confesso que passei boa parte da noite de sábado pensando no que colocar como a minha meta pra agosto. pensei um pouco. veio uma coisa na cabeça. me distraí com vídeos de k-idols com cachorrinhos no Youtube. fui pro Twitter. pensei em outra. nenhuma bateu de verdade no meu coração com aquela coisa de ‘EUREKA! é isso mesmo que eu quero fazer esse mês‘.
mas, eis que, de repente, às 21h da noite, me vem à mente uma conversa muito incrível com uma pessoa que eu amo muito, e que me abriu os olhos pra uma coisa: o medo que eu tenho de me mostrar pro mundo. doido, né?
acho que você sabe do que eu tô falando. tem aí uma mistura de síndrome do impostor somado à expectativas altas demais e com um pitada de ‘prefiro ser enterrada viva a ser notada pelas pessoas‘ (com o perdão do exagero). e isso, você bem sabe também, é muito contraditório, já que eu criei um blog que eu alimento há quase quatro anos (!!!) com os detalhes mais profundos dessa minha vida.
pois é, menina.
todo esse preâmbulo pra dizer que… tem uma coisa dentro de mim (que não é um alien, eu espero) que precisa ser mostrada pro mundo, e que eu quero muito colocar pra fora, sabe? essa minha presença, o meu carinho, o que eu sou mesmo. e eu sei que eu já faço isso bastante por aqui, mas tem um passo a mais pra ser dado, entende?
eu ando percebendo o meu tamanho. o quanto eu sou gigante, o quanto eu sou grande e que cresço cada dia mais e tem horas que a sensação é uma de que eu vou dar um grande abraço no mundo inteiro e ninguém vai me impedir.
mas aí…
vem aquela vozinha na minha cabeça falando ‘imagina, desce desse teu pedestal e volta pra sua caixinha‘. fuén. o balão murcha, eu dou um sorriso amarelo e retomo a minha posição insignificante no canto da sala, quando, na real, o que eu mais queria era estar em cima do palco rindo de boca aberta e fazendo as pessoas se sentirem bem.
eu passei tanto tempo me colocando numa caixinha que acho não saber o que é viver longe dela. o que é me deixar expandir, mostrar a minha cara e confiar que o que eu tenho pra entregar pras pessoas é verdadeiro, sabe? não existe nada que eu queria mais do que isso.
e, olha, eu consigo pensar em 33 milhões de formatos pra fazer isso – tipo, postando mais fotos minhas mesmo (o que sempre foi um grande conflito pra mim porque ‘quem é que quer ver a minha cara, não é mesmo?‘), postando mais no blog (alô, #baeda!) e até voltando com a newsletter (já tiquei todas essas caixinhas imaginárias e eu tô bem da feliz, viu?). mas é que não é só fazendo coisas que eu vou conseguir cumprir essa meta.
eu tenho mesmo é que parar de querer me esconder.
sei lá como isso vai acontecer, gente! mesmo. eu não tenho ideia de que jeito eu faço pra parar de me esconder, sendo que passei a vida toda fugindo dos olhares alheios. mas… ao mesmo tempo, acho que eu tenho uma oportunidade bem da de ouro nas mãos, com tudo o que eu preciso pra fazer isso acontecer.
desamarrar o nó que fica apertando no meu peito, dia sim, dia também, não parece ser fácil, até eu perceber que tô com a ponta do laço em uma das mãos e tudo o que eu preciso fazer pra ele soltar é um puxão. parece uma dança, eu me sinto meio a P!nk no palco, indo de um lado pro outro. solta. aperta. solta. aperta. tira o casaco, bota o casaco. é meio cansativo, sabe?
nem sei se as coisas que eu tô escrevendo aqui tão fazendo algum sentido – e talvez eu devesse pensar em uma meta mais simples tipo ‘tomar mais água’ (eu bem que preciso) -, porque, na verdade, acho que nem eu mesma sei como colocar em palavras o que eu tô sentindo e o que eu tô querendo… mas sabe essa coisa de só… parar de me limitar pelas coisas que eu penso? é isso.
eu sinto que sempre tive na mente essa coisa de ser pequena. não de tamanho de corpo, porque eu sou meio alta e tudo mais, mas de me sentir pequena. minúscula. insignificante. e, agora, eu meio que percebi que é 100% o contrário disso, mas parece que eu não sei ser diferente do que eu aprendi que sou. e é um treino não ficar fechando a minha porta mental pras pessoas, lembrando elas e eu mesma do meu tamanico e me colocando de volta dentro do armário, bem escondida, atrás dos cascos de inverno, esperando que do lado oposto tenha a passagem pra Nárnia e eu possa viver pra sempre no meu mundo imaginário – porque lá, sim, eu sou gigantesca.
eu tenho a sensação que eu vou terminar esse post, jogar o computador longe e sair correndo pra me esconder debaixo da cama (ai, essas tendências!), mas acho que consegui resumir bem o que eu quero dizer. eu só quero parar de me esconder. e acho que esse vai ser o meu treino pra agosto. me mostrar mais e não me colocar de volta na caixinha. deixar as pessoas me verem.
é um posicionamento, sabe?
vai ver é por isso que tá difícil até de escrever sobre o assunto porque DEUS ME LIVRE AS PESSOAS FICAREM OLHANDO PRA MIM PARA COM ISSO OLHA PRA LÁ. mas também… ficar escondidinha no meu cantinho já não vale mais, eu tenho muito carinho pra entregar pras pessoas. é ruim ficar guardando tudo isso só pra mim, e eu sei que isso não me faz feliz. chegou a hora de sair do meu armário embaixo da escada e contar pra todo mundo que eu sou a-menina-que-sobreviveu (*piscadinha marota por causa da referência*).
dá um medinho, viu? um nervosinho no estômago, a garganta fica meio fechada e eu sinto o rosto inteiro ficar roxo de tanta vergonha e o calor subir pelo esôfago. mas eu sei que isso é só o que eu penso tentando manter o seu lugar na minha vida. só que eu vou ter que ser bem firme e soltar um sonoro “hoje não, Márcio“, pra ver se essa onda de loucura desiste de tentar me tomar.
vamos torcer pra que dê certo, né?
este post faz parte do projeto detalhes, uma blogagem criativa criada por desancorando + sernaiotto + serendipity – saiba mais sobre o projeto clicando aqui e confira os posts já publicados aqui.
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8 Comentários
“eu ando percebendo o meu tamanho. o quanto eu sou gigante, o quanto eu sou grande e que cresço cada dia mais e tem horas que a sensação é uma de que eu vou dar um grande abraço no mundo inteiro e ninguém vai me impedir.”
Você não tem noção como esse texto me abraçou, Maki. Eu sou pequenina mesmo, de tamanho e era muito de pensamento. Meu namorado me chama de “pequena” e ele e meu pai bolaram a frase “a pequena mais gigante que eu conheço”.
E essa frase está aqui estampada em mim, quero escrever na parede, no caderno, agenda e quiçá tatuar. Só pra me lembrar que eu sou do tamanho dos meus sonhos todos! <3
siiiiiim, Ana! a gente é tudo gigante achando que cabe num dedal. muito louco, né? eu fico feliz mesmo que o post tenha te tocado desse jeito, é pra isso que ele serve ❤️(e pra gente se lembrar, sempre, do nosso tamanho de verdade!)
eu tenho esse sentimento, mas acontece algo bem confuso. ao mesmo tempo que eu tô bem tipo: MELHOR AMOR DE DEUS NÃO LIGUEM PARA MIM. Eu tô: poxa, gente, eu faço umas coisas bem legais, viu?
Mas, acredito que isso seja normal e faça parte do meu grande problema do medo da frustração. Então, eu quero me apagar e viver no meio do mato para que eu não me frustre se as pessoas não gostarem do que sou/faço/gosto.
Por exemplo, tenho um blog. E ainda tenho certo medo de que as outras pessoas – que me conhecem – descubram. TIPO: OI QUERIDA??????????? Pra que ter blog se não quer que os outros leiam, certo? E eu quero. Mas, tb tenho medo do julgamento/frustração.
contudo, concordo em grau e instância com tudo o que disse: a gente tem que mostrar a cara. minha mãe diria: matar a cobra e mostrar o pau. rsrs não ter medo de ser quem a gente é, pq assim como não há ninguém no mundo com a mesma digital que a nossa, não há ninguém que pense como nós e que possa realizar o que podemos.
louco, né? e apaixonante. a vida é apaixonante e ela merece 100% da gente.
obrigada por esses posts que fazer a gente pensar, maki!
beijos
com amor, Eva.
pois, Eva! acho que a gente tem que pensar com carinho mesmo no quanto a gente tenta se anular e se esconder por um medo que não tem nenhum fundamento, sabe? é muito louco mesmo!
Oi Maki!!!
Vou pegar um pedacinho do seu texto:
“eu passei tanto tempo me colocando numa caixinha que acho não saber o que é viver longe dela. o que é me deixar expandir, mostrar a minha cara e confiar que o que eu tenho pra entregar pras pessoas é verdadeiro, sabe? não existe nada que eu queria mais do que isso.”
Acho que jamais me identifiquei tanto com um texto como o que você escreveu. Estou passando por isso e, bem, tem tanto tempo e não sei como explicar para as pessoas… O mais impressionante é que não consigo identificar todas as coisas boas que eles falam pra mim e de mim. Não só para minha pessoa, mas para os outros que vêm me elogiar também. Eu fico confusa, e sem sentimento com relação à isso (eu tenho medo do orgulho, mesmo que existam o bom e o ruim).
Vamos caminhando juntas, não é?
Abraços, e obrigada!
sim, vamos juntas! ❤️
Ahh, eu já me senti TANTO assim antes. Ainda sinto, depois de lançar o blog, também. Olha, mana, uma coisa que faço quando eu acho que preciso me mostrar mais: vou no perfil da Nasa. É sério, você vê que tem 2 trilhões de galáxia, e essa que a gente tá só é 1 delas… e cada galáxia tem seu próprio sistema de estrelas e planetas diferentes. Parece papo de doido, mas é que a gente não é NADA no grande esquema das coisas, sabe? Em outras palavras: KENHÉ Barack Obama na fila do pão, sabe? UM pensamento que cultivo é que todos nós vamos morrer um dia, saca? A gente tem q seguir nossa vozinha interior pra ser feliz. Melhor se arrepender fazendo do que não fazer. Eu sou dessas 😛
Mas é fodido, e eu te entendo. Eu ainda sofro com o medo da opinião alheia, sabe? De me criticarem, de não corresponder às minhas próprias expectativas. Pra mim, isso tava me impedindo de viver e de me descobrir, também 🙁 não sei como é pra ti.
Mas esse é um processo longo e demorado, e você já deu um passo ENORME só de admitir seus medos <333333
Força, mana!!! 🙂 As pessoas querem te ver. E se não quiserem, foda-se. É pra você <3
menina, eu penso muito nisso das galáxias. mas de um outro jeito: eu sou muito importante no meio de tudo isso porque eu posso fazer a diferença e mostrar pra alguém que, diante de tudo isso, existe um jeito significativo e verdadeiro de viver, sabe? mas aceitar essa importância, e “mostrar a cara” é o grande salto hehehehe. mas um passo de cada vez, eu sei que esse movimento já tá rolando e tudo o que eu tenho que fazer é me lembrar desse compromisso de novo e de novo. 🙂