internet

logo que eu soube que os meus mil empregos iam entrar em recesso de fim de ano, pensei: ‘ufa, finalmente um tempo pra respirar e ficar longe da internet‘. isso não aconteceu, claro, porque no fim das contas eu fiz um plantão na semana do Natal – taí a vida de freela resumida. oficialmente eu tive três dias de férias de final de ano.

um mês antes desses ~dias preciosos~ eu coloquei na cabeça que ia ficar completamente longe da internet e do computador porque tava bem cansada de ficar sentada na escrivaninha mil horas por dia e passar metade do meu tempo checando o facebook.

então, chegados os meus dias de folga eu fechei o instagram e o twitter, tudo, e fiquei longe das redes sociais por dois dias completos. mantive o messenger e o whatsapp, porque ninguém merce ficar inacessível em tempos em que fazer uma ligação pra outra pessoa é a maior prova de amor. e sabe o que eu descobri nisso?

que dá medo não se distrair com o mundo.

eu já tinha feito essa experiência antes, de ficar um tempo longe das redes, mas a diferença é que agora eu estou mais consciente de mim. e não ter com o que me distrair significa que eu passo mais tempo olhando pra dentro do que pra fora. isso não quer dizer que eu não achei distrações o suficiente por aí, mas eu fiquei sem uma das maiores justificativas pro ‘não tô prestando atenção no que eu tô sentindo’.

e é claro que as redes sociais não são as responsáveis por isso (ou culpadas disso também). se a gente partir da premissa de que todo mundo é 100% livre para fazer o que quiser (e é), essa escolha por me distrair de mim mesma é responsabilidade totalmente minha. eu não sou ruim por causa dessa escolha, é uma simples mudança de foco: de mim pra outra coisa.

o mundo inteiro é uma grande distração. a gente escolhe a cada segundo focar a nossa energia e a nossa atenção em, outras coisas e esquece de quem a gente é de verdade. a gente fica mais longe da gente e abre mão do que é pra investir em coisas tão pequenas quanto um comentário sobre o calor em 140 caracteres.

a essa altura do campeonato, é impossível dizer que eu transcendi essas distrações todas só com dois dias longe das redes sociais, mas eu voltei mais consciente do que estou fazendo, do que eu publico, do porque eu me comprometi a passar tantas horas por dia na frente de um computador. tudo é uma ferramenta pra gente lembrar de quem é na realidade. é uma questão de manter o foco na gente mesma, e aí usar o que aparecer no caminho com esse propósito. mesmo que seja uma foto no instagram.

a internet não precisa ser inimiga de ninguém. ela pode ser um ponto positivo, uma saída, um bálsamo pra quem precisa de um respiro e de uma pontinha de esperança nesse mundo tão doido que a gente vive. é aquela coisa de ‘restaurar a fé na humanidade’, mas elevado à milésima potência.

não custa nada colocar um pouco de carinho nos tuítes que você escreve ou nos textões do facebook. no fim das contas, nada precisa ter o peso que a gente dá. uma foto é só uma foto, um comentário é só um comentário, um like é só um like. nada disso pode mudar o que você é.

você já tentou essa experiência de ficar longe das redes? me conta como foi?

Compartilhe!
Escrito pelaMaki
Deixe seu Comentário!


Warning: Undefined property: stdClass::$comments in /home1/desan476/public_html/wp-content/themes/plicplac/functions.php on line 219
7 Comentários
  1. Paty  em fevereiro 20, 2017

    Maki, este post eu tinha que comentar rs rs
    Como eu já sou um pouco mais velha, lido bem com a questão de ficar sem as redes. Na realidade, a única coisa que eu uso sempre é o app para conversar via celular…e só….Tenho um face que entro, sei lá… 1x por ano…rs rs
    Sei não, acho que esse excesso acaba demonstrando um certo vazio…Essa necessidade de ser feliz, de parecer que está muito bem, que só vai em lugares legais, sabe? Inclusive estava lendo que o face têm sido fonte de pesquisa por causa do número de adolescentes que se suicidam, na ânsia de procurar novidades, caem em si que a vida deles não é tão perfeita assim…(e de quem é, né?)
    Enfim…nem ao tanto ao céu, nem tanto a terra…Mas ao meu ver, todo excesso é prejudicial.
    Eu prefiro continuar com meus filmes, livros e os blogs…hehe
    bjs

