rotinas com afeto

esse post não foi planejado. em minha defesa, ele foi escrito com certa antecedência, mas pulei o meu ritual tradicional de planejamento porque me vi sem vontade de fazê-lo. sinto que tenho tanto a dizer, mas nenhuma motivação para começar a escrever. sim, baixões criativos são comuns e eu sei bem como sair deles. tenho tentado o máximo que posso. mas entendo também que passo por momentos assim quando perco o propósito.

e você sabe o quanto propósito é importante pra mim.

BTS nunca esteve tão certo quanto ao dizer “life goes on (like an echo in the forest)”

sem querer soar repetitiva, mas já soando, criar conteúdo pra internet é exaustivo. e pra quem tá aqui há tanto tempo quanto eu, pode ser um pouco cruel. essa reflexão toda começou porque na semana passada li um texto que mexeu muito comigo e dizia que “90% do sucesso é estar presente”, quando se fala em produzir pra cá.

por um lado eu queria revirar os olhos e soltar um sonoro “ah, faça-me o favor“. por outro, eu concordo. sei que uma parte do sucesso é estar presente e fazer o trabalho, mas quando a gente faz um monte de coisa de graça e não vê resultado, pode ser bem frustrante.

eu ando fazendo um monte de coisa e não vendo resultado.

pelo menos, é assim que parece pra mim. minha visão enviesada continua me dizendo que o que eu faço não tem resultado, não impacta, não converte. pensa numa palavra odiosa, é essa. me dá nervoso só de pensar, quanto mais escrever.

então, esse post não foi planejado. queria que fosse um desabafo, como já fiz tantas vezes ao escrever num blog. sem um objetivo, sem o desejo de atingir um público, só eu falando o que tenho sentido sobre escrever.

talvez eu devesse inclusive, ter evitado escrever quando tô nesse estado, mas o que eu posso fazer? é escrevendo que eu entendo o que eu penso sobre as coisas. então, cá estou.

o mesmo texto que eu li dizia o seguinte:

Quando precisamos escrever com uma frequência muito grande, a sensação de que as ideias se esgotaram e que estamos repetindo a mesma construção de palavras é enorme. Mesmo quando encontramos um assunto novo, o resultado acaba soando sempre como se já tivesse sido escrito.

é nisso que eu tenho pensado. nesse vazio de ideias que me acometeu, talvez um reflexo dos anos dentro de casa, que chegou meio atrasado. talvez seja só cansaço não recuperado durante o recesso. talvez sejam as incertezas que rondam a minha mente. talvez seja a falta de repertório e do caderninho à tiracolo.

talvez, seja só uma necessidade de colocar pra fora o que tava preso aqui dentro, pra seguir em frente depois.

tantos artistas que eu admiro falam da perseverança. do seguir em frente, do tentar de novo, do continuar mesmo quando tá difícil. ultimamente, sinto que tá um pouco difícil. e eu esqueci do porquê faço isso aqui.

o resultado se faz estando presente todos os dias.

mas que resultado é esse que eu quero? o que eu busco? pra onde eu tô indo? talvez tenha me visto correndo de novo sem solução e minha fonte de criação me mandou parar. parada, não sei muito bem o que fazer a não ser voltar a correr só pra me manter em movimento.

(e se você leu a minha mini-resenha sobre Hábitos Atômicos, já sabe que movimento e ação são coisas beeeeem diferentes.)

é fácil se deixar levar pelo desespero. deixar a sensação crescer no peito até virar um monstro de quatro metros de altura que você tem certeza que não consegue derrotar. vejo suas garras crescendo bem diante dos meus olhos e preciso me lembrar de novo e de novo que quem deu vida a esse mostro fui eu mesma.

retomamos o foco.

é fácil se deixar levar pela desmotivação. tão fácil que poderia simplesmente ter deixado de escrever e me enfiar num loop de maratonas de dramas coreanos sem nem pensar duas vezes.

mas cá estou, presente.

enquanto escrevia, comecei a pensar o que fazer em momentos como esse, quando seguir em frente parece uma dificuldade tão grande, uma maratona muito maior do que os dois modestos quilômetros que corremos todos os dias.

e a resposta que me veio foi perseverar.

me senti como o Neo no novo Matrix tentando reencontrar o meu mojo, a minha força criativa, que se escondeu em um lugar do meu inconsciente. meio que entrando em batalhas que eu claramente não consigo vencer, mas ensaiando socos e pontapés mesmo assim, pra ver se o corpo se lembra como faz o que tem que fazer.

talvez esteja escrevendo um monte de bobagens, mas algo mudou aqui dentro e entendi que a calma é o primeiro passo para a solução.

realmente, começar qualquer coisa é fácil. abrir um blog leva menos de dois minutos. uma conta no Instagram também. continuar é que é difícil, encontrar motivação para continuar escrevendo e falando numa sala lotada esperando que alguém te ouça e, quem sabe, encontrar no meio do caminho alguém que goste do que você faz o suficiente para apoiar você mais de perto.

sim, estou falando de conversão.

de novo: que palavra odiosa.

mas seria ingenuidade e falsidade da minha parte se não falasse que penso nisso. não, não deve ser o objetivo, mas fica aqui, no cantinho da minha mente, esperando que aconteça um dia. enquanto isso, me lembro do porque estou aqui.

ou tento, pelo menos.

continuar por tempo o suficiente pra fazer um trabalho significativo pra alguém. que seja uma pessoinha só. e, sim, me sinto redundante e repetitiva, mas acredito que de tempos em tempos trazer um pouco mais do que tá na minha cabeça é importante.

pra mim é.

então, por quê continuar em frente? porque me sinto melhor quando termino. me sinto mais como eu mesma, como a pessoa que quero ser.

mas como fazer isso? vou contar o que eu fiz:

  • coloquei pra tocar a minha playlist favorita
  • passei um tempo vendo referências bonitas no Pinterest
  • fui na cozinha encher a garrafa de água de novo
  • passei um tempo fazendo carinho no cachorro
  • sentei no computador e topei desabafar.

não sei o quanto isso ajuda quem lê ou se esse post é útil ou interessante pra alguém, mas sinto que me ajudou e, por hoje, isso basta. o mais difícil é continuar. ainda assim, continuo. tento de novo e sigo escrevendo e buscando novas formas de criar, porque meu coração assim o pede.

em tempo, aí vão algumas coisas que fizeram a minha semana mais leve:

  • terminar de ler Hábitos Atômicos e eleger esse como o meu livro favorito sobre hábitos.
  • limpar e arrumar a gaveta de papeis e documentos do quarto.
  • conversar – muito! – com as pessoas mais próximas.
  • vender um banquinho que eu não usava mais e só ocupava espaço.
  • reconhecer e aceitar que criar está mais complicado que o normal, mas não impossível.

esse post ficou muito maior do que eu planejava – mas desabafos costumam ser assim mesmo. espero que, de alguma forma, tenha feito sentido. se não fez, tá tudo bem também, às vezes a gente é meio sem sentido mesmo. obrigada por ler até aqui ❤️

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Escrito pelaMaki
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1 Comentário
  1. Emerson  em janeiro 26, 2022

    Muito legal a reflexão. Adorei!

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em Hiatus de verão de 18 de janeiro à 04 de março, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia