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encorajamento

outro dia eu tava conversando com as meninas do trabalho sobre como é importante a gente valorizar o trampo dos outros. eu já percebi que o mundo inteiro funciona numa grande falha de comunicação – ninguém entende ninguém, ninguém escuta ninguém, e todo mundo acha que precisa se garantir de alguma forma -, e mesmo dentro de uma empresa que trabalha com comunicação, a gente tem uma grande dificuldade em ouvir, falar e encorajar uns aos outros.

ultimamente eu tenho percebido na internet esse movimento das pessoas se apoiarem mais (eu até usei o Twitter pra isso, lembra?) e acho que nunca quis tanto levantar uma bandeira. esqueça os movimentos sociais, a briga pela política, o que quer que seja: eu sinto que antes de qualquer coisa, a gente precisa aprender que o mundo não é uma grande competição e que a linha de chegada que a gente imagina todos os dias não existe.

é tão comum, sabe? a gente se comparar com a pessoa do lado, achar sempre que a grama do vizinho é mais verde que a nossa – e, de fato, com a internet fica fácil a gente acreditar que é isso mesmo, que tá todo mundo vivendo uma vida perfeita e maravilhosa (alô, farsa do Instagram!) e só a gente sofre. a gente acha que todo mundo tem tudo e a gente não tem nada. mesmo quando a gente tem tudo, consegue encontrar alguma coisa que tá faltando e que o outro parece ter. se não é dinheiro, é amor. se não é amor, é dinheiro. se não é nenhum desses dois, é fama. se não é fama, é beleza. e assim por diante, num eterno correr atrás da sobrevivência.

a pergunta que me apareceu na cabeça desde então é: o que é sucesso, afinal de contas? é ser melhor que os outros? é ter tudo o que você sempre sonhou? muito dinheiro no banco? uma casa própria? uma carreira estável? tudo isso parece tão pequeno comparado ao que eu quero pra mim… a resposta que eu cheguei, no fim das contas, foi muito simples: eu quero que as pessoas sejam felizes. isso é ser bem-sucedida. felicidade. não só minha, mas de todos.

poxa, mas isso é meio utópico, né? como é que todo mundo vai ser feliz ao mesmo tempo?‘. calma, pequeno gafanhoto. loucura é a gente achar que ter dias tristes é normal. todo mundo vai ser feliz, porque todo mundo merece ser feliz. se eu não consigo ajudar com a felicidade do mundo inteiro inteiro, que eu comece com as pessoas que me cercam. e qual a melhor forma de fazer isso do que encorajando essas pessoas a serem quem elas são?

eu lembro de uma época em que 90% dos pensamentos que passavam na minha cabeça eram de comparação. eu sou menos bonita que fulana, menos legal que ciclana, menos popular que beltrana. o tempo inteiro eu pensava em como as pessoas eram melhores do que eu, mais capazes do que eu, mais importantes do que eu. eu me sentia pequena, inútil. me sentia tão insignificante.

abrir esse blog foi um pedido de ajuda e um desabafo ao mesmo tempo. eu tava cansada de me comprar tanto e só queria me conectar com alguém. queria que alguém lesse o que eu escrevesse e pensasse ‘meu Deus, eu também me sinto assim! vamos nos ajudar a sair dessa‘. e aí o propósito do blog mudou, porque eu descobri a saída. e busco por ela todos os dias, é a minha meta. quando isso ficou claro na minha mente, você aí do outro lado percebeu e a gente começou a se ajudar – e aí você passou a me encorajar todos os dias a continuar com esse trabalho. é como eu comentei uma vez: eu deixei de fazer o blog por mim, pra fazer por você e pra você. só isso me motiva a escrever posts de sábado à noite, a fazer jornada tripla e pensar com tanto carinho em cada foto que eu posto no Instagram.

e isso me deixa tão inspirada, sabe? tão inspirada e tão grande. eu fico gigante. o seu encorajamento me deixa gigante. me lembra de mim. e isso só me mostrou como o meu encorajamento pode fazer a mesma coisa por outras pessoas. e sabe aquela dificuldade que eu comentei certa vez, de falar o quanto as pessoas são legais e o quanto eu curto o trabalho delas? sumiu.

sumiu porque eu entendi o quanto ficar buscando por elogios o tempo inteiro é cansativo – e mesmo que eles venham, você não sente que são verdadeiros ou que são pra você. mas quando é um encorajamento real, quando você se conecta com alguém que fez uma coisa incrível e você fala e comenta e ajuda a divulgar… nossa senhora, você cresce junto com essa pessoa e aí vocês duas ficam do tamanho do mundo inteiro. e aí a gente vai se ajudando, se dando as mãos e, meu Deus, onde é que a gente vai chegar com tudo isso, né?

não dá um comichão? num dá vontade de sair por aí mandando mensagens pras pessoas que você admira, chamando elas pra tomar um café pra entender como elas pensam, quem elas são de verdade? num dá vontade de pegar cada um daqueles links incríveis que você salvou numa pasta na sua barra de favoritos e sair divulgando por aí?

ai, essa nossa mania de achar que só pode divulgar o próprio trabalho porque o resto é competição é tão antigo, né? eu já pensei assim. e o nome disso é medo. medo de conseguir provar de alguma forma que eu era tão horrível quanto eu sempre imaginei e que seria excluída da sociedade por causa de toda essa minha falta de duroneza, como diria minha amiga Shonda.