    • Maki  em fevereiro 26, 2017

      sim, com certeza o todo excesso não é legal… às vezes é uma questão de diferenças de geração, né? as pessoas mais novas não sabem como é viver sem isso, a gente ainda aprendeu (eu, pelo menos, um pouco) como era não ter internet pra tudo. e mesmo assim eu sou hiper conectada o tempo inteiro. é mais uma busca por uma felicidade que a gente não vai encontrar no status do Facebook, né?

  2. Marina  em janeiro 13, 2017

    Nunca tentei ficar muito tempo longe das redes. Geralmente só uso o Instagram pra publicar fotos, o Twitter pra rir um pouquinho e leio alguns blogs de vez em quando. Não me considero uma pessoa viciada, nem mesmo considero que eu gosto de redes sociais. Eu uso o Instagram de um jeito tão estranho que algumas pessoas comentaram isso comigo. Mas eu entendo o que você disse sobre dar medo não se distrair. Um dia desses tava sem fazer nada e comecei a ficar angustiada. Minha mão foi automaticamente pegando o celular, desbloqueando e clicando no ícone do Instagram. Não tinha nada novo pra olhar no Instagram, e eu fui logo pro Twitter… entendi na hora as pessoas que ficam o dia todo grudada no celular, pulando de uma rede social pra outra. Você começa a sentir uma angústia, uma sensação ruim, fica pensando em tudo, se volta pra si… e quer se distrair daquilo. Larguei o Twitter e fui pensar sobre isso haha’ Às vezes eu me pergunto se as redes sociais não são uma forma que a gente arrumou de se proteger do mundo lá fora (ou do de dentro), é estranho porque, mesmo não tendo nada de interessante pra olhar nas redes, é difícil sair delas, deslogar e ir viver a vida.

    • Maki  em janeiro 15, 2017

      é, a gente usa isso como uma muleta, né? é muito fácil olhar pra vida do outro do que pra nossa própria. eu confio que o objetivo inicial era deixar as pessoas mais próximas umas das outras, mas acho que a gente mesmo acabou criando um outro significado, uma forma da gente se distrair e deixar de olhar pra gente. mas a gente não precisa ter medo disso, sabe? no fim das contas, o melhor que a gente pode fazer é prestar atenção na gente mesmo, pra então saber o que fazer com isso, né?

    • Paty  em fevereiro 26, 2017

      Exatamente! Mas vamo que vamo né. Eu sou capricorniana, terra demais, um pouco conservadora até, sabe?
      Mas entendo que os mais jovens têm essa ânsia, só não pode viver em função de.
      Bjo e parabéns por escrever com tanta sensibilidade!

  3. Claudia Hi  em janeiro 10, 2017

    Fiquei nessa última semana porque simplesmente não tinha sinal de nada. Wifi e 3G não existiam no lugar que eu fui. Passei uns cinco dias sem internet e só usava o celular pra ouvir música. Confesso que senti falta de poder assistir uns vídeos no youtube antes de dormir e ver o feed do instagram, mas a gente (pelo menos eu) esquece quando está com outras pessoas e fazendo outras coisas.

    Acho super válido se afastar de vez em quando do celular pra olhar em volta e ter um tempo livre pra não fazer nada mesmo. Só olhar para o nada e deixar a mente voar pra onde quiser!

    • Maki  em janeiro 11, 2017

      tem horas que faz falta mesmo porque é um costume muito grande hoje em dia né? parece ‘estranho’ quando a gente não para uns minutos pra ficar olhando os feeds todos. mas é porque é uma oportunidade da gente olhar pra gente e prestar atenção no que tá sentindo, fazendo e porque faz tanta questão de se distrair tanto com o que os outros postam nas redes, sabe?