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depois que eu falei que ia recomeçar o meu guarda-roupa comentei no stories do Instagram que estava levando esse processo todo a sério – e tô mesmo. mas tem uma coisa que ficou martelando na minha cabeça desde que eu comecei toda essa história: a parte mais fácil é sempre limpar o armário.

eu acho que todo mundo sente aquela preguiça só de pensar em ter que tirar tudo de dentro do guarda-roupa e fazer a tal da seleção do que ‘vai-fica-vende-doa‘, mas essa é mesmo a parte mais fácil. na verdade, eu não pensei duas vezes na hora de tirar o que não queria mais e decidir o que ainda tem uma vida útil para mim. no melhor estilo Marie Kondo (e Emily Gilmore), percebi bem facinho o que ‘brings me joy‘ e o que tinha que ser passado adiante.

o maior problema, pra mim, é encontrar a disposição (e coragem) para sair em busca das roupas que eu quero e preciso. tem, claro, a questão da grana: mesmo com um dinheirinho separado especificamente para isso, o coraçãozinho fica cheio de medo de gastar. imagina se eu preciso disso depois? como faz? como fica? o estômago gela só de pensar (então, não penso).

mas tem outra coisa também. tem aquela vontadinha de ficar só com o que sobrou. de reclamar do shopping cheio no final de semana e que comprar pela internet não é tão legal assim – não dá pra experimentar, né?, e quem tem tempo (e saco) de ficar tirando medida pra comparar com as do produto? ai, que paúra

é um lugarzinho bem sutil. aquela vozinha no fundo da nossa mente que fica falando ‘ah, deixa isso pra depois‘. ‘esse fim de semana tem aquele churrasco com a galera…‘, ‘ah, não, hoje eu preciso descansar…‘, ‘vish, fazer isso em dia de semana? impossível, não tenho tempo‘. e aí se passam semanas e você está usando a mesma calça jeans a cinco dias porque tirou todas as outras do armário na limpa (true story, bro).

limpar o armário

limpar o armário é fácil. agora repor o que você tirou… mil coisas entram na frente, outras tantas são mais importantes e você sente um certo conforto em reclamar que não tem o que vestir toda vez que abre o guarda-roupa. daí você passa na Forever 21 compra 5 blusinhas que não vai usar nunca ou não combinam com nada que você tem e o ciclo recomeça. que doidera, né?

a gente joga o nosso estilo lá pro fundo daquela gaveta de meias finas que você nunca usou e deixa lá, juntando aquele cheiro de naftalina insuportável, esperando que a coisa se resolva sozinha. mas a gente releva a importância de se vestir de um jeito que a gosta e que faça a gente se sentir bem. essa PENDÊNCIA fica ocupando a nossa mente e você sente uma dorzinha no peito toda vez que olha pro armário e vê as roupas que sobraram ficando cada vez mais puídas pelo uso frenético. e quando essas darem os últimos suspiros, como é que a gente faz? simples: não faz.

ouvi muitas vezes essa semana que a moda é uma forma de expressão. uma que a gente sempre pensa por último, que usa com os propósitos errados ou sem propósito nenhum, que usa pra se esconder e pra falar mal da gente. ‘você achou essa roupa bonita? imagina, ela tá dois tamanhos maior e cheia de buraco na barra… eu não fico bem em nada do que tenho em casa‘.

tudo o que a gente usa passa uma mensagem e tudo que passa uma mensagem é importante! só depende da mensagem que você quer passar. eu fiquei muito tempo usando as roupas pra me esconder do mundo, pra ser invisível, até pra contar pros outros que tava de luto por mim mesma. mas, sabe como é, o propósito mudou e o armário tem que mudar junto.

mas cadê a disposição pra isso? tá gritando num cantinho escuro da minha mente confusa, pedindo pra ser ouvida enquanto eu sigo presa em ideias velhas de que não sirvo pra ter um estilo legal, ter roupas bonitas e que me façam sentir bem, que passem a sensação de aconchego que eu tanto amo e busco colocar em cada vírgula que escrevo aqui no blog.

o jeito é fazer uma sessão-de-compras-de-emergência: separa um dia. sábado. convida as amigas pra ir junto. ih, pronto, agora não tem jeito mais. até combinei lugar e horário com as pessoas. pensa nas referências, na paleta de cores. força, foco e fé. respira fundo. e vai.

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Escrito pelaMaki
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32 Comentários
  1. […] Desancorando: Limpar o armário é sempre a parte mais fácil do processo […]

  2. […] Desancorando: Limpar o armário é sempre a parte mais fácil do processo […]

  3. Bia  em agosto 03, 2017

    Acho que vou aproveitar que tô de mudança e fazer o mesmo que vc viu, recomeçar o guarda-roupas… Nada de ficar acumulado bugiganga mais! Difícil é fazer meu marido seguir a mesma linha… 😂 Ele é ultra acumulador, pelo amor!!

