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Eu sou louca com os filmes da Pixar, e fiquei muito animada quando vi pela primeira vez o trailer de Divertida Mente, porque parecia incrível. Depois que o filme lançou oficialmente e eu vi todas as críticas maravilhosas que foram publicadas internet afora, fiquei ainda mais animada porque o longa trata, de forma muito delicada, sobre o funcionamento da mente humana.

divertida-mente

Basicamente, o filme segue a história da mente da garotinha Riley, e como a Alegria, a Tristeza, o Medo, a Nojinho e o Raiva interagem ali dentro. O grande problema é que, um dia, a Tristeza e a Alegria se desentendem porque a primeira começa a alterar as lembranças da personagem, sem saber o porquê, e as duas são sugadas pelo tubo das lembranças de longo prazo junto com as “memórias base” (as mais importantes, que definem a personalidade) da Riley.

O resultado é um filme muito, muito delicado, divertido e tocante que fala sobre a importância da Tristeza na vida das pessoas (apesar que eu gosto de pensar nisso mais como empatia), e também da evolução da mente infantil para a adulta.

O momento que mais me marcou foi quando as ‘ilhas da personalidade’ da Riley começam a desmoronar e caem no esquecimento. Para mim, essa é a representação mais clara da depressão que eu já vi (fora a analogia do Cachorro Preto feita pela Organização Mundial da Saúde). Eu senti que foi exatamente aquilo que aconteceu comigo: as minhas ilhas desmoronaram, e eu era comandada pela raiva, o medo e o nojo (num sentido geral das coisas). E nem mesmo a alegria e a tristeza eu conseguia encontrar. O meu painel de controle ficou preto e tudo o que era mais precioso para mim perdeu completamente o sentido. Eu me sentia sem amigos, abandonada, pensando em fugir (mas o meu fugir era um pouco mais pesado, como vocês já sabem).

Na Riley essa mudança é ativada por causa da mudança física da sua família para São Francisco, e mostra muito bem como uma criança pode reagir a esse tipo de quebra de padrão, seja o divórcio dos pais, uma escola nova, etc. Para mim, como eu comentei ali em cima, tem um sentido beeem mais profundo.

Um outro personagem que eu adorei na trama é o Bing Bong, o amigo imaginário da Riley que está perdido nos corredores onde as memórias de longo prazo estão guardadas. Ele gosta de roubar as suas memórias preferidas e guardá-las em um saco sem fundo (bem parecido com o da Mary Poppins) e tem um visual bem louco. Segundo um post feito pelo blog da própria Disney, ele é o espírito da infância personalizado, que insiste em continuar relevante. Olha que foda isso! (com o perdão da palavra).

De novo, para mim esse personagem teve uma importância incrível. Eu sempre fui uma dessas pessoas que acreditava que esquecer a sua criança interior era uma das coisas mais absurdas que poderiam acontecer e, vejam só, foi a primeira coisa que eu fiz. Eu esqueci o lado brincalhão, que ri de tudo (incluindo de si mesma), que acha algo incrível nas menores coisas, que se diverte com pouco (porque não é preciso muito para ser feliz). E eu joguei o meu Bing Bong para longe sem nem me despedir. Mas eu acredito que aos poucos eu estou recuperando as memórias que tenho dele para reformular as minhas ilhas!

Outra coisa maravilhosa sobre o filme é a lição que ele dá sobre abrir mão das coisas. De uma memória base da infância, de uma personagem marcante da nossa vida, porque não dá para manter todas as memórias vivas o tempo todo, e é preciso abrir mão de algumas coisas (mesmo que seja uma personalidade inteira!) para conseguir continuar em frente (o que quer que isso signifique para você).

Já vi mais de um portal falando que esse filme marca o retorno da era de ouro da Pixar, apesar de que eu prefiro pensar que essa é uma nova era de ouro, e o filme já está sendo cotado para o Oscar do ano que vem, e não duvido que ganhe.

Vale lembrar que o filme não fala diretamente sobre a depressão, mas sim sobre a importância da tristeza na vida. Como é mostrado, dar conforto à alguém que está triste é essencial, deixá-la falar, deixá-la sentir o que ela está sentindo, para chegar ao fundo daquele problema, resolvê-lo e aí continuar em frente.

Enfim, o filme é lindo DEMAIS e com certeza entrou para o meu hall de favoritos de todos os tempos. Já quero ver de novo! Alguém já assistiu e também recomenda?

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Escrito pelaMaki
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4 Comentários
  1. Tati Gallo  em julho 05, 2015

    Eu assisti e ameeei muito! É uma graça de tudo… história, personagens… fiquei encantada! Recomendo também para quem ainda não assistiu!

    • Maki  em julho 12, 2015

      Oi, Tati!
      É uma gracinha mesmo, né? Eu tô apaixonada!

  2. BA MORETTI  em julho 04, 2015

    TE FALAR, TINHA ASSISTIDO O PRIMEIRO TRAILER E ELE NÃO TINHA PRENDIDO MINHA ATENÇÃO. BUT, DEPOIS DE LER ESSE TEU TEXTO EU FIQUEI MORRENDO DE VONTADE DE ASSISTIRRRRR ♥ E ESSE SEGUNDO TRAILER TÁ AMORZINHO DEMAIS

    • Maki  em julho 05, 2015

      ASSISTA POR FAVOR! E depois vem me contar o que você achou. Porque esse filme é lindo de viver!