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A Park Shin Hye é a minha atriz coreana preferida. Acho que já vi quase todos os doramas que ela fez (alô, vício) e um dos meus preferidos é Pinocchio.

Esse é um dorama de 2014 que conta a história de uma aspirante a jornalista, a Choi In Ha, que tem uma condição que não a deixa mentir. Toda vez que ela mente, ela soluça.

Pinocchio e as mentiras que a gente se conta todo dia

A In Ha cresceu com o Choi Dal Po, um menino com um passado bem macabro e um problema sério com os jornalistas que é adotado pelo avô da In Ha, que em um momento de demência achou que o menino (que na verdade se chama Ki Ha Myeong) era o filho dele que tinha morrido 40 anos antes. Por conta dessa confusão mental, o Dal Po e a In Ha crescem fingindo que são tio e sobrinha, respectivamente.

A história, confesso, é incrível. Eu já percebi que os coreanos tem um gosto especial por histórias de vingança (as novelas brasileiras também, né?), mas o que eu mais gosto é que toda história tem algum elemento diferente. Nesse caso, é a condição da In Ha, que dá nome a série (Pinocchio).

Além da atuação incrível da Park Shin Hye (como ela conseguiu fazer um soluço parecer tão real é um mistério pra mim), o que eu mais gostei desse drama, num todo, é que ele me fez pensar sobre mentiras.

Se você fosse como a In Ha e soluçasse toda vez que falasse (ou pensasse) uma mentira, o que você faria? Tentaria mesmo assim encontrar um jeito de mentir ou ia aceitar que isso não rola mesmo e fazer o máximo pra não ficar soluçando?

Claro, a In Ha sofre com uma culpa imensa por causa do drama – literalmente – todo, mas uma coisa que ela nunca deixou de ser é ela mesma. Ela só fazia aquilo que a deixava em paz, paz de espírito mesmo, sabe? Ela até abre mão do amor que ela sente pelo Dal Po pra fazer aquilo que ela considera certo e não passar a vida soluçando.

Será que é ruim viver assim? Quantas vezes você mente por dia? E não estou falando de mentiras grandes, coisas que você fala. Pense em pequenas mentiras que você conta pra si mesma, só pra tentar se adaptar. Se você não pudesse mentir, será que você ficaria mal por não conseguir fingir ser uma coisa que você não é? Ou aceitaria numa boa? Será que a vida seria mais leve, mais livre?

Mesmo quando a In Ha tenta mentir sobre alguma coisa, ela precisa ficar totalmente isolada, sozinha, pra ninguém perceber que ela está soluçando. Ela tem que se esconder. E isso, por si só, já faz com que ela soluce mais ainda, porque ela está indo contra quem ela é de verdade.

Sabe o que eu entendi por isso? Que sempre que a gente mente, a gente está se escondendo.

Você coloca esse monte de mentirinhas na frente de quem você é e a sua essência fica jogada num cantinho, tentando encontrar um jeito de aparecer. A gente fica tão acostumada a mentir, que quando a gente é sincera, quando é totalmente honesta com quem a gente é, sente a necessidade de pedir desculpas, sente vergonha, como se fosse algo errado.

Se isso não prova que tem alguma coisa muito errada com o mundo, eu não sei o que mais pode provar.

A gente passa a nossa vida inteira mentindo. Falando que gosta de uma coisa e não gosta. Escolhendo uma profissão que a gente não quer porque os nosso pais querem. Usando verde só porque tá na moda, quando na real a gente ama vermelho. Indo na balada sertaneja quando você ama rock. Aceitando ver o futebol quando você queria ver a novela. São milhões e milhões de mentiras que a gente se conta todo dia e que escondem quem a gente é. Vale mesmo a pena viver assim?

Esse dorama é um dos meus preferidos de todos! (essa lista só cresce, né? hahahaha) Ele é todo fofo e redondinho, tem uns momentos tensos que dão vontade de jogar o computador longe e ganhou o meu coração por causa desse gif do Lee Jong Suk, que eu vou deixar aqui pra animar o dia:

pinocchio e as mentiras que a gente se conta

Eu desafio você a não ter um espasmo de fofura olhando pra isso.

Se você ficou curiosa, dá pra ver Pinocchio no Drama Fever e no Viki. (Acredite, vale a pena!)

Como seria a sua vida se você não pudesse mentir?

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Escrito pelaMaki
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4 Comentários
  1. Mariana  em janeiro 15, 2018

    Amei como você lincou a história com um cotidiano real da vida. Realmente nós temos que nos atentar em sempre sermos nós mesmos, porque só através de quem somos que o mundo poderá ter essas váridade de diferenças 🙂

    • Maki  em janeiro 21, 2018

      eu amo tanto essa história… e acho que tem muito que a gente aprender com ela, sabe?

  2. Aline  em abril 13, 2016

    Oi Maki, tudo bem?
    Eu nunca assisti nenhum dorama, acredita? 😱
    Mas pensando em tudo o que você disse, da pra linkar esse texto com aquele onde você fala sobre a gente se anular para ser aceita. Todas as vezes que a gente faz algo que não queria só pra ficar tudo bem com os outros, mas na verdade nada está bem dentro da gente.
    Não sei o que faria se estivesse na condição da In Ha, mas de fato as mentiras não poderiam me esconder, já que todos saberiam que era mentira, então eu não poderia mentir. Talvez, mesmo que isso fosse constrangedor ou incômodo, não poder mentir, poderia trazer algo de bom.
    Sabe, eu tenho lido muito seu blog e isso está me ajudando a entender muitas coisas, esse espaço é inspirador e cheio de amor… Então, obrigada!

    Um beijo!

    • Maki  em abril 14, 2016

      Oi, Aline!
      Ah, eu acredito sim! É que não tem muita coisa sobre doramas por aqui, né? É mais uma enxurrada de séries norte-americanas, mas eles são muito bons!
      E é exatamente isso: a gente se anula pra ser aceita por uma galera que faz exatamente a mesma coisa que a gente. Daí já viu, né? É um saco sem fundo isso. E a gente mente tanto, todo dia, que é difícil saber onde uma mentirinha começa e outra termina e isso só vai escondendo quem a gente é de verdade mais e mais… A boa notícia é que isso tem saída!
      Fico muito feliz mesmo que o blog está te ajudando! Essa é a minha meta, então, missão cumprida! ♥