    Bjus

    • Maki  em agosto 06, 2017

      ahahahahahahahahahahahah
      mas aí é questão de conversar com ele né? tenta mostrar que acumular muita coisa não é legal pra ele (e pra você) e que vocês não precisam de um armário lotado pra se sentir bem ♥

  4. Kimberly Camfield  em julho 24, 2017

    Limpar o armário é uma situação muito complicada para mim. É fácil me livrar daquilo que não gosto mais ou não serve e separar para doar/vender. Mas é tão difícil desapegar. Tem muita coisa no meu guarda-roupa que até acho legal, mas que não quero mandar embora. Seja porque me lembra alguma coisa, algum momento ou apenas uma versão antiga de mim. Acredito que nossas roupas contam histórias e eu sou daquelas pessoas apegada ao passado, à segurança. E deixa eu te dizer, dá um aperto se livrar das nossas roupas e procurar roupas novas, porque dá um aperto se livrar de nós mesmos. De tudo o que vivemos. Dos nossos momentos. E todo esse apego, mais cedo ou mais tarde, nos impede de ir para frente. De assumir quem somos agora, com todos os riscos. . E todas as vezes que entramos em um shopping e passamos do limite nas compras é porque lá no fundo ainda não temos certeza. Então tentamos nos preencher de uma forma ou de outra e apenas ser, mas sem saber direito quem somos.

    • Maki  em julho 24, 2017

      o que você falou é muito sério, sabe? porque é isso mesmo. a gente se apega ao passado de um jeito que esquece que tem outras coisas pra viver, pra fazer. e por mais que as memórias sejam maravilhosas, elas são só memórias. tem muita coisa pra ser vivida ainda, sabe? essa roupa não te fazer reviver o passado. pra mim isso ficou claro muito cedo e tive essa facilidade em desapegar das roupas. mas entendo que é complicado.

  5. Silmara  em julho 18, 2017

    Sempre faço a faxina semestral ou anual e separo peças para doar. Já cheguei a doar peças com etiqueta. Normalmente me desfaço por não servirem mais e outras por estarem batidas, mas em boas condições de uso ou não combinam mais comigo. Esta parte não era difícil, mas comecei a pensar no gasto de comprar roupas novas que não atendem as minhas reais necessidades ( afinal não dá para ficar jogando dinheiro fora, tenho um bom gasto com tais compras) e no fato de me preocupar mais com a saúde e não perder roupas por não servirem mais em tão pouco tempo. Eu não gosto nem um pouco de ir as compras. Sou extremamente indecisa, e detalhista para escolher, vou sempre nas mesmas lojas, aquelas que as vendedoras já me conhecem e me deixam olhar tudo tranquilamente. Tenho que acordar realmente disposta para ir as compras, do contrário dá tudo errado, até o corpo conspira contra, dá dor de cabeça, tontura, fadiga…kkk… Andei comprando algumas, mais tenho que fazer mais substituições, pois com a história de doar, e ir deixando para comprar sempre para depois, acabei reduzindo bem as opções. Tenho várias peças avulsas, mas poucas dá para fazer combinações. Até mais!!!!!!

    • Maki  em julho 19, 2017

      pois é, essa faxina é até fácil de fazer. o problema é o depois. dá uma preguiça mesmo de não comprar peças que combinem com você, né? ou de sair procurando, sei lá. eu fico bem preguiçosa. tem sido um exercício ir atrás disso!

  6. Jessica  em julho 18, 2017

    oi Maki! descobri seu blog essa semana e já estou lendo tudo, completamente viciada <3
    passei por essa limpa no armário esse mês, fiquei com praticamente 5 blusas e 1 calça no armário AHAHA desesperador, no mínimo, e realmente a parte mais difícil é comprar tudo de novo e superar o medo de errar novamente… uma coisa que me ajudou demais foi montar um board no pinterest e salvar fotos de pessoas usando roupas q eu usaria 100%, me deu um guia perfeito do que comprar e consegui resolver minha vida em menos de 2h no shopping <3 é muito mais fácil quando você sabe o que procurar e não fica se distraindo com coisas que JÁ SABE que não vão dar certo hahaha é um pouco do "o que os olhos não vêem o coração não sente", sabe?
    um beijo 🙂

    • Maki  em julho 19, 2017

      Jessica, você é muito fofa! fico feliz que tá gostando do blog.
      afe, sim! mas eu tava com um problema sério de vidrar numa peça de roupa que vi no Pinterest e não encontrar igual na vida real. o melhor pra mim foi achar a paleta de cores que eu curto e aí ir atrás de roupas nessas cores que me representem, sabe? melhor coisa, com certeza ♥

  7. KARINE  em julho 17, 2017

    eu também acho que esse processo de comprar novas coisas pode ser beeeeeeem difícil, especialmente pra quem gosta de gastar (tipo euzinha) e pode acabar se empolgando com as compras novas, saindo do planejado e se perdendo no propósito da coisa, né? HAHA mas enfim.. depois quero ver as peças que vai escolher pra você e como vai fazer seu armário, miga! tô criando coragem aqui pra começar -de verdade- a limpar e mudar o meu!

