a rotina de Marie Kondo não serve pra você

queria dizer que a ideia desse post é original, mas não seria verdade. surgiu numa conversa com a Lominha, quando a gente saiu pra tomar café da manhã e começou a conversar sobre as coisas que eu tenho estudado. na ideia original, ela falou do Mark Zuckerberg, mas como eu ando pensando muito na Marie Kondo, achei que o nome dela e o que ela faz caberia melhor aqui.

na real, eu tenho pensado bastante mesmo sobre rotinas, sabe? sobre hábitos e como a gente pode construir um dia a dia mais confortável. não é nem mais organizado. é mais confortável mesmo.

então, tô lendo muito sobre o assunto (o livro do momento é Tiny Habits, do B.J Fogg) e, por algum motivo, pensamentos sobre Marie Kondo invadiram a minha mente.

fui pesquisar.

descobri que ela acorda todos os dias às 6h – sem despertador. ela só come refeições japonesas que ela mesma prepara. ela usa óleos corporais antes de dormir. as noites dela são dedicadas a passar um tempo com a família. é, como diz um dos textos que eu li, uma rotina deliciosa.

mas, de fato, não é pra todo mundo. pode ser a rotina mais maravilhosa do planeta, mas não é pra todo mundo.

outro dia, eu vi alguém comentando no Twitter sobre como os livros com fórmulas prontas sobre rotina tão disparando em vendas e que isso era meio triste. por um lado, achei triste também. por outro, achei incrível. porque, na real, é um sinal que as pessoas tão ligadas que tem alguma coisa na vida delas que não tá boa e elas tão procurando saídas. por outro, achar que uma rotina pronta vai resolver o desconforto que você sente… ixi. são outros 500, já diria o dito popular.

o que eu entendi, estudando e aprendendo cada vez mais sobre o assunto é que rotinas são absolutamente personalizadas. o que funciona pra uma pessoa não funciona pra outra porque as pessoas vivem coisas diferentes. e o que parece funcionar pra duas pessoas só parece mesmo – no fim, cada uma faz aquela coisa (que seja um bullet journal) por motivos e de formas diferentes.

como faz, então? é mais simples do que parece. mas também é mais complicado. a gente tem que trabalhar com o que já existe antes de buscar colocar um monte de coisa nova na sua rotina. ter um habit tracker é incrível, mas de nada adianta se você não tem consciência sobre a sua própria rotina e sobre o que precisa melhorar.

é preciso, antes de mais nada, de consciência. depois trabalhar em cima que você tem. no espaço de tempo que você tem quando acorda, o que a gente pode fazer pra deixar esse momento mais confortável?

ah é, mas tem um passo antes também. que é: por que a gente quer uma rotina mais confortável? porque o que é confortável pra mim é diferente pra você… ou seja, antes de mais nada mesmo, o que a gente precisa é entender qual a sua meta. o seu propósito.

senão, dali dois meses você perde a motivação. ou, pior, você começa a fazer as coisas por obrigação e aquilo vira uma prisão. você fica com uma bola de ferro, que você mesmo criou, amarrada no pé. e isso é horrível.

a última coisa que a gente precisa é mudar uma rotina que não gosta por outra.

então, sim, a rotina da Marie Kondo é incrível, mas não é pra você. é pra ela! que vive no Japão e tem o trabalho dela (que é incrível, por sinal), os filhos dela e os compromissos dela. a gente pode se inspirar no que ela ensina? claro! inclusive, eu uso o método KonMari direto.

mas rotinas não são reproduzíveis, elas são personalizáveis.

e é um trabalho de consciência mais do que de hábitos. do porque, do como, do que funciona, do que não funciona, do que tá desconfortável e do que pode ficar mais gostoso.

é um trabalho em andamento. mas eu já entendi que não dá pra gente reproduzir um monte de coisa sem antes observar a gente mesma. e ver o que a gente já faz que pode ser mexido antes de querer acordar às 5h da manhã só porque alguém diz que é legal.

observa antes de mudar. daí a gente vê o que faz.

o que você faz hoje que pode ficar mais confortável?