Outro dia estava conversando com uma amiga sobre os rumos da vida. Como 2014 foi um ano complicado e difícil para mim e como eu quero fazer 2015 um ano diferente. Sim, porque eu tenho que querer mudar, as coisas não mudam sozinhas.
Adoro aquela releitura do ditado que diz: ‘Coisas boas acontecem para quem trabalha muito!‘ (ao invés de ‘coisas boas acontecem para aqueles que esperam‘ – all good things come to those who wait). E, aqui, não é um trabalho as in carreira, mas sim trabalho no sentido de correr atrás daquilo que você deseja.
Comentei também por aqui sobre a tal da felicidade e como eu estou repensando inúmeros conceitos porque passei muito tempo perdida, sem saber para onde ir. É bem isso: eu queria tudo e acabei sem nada. Eu queria um emprego novo, eu queria me realizar profissionalmente, queria um amor para chamar de meu, queria reformar o quarto, queria isso, aquilo, aquilo outro… E o ano acabou igual começou (figurativamente falando, já que meu 2014 começou em fevereiro, depois que eu voltei da França). Eu fiquei correndo feito louca e acabei morrendo na praia, porque não só é impossível querer tudo ao mesmo tempo e conseguir alguma coisa, como eu também não estava na melhor fase para querer coisa alguma.
Foi um ciclo vicioso, uma coisa puxou a outra e lá fui eu para o fundo do poço.
E aí minha amiga estava comentando como eu precisava ter calma – e talvez essa seja a minha palavra do ano – porque eu estou com a vontade de mudança tão grande dentro de mim, agora que estou melhorando, que a chance de cair no ciclo de novo é grande. Uma coisa de cada vez, ela me disse, porque eu não posso ter tudo ao mesmo tempo.
Ao passo que algumas coisas têm que acontecer naturalmente – não dá para ficar martelando um ‘não quero ser mais triste‘ na cabeça e esperar que o sentimento vá embora da noite para o dia – outras precisam sim de um certo esforço, mas tem que ser, acima de tudo, um esforço igualmente natural e não forçado.
Eu sou uma pessoa que cobra demais de si mesma, o tempo todo, por tudo, e é difícil aprender a relaxar e colocar um pé na frente do outro na hora de andar. Por isso me embanano inteira. Se eu não consigo fazer alguma coisa que me dispus a fazer (por exemplo, gravar vídeos para o blog todo sábado), eu passo o resto do mês me matrizando por causa disso e uso isso contra mim, para provar que eu nunca faço nada certo. (olha a loucura!)
Claro que, se eu quero manter o canal do Youtube (se inscreve lá!) bem alimentado, eu preciso de uma rotina de gravação/edição/postagem, mas isso tem que ser feito por amor, porque eu quero, porque eu estou no clima e não porque ‘eu-tenho-que-fazer-se-não-o-mundo-acaba‘.
Agora que estou em um momento muito reflexivo, em que tenho pensado e repensado sobre a minha vida, o que quero com ela, eu consigo chegar a uma conclusão: eu preciso evoluir um dia de cada vez. Hoje eu faço isso, amanhã eu faço aquilo e se hoje eu esqueci ou não deu tempo, tudo bem, o planeta não vai implodir porque eu não coloquei dinheiro na poupança esse mês. Mês que vem eu tento de novo. E assim caminha a humanidade…
Quem quer tudo acaba sem nada porque não tem um foco e eu, de verdade, não tinha um foco. Agora acredito que tenho. Posso não saber exatamente o que eu quero ainda, isso é uma questão de aprendizado, mas sei que se continuar no desespero de mudar tudo de uma hora para outra eu vou acabar 2015 da mesma maneira que terminei 2014. E isso é algo que eu não quero mesmo.
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2 Comentários
Querer engolir o mundo todo, na pressa de recuperar o tempo perdido, ou ainda, sair logo dessa vida que não queremos. Se essa foi a sua sensação, bem vinda ao clube.
E bem, eis o que eu aprendi em 2014 e estou começando a aplicar em 2015:
1) Você já tem o que precisa: Não sei você, mas eu percebi (com ajuda externa) que toda a minha busca por aperfeiçoamento, projetos, etc tinha a ver com o fato que eu nunca achava que estava bom o suficiente. Daí vinha o medo de correr atrás do que eu queria (“e se eu falhar?”) e de me expor pro mundo (“e se me rejeitarem porque ainda não valho a pena?”). Ainda luto contra isso, é claro. Mas no momento que essa ficha caiu as coisas voltaram a andar para mim.
2) Tirar a bunda da cadeira: Não adianta planejar sem agir. Sim, é fácil falar mas o ponto todo aqui é que nada, NUNCA, vai sair 100% como o planejado. Jamais. E outra: nada vai andar se você não por em movimento. Portanto esqueça o resultado idealizado e simplesmente tire a bunda da cadeira. Você vai cair, vai levar não mas só vai chegar lá se começar a andar.
3) FOCUSING ON GETTING BETTER, RATHER THAN BEING GOOD: O título é de um capítulo de um livro (tanto que eu copiei e colei aqui, por isso as maisculas) mas acho que ele resume bem a mudança de atitude que eu quero buscar. Ser bom é algo muito abstrato porque você sempre pode melhorar, e querer alcançar algo que não dá pra enxergar é receita pra frustação. Portanto foquemos em nos melhorar um pouco todo dia.
E sabe como eu sei que isso tem adiantado pra mim? Há tempos que eu estava travado com leitura, especialmente pra estudos. Lia mais artigos e só consegui terminar um livro por conta da pressão do TCC da pós. Agora, antes do primeiro mês do ano acabar, já tenho um livro quase completo do meu lado lotado de posts-its. Voltei a produzir com rapidez, apesar de ainda achar que estou mais lento do que eu gostaria, porém hoje busco metas mais alcançáveis (tipo, em vez de já listar 20 capítulos de livros, 10 projetos por dia e tudo mais estou com um livro de cada vez e focando nos projetos mais importantes/urgentes por conta de prazo), e o melhor: tá natural. Não tá com aquela sensação de esforço, sabe?
Por isso que eu te digo o seguinte: Antes de tudo, coloque uma coisa na sua cabeça: VOCÊ JÁ SE BASTA. Não vou ficar aqui colocando elogios pra você porque eu sei que isso não adianta. Mas entenda que tudo que você precisa pra conseguir o que você quer já está em você. Você não precisa melhorar, precisa é aceitar isso antes de tudo. Segundo: Arrisque. Por mais medo que dê (e vai dar medo, eu sei. Eu mesmo ainda tenho.), faça. Mande o currículo, mesmo que na sua cabeça venha uma voz falando “eles vão me ignorar, eles vão rir, eu devia ter melhorado XYZ…”, chegue no carinha que você achou bonito mesmo que na sua cabeça passe algo como “ele não vai olhar pra mim”. Sim, existe chance de dar errado mas a graça é exatamente: você já começa com o não, então se continuar assim você não vai ter perdido nada. Terceiro: Ouça a si mesma. Não faça algo porque você acha que tem que fazer, busque as coisas que te tragam aquela sensação (e é sensação mesmo, aquelas borboletas no estômago) de que você tem que fazer e faça. Não se preocupe com o resultado, faça.
Enfim, é isso. Eu não sei aonde você vai parar. De fato, eu não sei nem onde eu vou parar. Não sei se seus planos vão dar certo como você quer, nem se os meus vão acontecer como eu quero. Porém o que eu sei é que se andarmos, mesmo que aos tropeços e tendo que parar a cada 500 metros pra pegar um ar (porque a rinite e falta de exercícios faz isso com a pessoa), vamos chegar a algum lugar e quem sabe não é lá que queriamos estar o tempo todo? 🙂
Não muito mais a dizer a não ser: AFE <33333333