    • Maki  em julho 19, 2017

      nossa, sim! é muito tentador você sair comprando mil coisas, sendo que essas coisas não tem nada a ver com você, sabe? é um treino de abrir a mente e manter o foco no que eu quero passar para as pessoas. sim, vou tentar mostrar o máximo por aqui ♥

  8. RENATA FREITAS  em julho 17, 2017

    oi Maki <3

    me vejo muito na sua situação, viu? fiz armário cápsula no ano passado e consegui ficar um tempo sem comprar nada. recentemente já fiz uma limpa no armário: vendi bastante coisa, doei muitas outras mas ainda tenho a sensação de que não me encontrei 100% no estilo que eu quero (ainda mais agora que comecei a trabalhar em agência bancária que requer roupas extremamente sociais e, embora eu goste de me vestir assim, sinto falta das minhas roupas larguinhas e cools). enfim…
    estou adorando acompanhar sua saga de encontrar um novo estilo e continuo com fé de que vou conseguir encontrar o meu também.

    beijão

    • Maki  em julho 19, 2017

      oi, Renata! ixi, entendo bem. mas, ó, mesmo um look formal não precisa ser ‘careta’, sabe? dá pra você colocar o seu estilo nessas peças tbm. pra mim, o mais importante foi encontrar uma paleta de roupas que funciona pra mim. já foi meio caminho andado!

  9. Clara Rocha  em julho 17, 2017

    Realmente a parte de tirar tudo do guarda-roupas e fazer a limpa é sempre a parte mais fácil, porque não requer muito esforço na verdade (no fundo no fundo a gente já sabe o que vai e o que vai ficar). A parte difícil é aquela em que a gente tem que lidar com o nosso interior, é entender o que realmente combina com o nosso estilo e o que não combina. É analisar, é correr atrás. Isso requer tempo, disposição e requer também que você esteja aberta para conhecer coisas novas e novas possibilidades.
    Apesar disso tudo, é válido você um dia chamar aquela sua amiga querida e se perderem em uma rua, entrarem em brechós, entrarem em lojas que vocês nunca imaginaram que entrariam.
    aí em sampa na rua augusta por exemplo, quando fui visitar encontrei uma loja que é um espaço colaborativo onde funciona um estúdio de tattoo, café, barbearia e na frente são várias lojas de pequenos produtores que se juntaram. Consegui uns bons achados para o brayan por um preço bacana. ♥

    • Maki  em julho 19, 2017

      sim, tem razão miga! é legal sair por aí batendo perna e tentando ver o que você encontra pelo caminho. e fugir das coisas óbvias, né? sempre a melhor ideia.

  10. Camila Faria  em julho 17, 2017

    Nossa Maki, me identifiquei demais, especialmente na parte da dorzinha que chega na hora de fazer compras. Tenho um certo pavor desse ritual, shopping center é um mini-pesadelo pra mim. Fico anos usando as mesmas roupas e quando preciso comprar algo novo é sempre uma coisa complicada… :/

    • Maki  em julho 17, 2017

      olha, eu fui fazer compras no sábado e é bizarro como isso muda na hora que estamos posicionadas, sabe? do tipo ‘eu preciso disso, isso é bom pra mim’. e não foi tão pesadelo quanto eu achei que seria. porém, entendo bem essa questão porque eu já senti muuuuuito isso. comprar uma roupa nova era um sacrifício pra mim e me deixava muito nervosa. mas é um treino sempre, né.

