escrita criativa

se não fosse pelo meu diário, acho que dificilmente eu estaria escrevendo todos os dias sem ser por trabalho. confesso que falo tanto de escrita e da arte de escrever, mas eu mesma caio na armadilha de só escrever por trabalho e me deixar ser sugada pela semana de um jeito que, quando vejo, “não tenho tempo” (entenda: não tenho disposição) pra fazer outra coisa – quiça escrever de novo.

pensar nisso me dói por dois motivos. primeiro, me coloca de frente com o meu próprio discurso, o que significa que eu preciso começar a alinhar mais o que eu falo com o que eu faço, e isso nem sempre é tão simples quanto parece. segundo, porque já tem muito – muito! – tempo que eu me vejo com as mesmas queixas, um claro indicativo de que eu preciso urgentemente rever as minhas prioridades.

mas isso aqui é um aprendizado a céu aberto, então, seguimos, né?

vamos falar de rituais de escrita

pois é, tem algumas semanas que eu comento como comecei a ver a minha rotina mudar bem diante dos meus olhos, com coisas acontecendo que nem eu sei explicar direito, mas que podem ser resumidas em: de repente o meu dia se encaixou de uma forma que tá tudo funcionando bem, eu tô começando e terminando de trabalhar no horário e meus finais de semana tão bem mais livres.

essa é uma ótima notícia porque:

  1. já falei que tava precisando aprender a descansar na marra e
  2. a desculpa da falta de tempo meio que perdeu totalmente a força (e o sentido).

o resumo dessa ópera é que, com os sábados mais livres, eu me vi numa vontade doida de começar a escrever, e já tem quase um mês que esse, oficialmente, virou meu dia de escrita de conteúdos. é quando o trabalho não me demanda nada, eu tenho silêncio e calma e posso sentar com a minha xícara de café de chá tranquilamente pra escrever os posts que quero fazer na semana.

às vezes, eu acendo uma vela. muitas delas, eu aproveito o tempo pra fazer fotos também. sábado de manhã virou o meu momento de escrever, entende? tá virando um ritual. e um ritual pelo qual eu tenho que escolher de novo e de novo. é o que tem funcionado pra mim, sabe?

eu percebo que é muito frustrante quando alguém só fala pra você: faça tempo pra fazer o que você ama!!! e você fica claro, senhor, só um segundinho que eu vou deixar o resto da minha vida em espera – inclusive minhas contas – pra fazer isso.

é irreal e é até meio cruel. muitas vezes, o fazer tempo é um processo de organização interna muito maior do que isso, entende? leva tempo e paciência e, via de regra, a gente precisa de ajuda.

de fato, não é difícil separar uma hora da semana pra escrever, por exemplo, mas a gente fica com tanta coisa na cabeça que essa uma hora parece custosa demais. vira um sacrifício. organizar a minha rotina pra, daí, pegar o tempo que eu tenho e criar com um ele um ritual gostoso de escrita deu todo um ar diferente pra isso – e tem sido essencial pro meu processo criativo como um todo.

daí, vem o segundo ponto.

vamos falar também sobre compromisso

todo mundo sabe que o mundo é absolutamente maluco e o fato da sua rotina ter saído bonitinha uma semana, não quer dizer que vai ser igual na semana seguinte. pra que isso aconteça e a gente tenha o nosso momento de escrever, sinto que a gente precisa de duas coisas:

  1. compromisso
  2. compromisso com o nosso compromisso

parece redundante, mas você sabe como é se comprometer a ler um capítulo de um livro e daí deixar a semana passar e no domingo a noite pensar “ah, semana que vem eu tento de novo”. e tá tudo bem com isso, porque às vezes é assim mesmo e as suas prioridades mudam temporariamente.

mas eu tenho percebido a importância de ter um compromisso com o meu compromisso. se eu combinei comigo que sábados são pra escrever, então sábados são pra escrever e ponto final. não tem negociação. porque tem uma verdadezinha daquelas que dóem e que são difíceis de admitir que vem diretamente conectadas com essa postura

ninguém vai escrever as suas palavras pra você.

calma. respira. tá tudo bem. eu tô aqui. não se preocupa, tá? mas é verdade. eu sinto que a gente, muitas vezes, fica esperando que as coisas aconteçam de uma forma mágica, mas a verdade é que ninguém vai escrever por você. você precisa ter um compromisso com isso. assim como eu tô tendo com o meu diário e com os meus sábados de escrita. e eu preciso me lembrar desse compromisso o tempo todo, porque é fácil a preguiça falar mais alto e eu deixar uma das coisas (ou as duas) de lado por alguma justificativa qualquer.

pra mim transformar esses pequenos rituais – escrever no diário todos os dias, separar o sábado pro blog -, tem sido essencial pra esse compromisso ficar mais fácil de ser mantido. porque, acima de tudo, é gostoso, entende?

resumindo: como faz pra encontrar um momento do dia pra escrever?

o passo primordial é a sua organização em relação a todas as outras coisas. é a partir daí que você vai ter noção melhor de quando pode, realmente dedicar tempo pra fazer o que você gosta com calma, feliz e, principalmente, descansada. tem dias que a gente vai, sim, ter que fazer tudo isso cansada, mas se der pra não ser assim, melhor, né?

o segundo é criar um ritual. transformar esse momento em algo pra você, que você gosta, que você quer. como disse o Tad Carpenter no podcast do Andy, o Creative Pep Talk. ele, que é ilustrador, passou a tirar as manhãs de domingo pra desenhar sóis por ele. só por ele. não tinha mais ninguém envolvido nisso.

o último é ter esse compromisso com você. nada é mais gratificante do que você fazer algo de novo e novo só porque você quer e você gosta. sem precisar se justificar ou explicar pra ninguém. é bom, sabe?

me conta: você já costuma ter um momento pra escrever no seu dia? me fala como é?

ah, e se você precisar de ajuda com isso, o navegantes tá aí! o clube de escrita tá crescendo e se desenvolvendo e vem muita coisa legal no próximo ano (eu ouvi aulas de escrita e criatividade?). pra fazer parte é só clicar aqui.

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Escrito pelaMaki
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1 Comentário
  1. Emerson  em novembro 24, 2021

    Eu tento seguir uma rotina de escrita, mas não fico mal quando essa rotina sai de órbita. A escrita me faz super bem e não quero perder esse hábito jamais.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia