parte da blogagem coletiva do Rotaroots