eu fiquei um tempinho me perguntando o que eu faria de meta em maio. pensei em colocar o alongamento, mas acho que isso pode ficar pra mês que vem. pensei em cozinhar um pouco mais também, mas isso eu posso tentar sem ser uma meta. eu senti, de novo, que a meta precisa ser uma coisa que tá muito latente no meu dia a dia (lembra do seguir um planejamento?), e o que mais tem gritado na minha cara é o quanto eu passo os meus dias pensando em mim.
tem uma coisa, a gente acha que pensar em si é bom. de fato, tem horas que a gente vai tomar decisões que dizem respeito à gente mesma, ao nosso corpinho e tudo mais (tipo quando eu comecei a cuidar melhor da alimentação, lembra?). e isso pode ser uma coisa meio natural (foi com a minha relação com a comida, aliás), mas tem uma hora que essa coisa de ficar pensando só em você cansa.
tipo, já percebeu como a gente se perde em pensamentos, e que a maioria deles dizem respeito à gente? é você pensando nas suas questões, de novo e de novo, e ficando cega pra tudo o que acontece ao seu redor. não sei, esses dias me veio bem na cara o quanto isso é ruim, o quanto isso me faz sentir mal, o quanto eu fico fechada em mim, e eu só conseguia pedir pelo amor de Deus pra alguém me tirar dessa bagunça e me colocar pra fazer alguma coisa consistente.
taí. quando a gente sai da própria cabeça e se coloca numa posição de serviço – do tipo ‘eu vou fazer o que me pedem sem pensar duas vezes, sem julgar, vou receber a demanda e suprir do melhor jeito possível, mesmo que isso signifique pedir ajuda de outras pessoas’ – você tira a visão do seu próprio umbigo e começa a olhar pra uma coisa muito maior, sabe?
a gente ganha uma visão de contexto, quando faz isso. e tem uma coisa muito legal que é: a gente começa a prestar atenção. e, menina, que coisa doida que é prestar atenção de verdade, sem ter nenhum pensamento ocupando a sua mente enquanto tem alguém falando, em olhar pra tudo e entender onde você pode ser útil, em jogar os pensamentos sobre você na lixeira e só servir.
é, acho que a minha meta de maio é essa: treinar parar de pensar tanto em mim e me colocar disponível pra servir.
uh, me deu um frio na barriga, viu? parece difícil porque a gente tá muito, mas muito, mas MUITO, acostumada a ficar só pensando na gente, no que é bom pra gente, no que a gente tem que fazer, no que não tem fazer, e em como as outras pessoas estão atrapalhando ou ajudando a gente a alcançar a nossa meta. sabe? eu quero viajar, mas o meu trabalho não me ajuda. eu quero tomar um sorvete, mas a galera só pensa em açaí. eu, eu, eu, eu.
a gente passa o dia inteiro com a mente focada só na gente, e esquece que a gente tem uma utilidade que vai muito além do que você acha que é certo ou errado, que tem que ser feito ou não. e esquece de olhar pra fora. a felicidade está em deixar de pensar em você o dia inteiro todo os dias e olhar pro que tá acontecendo fora de você. e isso não tem nada a ver com altruísmo, com trabalho voluntário, com ‘ser boazinha‘.
tem a ver com você parar de ficar buscando coisas só pra você e olhar pro contexto, pra você ver onde você pode ser útil. e tem a ver com amar também. amar e querer compreender as pessoas que tão perdida nos pensamentos delas sobre elas mesmas e não lembram mais quem são.
então, essa é a minha meta de maio. é isso que eu quero treinar nessas próximas semanas. eu quero dar essa chance, porque eu tentei uma vezinha só e já foi incrível. e eu parei de me preocupar com coisas que não faziam qualquer sentido, que eram pensamentos ruins e mentiras sobre mim, pra começar a ter sensações muito mais legais nos meus dias e perceber que as pessoas são incríveis (mesmo elas não tendo ideia disso).
é, é isso mesmo que eu quero treinar esse mês. quero dar essa chace (pra mim? pro universo? não sei), mas quero começar a fazer tudo pensando mais nos outros e bem menos em mim, cada vez menos em mim, quase nada mim até virar nem um pouco sobre mim.
vamos ver o que acontece.
(mas eu já suspeito que vai ser incrível)
é um treino mesmo, e eu vou ter que vigiar muito a minha mente. nas horas de cansaço, o que a gente faz é sempre buscar o caminho mais rápido, e ele normalmente inclui um monte de baboseiras que a gente coloca na própria cabeça. então, vamos lá. eu topo.
em maio (e de maio em diante), eu quero parar de pensar em mim. e focar a minha atenção 100% do tempo em você.
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