cotidiano

Esse último final semana eu passei bastante tempo sozinha. Sabe, antigamente eu amava passar horas e horas escondida no meu quarto sem ver ninguém. A gente já sabe que isso tinha um motivo, por isso, não é de se surpreender que eu tenha perdido o gosto pela coisa quando esse momento passou.

A verdade é que ficar sozinha, agora, me faz sentir um monte de coisas. E eu sinto falta de olhar pro outro, entende? De conversar com alguém, de me interessar por alguém, de olhar para fora e não ficar tão focada no meu próprio umbigo.

É impossível ser feliz sozinha (?)

Mas tem uma pegadinha também. A gente fala que quer se relacionar, que quer amar o próximo e tudo mais, mas esquece que, antes de mais nada, a gente tem que aprender a amar a si mesma, a se relacionar com si mesma.

De nada adianta a gente mover montanhas pelo outro, se não sabe como é se relacionar com quem a gente é de verdade. É muito fácil a gente se esconder atrás de um namoro, um casamento, atrás de mãe, pai, irmãos e amigos quando não tem coragem de ficar na própria companhia.

Sabe, a verdade é que a gente tem medo. Medo da gente. Pode parecer muito absurdo, mas se você parar pra pensar, tenho certeza que você vai ver isso também. A gente tem medo de olhar pra dentro de verdade e descobrir o que tem ali. O que que a gente faz com aqueles pensamentos que tavam escondidos de nós mesmas?

Pois é. A gente tem medo mesmo. E tudo bem, sabe? Não tem problema, nem é pecado. Mas uma hora ou outra…. Uma hora ou outra a gente vai precisar olhar pra gente mesma e entender que existe um jeito da gente se amar e gostar se relacionar com quem a gente é de verdade, mesmo sozinha. Sem filtros, sem mentiras. Só em contato com aquele amor incrível que a gente é.

E, olha, isso não tem nada a ver com masturbação, com corpo, com sexo ou o que quer que tenha passado pela sua cabeça. Tô falando de sensação. Aquela coisa da gente estar sozinha fisicamente e nunca se sentir solitária. Em fazer uma maratona de série e não se sentir um lixo depois, achando que desperdiçou mais um dia de vida. É aprender a usufruir de tudo, mesmo de uma tarde de sábado enrolada nas cobertas vendo doramas até altas hora da madrugada.

A gente só vai entender como é se relacionar com o outro quando souber como é se relacionar com a gente mesma. A gente vai ter que olhar pro nosso fundo do poço, sabe, e vai ter que aprender a lição mais importante de todas:

Jogar fora toda a tralha que tá acumulada lá em baixo.

Só com essa faxina, só tirando da frente tudo o que a gente não é, todas as coisas que a gente comprou com o tempo achando que fazia parte do tal ‘crescer’… Tudo isso vai ter que sumir mesmo. Jogar fora. Nem pensa duas vezes. Não vale a pena reciclar não.

No fim das contas, a gente vai ter que perceber que é possível ser feliz o tempo todo sim. Sozinha. Acompanhada. Vendo dorama ou pagando a conta. Varando a noite no motel ou dormindo até as duas da tarde porque você trabalhou mais de 50 horas aquela semana. Seja comendo lámen na Liberdade e falando bobagens ou numa palestra sobre física quântica.

O impossível não existe, afinal.

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Escrito pelaMaki
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2 Comentários
  1. paloma  em julho 04, 2016

    OBRIGADA por ser a minha inspiração!

    • Maki  em julho 10, 2016

      obrigada você, paloma, por ser tão fofa! ♥