  11. Claudia Hi  em julho 17, 2017

    Eu tenho um sério problema em comprar sapatos. Pensa numa pessoa chata que não gosta de nenhum tênis, nenhuma bota, nem chinelo! Pra você ter uma ideia, se a minha mãe não tivesse me dado o tênis dela, eu ainda estaria sem (e eu uso todos os dias pra trabalhar) haha

    • Maki  em julho 17, 2017

      menina! olha, sapato nem é um problema tão grande pra mim. a minha questão é com blusinhas. sério, sou muuuuuuito chata e nunca acho nada que eu digo ‘nossa, que incrível’. daí eu fico com 43 calças e duas camisetas ¬¬

  12. Stephanie Salateo  em julho 15, 2017

    nunca tinha parado para pensar nisso. eu tenho super facilidade de me desapegar de coisas que não uso, venho praticando esse desapego há muitos anos, mas sou mega criteriosa na hora de comprar roupa e muitas vezes fico meio frustrada porque compro e depois fico duvidando que aquela peça vá ser super útil. geralmente é, mas é que eu morro de medo de ser aloka das compras de novo. =/

    • Maki  em julho 16, 2017

      afe, sim! entendo muito isso. mas acho que a importância da gente ter um propósito entra aí. a partir do momento que você sabe o que quer, que tem uma paleta de cores definida ou então um estilo bem certo na cabeça, essas dúvidas vão sumindo, né? a dificuldade maior de todas talvez seja encontrar esse propósito. mas é um treino. entre erros e acertos a gente vai encontrando o caminho.

  13. Elen  em julho 15, 2017

    Que alivio ler seu blog e perceber que não estou sozinha,rs… Me identifico muito com tudo que vc posta, obrigada por compartilhar seus sentimentos e dicas. bjs

    • Maki  em julho 16, 2017

      brigada você por esse comentário fofinho, Elen!

  14. Rafaela Pinheiro  em julho 15, 2017

    Hahahaha é exatamente isso! Eu também não tive o menor problema em fazer uma limpa no armário, mas realmente vai batendo aquele desespero depois que você vê que talvez não tenha feito o negocio direito porque não completou a tarefa (retirar e substituir) e vai só vendo as suas roupinhas preferidas que tiveram o privilégio de permanecerem se acabando de tanto serem usadas! Me abraçaaaaaa

    • Maki  em julho 16, 2017

      vamo se abraçar, Rafa. SOFRI essas últimas semanas só observando essa falta de comprometimento, sabe? é muito doido isso!

  15. Su  em julho 14, 2017

    nossa, pra mim o mais difícil é limpar o armário!! tenho muito problema em desapegar das coisas, sempre fico pensando em como gastei dinheiro com aquela peça e pra nada pois não uso e não consigo desapegar. o engraçado é que tenho a noção de que a peça parada e não combinando mais com o meu estilo, já é um desperdício só de estar ali, porém, i can’t let go.
    dicas pra desapegar, miga, eu quero! haha

    • Maki  em julho 16, 2017

      HAHAHAHAHA olha, essa é uma ideia muito legal! vou pensar em diquinhas pra compartilhar por aqui! eu nunca tive muito apego com roupas, principalmente depois da experiência do armário cápsula. mas entendo bem isso. ahahahahahah

  16. Wanila goularte  em julho 14, 2017

    Pela primeira vez, não me identifiquei tanto com um post seu! hahaha A questão é que pra mim foi difícil limpar o armário: eu já tinha pouca coisa e 0 reais pra comprar coisas novas e colocar no lugar. Sem contar que ainda não sei direito em que estilo me encaixo, ou o que quero/devo comprar… Faz um tempo que me vestir tem sido algo que me faz ficar cada vez mais desapontada comigo mesma. :/

    • Maki  em julho 16, 2017

      olha, Wanila, vou te falar que o processo inteiro é difícil se a gente não tiver na cabeça exatamente o que quer. uma coisa que me ajudou MUITO foi pensar na paleta de cores que gosto ao invés de um estilo X ou Y. porque eu ficava procurando milhares de referências na internet e me frustrava quando não conseguia looks iguais às fotos. daí ficava muito difícil mesmo eu encontrar uma estilo pessoal que me representasse. tava sempre copiando os outros, sabe? pode ser que isso te ajude também ♥

  17. Simone Ribeiro  em julho 14, 2017

    Ah! Não desanima não! Comecei a utilizar a ideia de armário cápsula no ano passado, percebo que hoje tenho bem mais definido o que quero usar, o que me favorece, minhas compras são mais assertivas. Mas ao longo do processo fiz compras erradas, doei e me arrependi kkk. Considero que essa experiência está em processo, e ele vai acontecendo por dentro e por fora. Vou me descobrindo, e nesse caminho há erros e acertos. Vai lá experimente, teste, desista, compre, ou não… Faz parte!
    Ps. Leio sempre seus posts, me identifico c muitas de suas palavras, mas nunca havia comentado… Prazer em conhece la!😘

    • Maki  em julho 16, 2017

      oi, Simone! ahh não desanimei, mas confesso que percebi essa minha resistência, sabe? é normal, com certeza faz parte do processo em que eu estou. mas é questão de fazer isso mesmo – ir lá e experimentar e tentar. se errar, eu tudo bem! se errar, tudo bem também ♥