suck it up, miga. o mundo não gira ao seu redor. você é incrível. a amiga do lado também. a que vive no outro canto do mundo também. e estamos todos atrás da mesma coisa: ser feliz. então, por que a gente não se ajuda, né?

por isso, só pra lembrar, algunas regrinhas de ouro pra encorajar as pessoas que você ama:

  1. faça críticas construtivas (e sempre com carinho)
  2. comente se você acha que tem algo legal a dizer (#sdv não encoraja ninguém)
  3. compartilhe um link maravilhoso (joga no Twitter, no Facebook)
  4. manda uma mensagem pro autor (taí um medo que eu superei esse ano)

no meio disso tudo, acho que o aprendizado mais preciso que eu tive – e que é super relacionado com isso – é não peça amor, entregue. eu me comparava e buscava elogios porque não me sentia amada. hoje sei o quanto eu recebo de amor o tempo inteiro e sei que preciso devolver isso pro mundo pra ele lembrar do amor também. encorajar as pessoas é só um dos jeitos em que eu percebi que isso é possível. ♥

em tempo, fica aqui o link do post incrível da miga Nicas, que falou sobre esse assunto maravilhosamente bem também.

me conta: como você encorajaria alguém que admira?

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Escrito pelaMaki
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9 Comentários
  1. Vinícius da Silva Paula (ni NY)  em agosto 23, 2017

    Eu encoraj@ria rs alguém que eu admiro, encontrando uma igualdade, assim, branco dos olhos rsrs, e nesse igualdade rir!!! Sorrir do que aconteceu com agente e nesse momento, do riso, nos uNYr mos

    😋

  2. KARINE  em agosto 22, 2017

    primeiro: que maravilhoso que tá esse layout novooooooooooo! <3 amei o post, miga! isso de valorizar o trabalho do amiguinho é uma coisa muito importante e que eu tenho aprendido muito desde que voltei com o blog e passei a fotografar. pra quem trabalha 'criando coisas' em áreas incertas (escrevendo, fotografando, blogando, etc) se sentir desmotivado é algo muito fácil, né? eaí ver que alguém tá ali, te admirando e te compartilhando, é algo maravilhoso. dá mesmo aquele quentinho no coração e ânimo pra ~vencer mais um dia.

    • Maki  em agosto 22, 2017

      nossa, com certeza! porque quando você tá numa dessas áreas e ainda trabalha com internet, parece sempre que você tá gritando no escuro e ninguém te lê/ouve/sabe quem você é, né? e esse encorajamento é tudo o que a gente precisa mesmo pra seguir em frente pra mais um dia de luta ♥

  3. Laura Nolasco  em agosto 22, 2017

    Esse post é tão incrível que nem sei dizer.
    Eu era super dessas que me achava a pior pessoa do mundo, sempre achava todo mundo melhor que eu e tudo. E morria de vergonha de elogiar qualquer pessoa e de compartilhar as coisas lindas que as pessoas fazem e etc.
    O blog me salvou disso também – demorou muito, foi difícil, mas de repente me vi num meio de blogueiras que não tem medo de dizer o quão incrível as outras são, não tem medo de elogiar, de compartilhar, de chamar no chat no meio da madrugada pra dizer “MIGA SEU CABELO FICOU LINDO” e isso me contagiou de uma forma que nem sei explicar. A palavra “comichão” explica super bem – dá uma vontade absurda de compartilhar tudo de lindo pro mundo inteirinho poder ver! E é o que vou fazer com esse post agorinha mesmo!
    Obrigada pelo post!
    Beijos!

    • Maki  em agosto 22, 2017

      afe, Laura, eu não aguento O QUANTO VOCÊ É MARAVILHOSA! eu entendo muito o que você tá falando e percebi as mesmas coisas com o Desancorando. é muito incrível o tanto de carinho que eu recebo e tenho vontade de entregar de volta <3 e é o que eu tento fazer cada vez mais ♥

  4. Rayanne Buchweitz  em agosto 21, 2017

    ainda não tinha vindo ver como estava lindo esse novo layout <3 to apaixonada pelas cores e como tudo se completou em um blog tão acolhedor como o desancorando.
    sobre o assunto confesso que sou um pouquinho assim ainda, não na parte de não dar amor ao trabalho duro das amiguinhas mas sim por curtir tanto e acabar pensando: poxa, mas o meu não tá tão bonitinho assim não
    é realmente uma luta diária que espero vencer logo, o que mais amo é jogar amor no mundo e não pretendo parar tão cedo! beijo!

    • Maki  em agosto 21, 2017

      o layout ficou bem amor, né? ♥
      e Rayanne, eu entendo esse trabalho, viu? eu era assim também e sei que é um treino diário. mas amor é aquela coisa: quanto mais a gente dá, mais recebe. e isso não é só pros outros, é pra gente mesma também ♥

  5. Douglas  em agosto 21, 2017

    é de pessoas assim que a blogsfera anda precisando… que orgulho!
    esses dias eu vi um tweet do alfie deyes dizendo “caramba, meus amigos são talentosos” e eu me peguei pensando, “quando é que nós paramos de elogiar os outros com medo de rebaixar a nós mesmos?”. tá aí, vou até escrever um post! hahaha

    beijos, conheci o seu blog no melhor estilo <3

    • Maki  em agosto 21, 2017

      ah, Douglas, cê é muito fofo! brigada pelo seu comentário. é isso mesmo, a gente não que sentir que tá se rebaixando só porque tá elogiando alguém, sabe? pura viagem isso!